quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Trovando Sobre: FOO FIGHTERS – FIERGS 21/01/2015.


Existem pessoas que gostam de conforto. Eu adoro conforto, particularmente adoro estar na minha casa, assistindo TV, usando meu banheiro e indo na geladeira quando me der na telha. Ultimamente tenho preferido assistir futebol na TV do que na Arena (desculpem, meu clube não tem um estádio, tem uma Arena).

Algumas pessoas preferem assistir shows de música pela TV, pois acham que “não vale a pena pagar caro para ficar lá atrás, sem poder ver a banda tocar”.

Se tu é desse tipo de pessoa do segundo parágrafo, sugiro não ler o texto abaixo.


Ontem, os Foo Fighters não fizeram um show de Rock em Porto Alegre no estacionamento da FIERGS. Ontem, aquilo foi um culto, uma espécie de catarse coletiva promovida pela música maravilhosa, energética e fodona do Sr. Dave Grohl e seus “comparsas”.

Eu esperava ver ontem, um ótimo show e com uma vibração boa, mas o que vi superou (muito) as minhas expectativas.

Durante 03 horas, os Foo Fighters entretiveram as 37.000 pessoas que compareceram ao evento. Entreter é muito mais do que tocar bem e fazer um show “redondinho”. Entreter é se conectar com a sua plateia de maneira espiritual a ponto de que você saia completamente satisfeito com o que viu, seja a música, seja a postura de palco da banda, seja a escolha das músicas do set list, ou que for. Dave Grohl ontem, fez isto de maneira magistral.


O cara, além de ser extremamente simples, gentil e brincalhão, é um tremendo músico. Não sei como ele aguenta cantar daquele jeito (cuspindo as amídalas) e correndo de um lado para o outro, e ainda brincar com os outros músicos e com a plateia.

Os membros do Foo Fighters, Nate Mendel (baixista), Rami Jaffee (teclados) e os guitarristas Pat Smear e Chris Shiflett são mais “na deles”, a exceção é o excepcional baterista (e cantor) Taylor Hawkins, que assim como Grohl, é um tremendo "arriado" no palco.

O show em si, foi perfeito. As canções foram maravilhosamente escolhidas, hinos como “Something From Nothing”, “The Pretender”, “Monkey Wrench”, “My Hero”, “Learn To Fly”, “Best Of You” e “All My Life”, foram tocadas com um tesão, que só esses caras poderiam ter. Sem contar os magníficos covers tocados (“Detroit Rock City”, do Kiss, “Miss You”, dos Rolling Stones, “Tie Your Mother Down e "Under Pressure" do Queen). Dá para ver que os caras se divertiam de verdade no palco, o que inevitavelmente, também contagia toda a plateia.

Até o sempre temperamental São Pedro colaborou ontem, pois o céu estava encoberto por nuvens, mas sem nada de chuva... clima mais do que perfeito.

O Foo Fighters é uma das poucas e últimas bandas de Rock visceral em atividade. A grande maioria das bandas de hoje em dia, são terrivelmente bunda moles.

No show mesmo isto pode ser comprovado, já que a Comunidade Ninjitsu no palco parecia uma banda de alunos repetentes da 5ª série ensaiando no porão da casa da mãe de algum dos integrantes, e o Kaiser Chiefs, mesmo fazendo um show legal, com boas músicas, sequer chegou próximo de se igualar aos Foo Fighters.


Foi muito legal ver uma família na minha frente e do Rodrigo, (pai, mãe e filho de uns 13 anos). Imaginei quando for a minha família no primeiro show do Vicente... aguenta coração!

Porto Alegre ontem, sediou uma experiência única para quem gosta de passar um pouquinho de trabalho, para ir ver seus ídolos de corpo presente, para quem gosta daquela atmosfera de comunidade que somente quem frequenta shows de música conhece, para quem não troca por nada a sensação de beber uma cerveja ouvindo uma de suas bandas preferidas tocando ao vivo... resumidamente, para quem realmente entende do que se trata o verdadeiro Rock N’ Roll.

Ontem, os Foo Fighters deram uma aula de como se fazer um tremendo show do mais autêntico Rock N' Roll.

Lição aprendida!


Faço dois agradecimentos especiais. Ao meu amigo Rodrigo "Nica" e ao meu filho Vicente, que após muitos pedidos do papai esperou um pouquinho mais para nascer, possibilitando a minha ida ao show. Obrigado pelas parcerias de sempre. 



Um abraço.

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