Missão quase impossível escolher apenas uma das centenas de
músicas maravilhosas e imortais do bardo canadense para tradução. Escolhi “Thrasher”, por
sempre ela sempre ter sido tão enigmática e tão forte para mim.
Uma crônica sobre os índios nativo americanos? Uma visão sobre
a vida na estrada? Uma comparação entre ambas? Nenhuma das alternativas
anteriores? Só Deus e Neil sabem a resposta, já que o artista nunca explicou o
real significado da letra dessa deslumbrante canção.
A melodia doce, suave e belíssima é levada apenas ao violão,
acompanhado da sempre marcante gaita de boca do astro.
É uma das minhas canções preferidas deste grande pilar do
Rock.
Thrasher
(Neil Young)
Álbum: Rust Never Sleeps
Eles estavam escondidos atrás dos fardos de feno
Eles estavam plantando durante a lua cheia
Deram tudo que tinham por algo novo
Mas a luz do dia estava sobre eles
Eles podiam ver os batedores vindo
E água brilhava como diamantes no orvalho.
Eu estava apenas tentando me levantar, pegar a estrada antes dessa luz
Tentando pegar uma hora de sol
Quando eu vi aqueles batedores passando
À procura de mais do que dois caminhos extensos
Eu estava sentindo que meu dia tinha apenas começado
Onde a águia voa rasante
Há um antigo rio sinuoso
Pelo desfiladeiro atemporal de mudanças
Onde a insônia aguarda
Eu procurei por meus companheiros
Que se perderam nas gargantas de cristal
Quando a lâmina sem rumo da ciência reduziu as portas de pérolas.
Foi então que eu soube que já tinha o suficiente
Queimando meu cartão de crédito para o combustível
Saí da calçada, onde ela se transforma em areia
Com uma passagem só de ida para a terra da verdade
Com minha mala na mão
Como eu perdi meus companheiros, eu ainda não consigo entender.
Eles fizeram a melhor escolha
Eles foram envenenados com proteção
Não havia nada que eles precisassem, nada a encontrar
Eles se perderam nos rochedos
Ou tornaram-se mutações em bancos de praças
Nas calçadas e nas estações
Eles estavam esperando.
Então eu fiquei entediado e os deixei lá
Eles eram peso morto para mim
Foi melhor descer a estrada sem carga
Me recorda a época em que eu tinha oito ou nove anos
Eu assistia a televisão da minha mãe
Era o grande episódio sobre o resgate no Grand Canyon.
Quando o urubu voa raso
Em uma estrada sinuosa de asfalto
Através de bibliotecas e museus, galáxias e estrelas
Pelos corredores ventosos da amizade
Para a rosa cortada pelo chicote
O hotel dos companheiros perdidos
Espera com piscina aquecida e bar.
Mas eu não estou hospedado lá
Tenho minha própria linha para cavar
Apenas outra linha nos domínios do tempo
Quando os batedores vierem
Eu estarei preso no sol
Como os dinossauros em em santuários
E eu vou saber quando chegar a hora
De entregar o que é meu.
Espero que gostem.
Abraço.
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