Ontem li uma dessas “listas de melhores”, sobre quais foram
as maiores representações de vampiros no cinema. Para variar, a lista de “melhores”,
era uma grandessíssima droga.
Qual é a minha concepção de vampiros (masculinos, no caso): seres sexuais e sedutores, elegantes, frios e com uma alma extremamente
torturada, pois se alimentam do sangue de humanos para sobreviver, e caso se
afeiçoem por algum mortal, verão essa pessoa querida inevitavelmente morrer, já
que vampiros são não envelhecem, e só podem ser mortos se forem expostos à luz
solar ou se lhes for enfiada uma estaca de madeira no peito (e após a estaca
ser cravada, é necessário decapitar o morto vivo, para que ele não reviva, caso
a estaca seja removida de seu peito).
É claro, tudo isto que falei acima, se refere a vampiros “bonzinhos”,
pois existem os “malvados”, que sentem prazer em serem “imortais” e fazerem dos
seres humanos, nada mais do que uma refeição (ou uma transa, apenas.).
Filmes como “Crepúsculo”, são mais comédias non sense do que filmes sobre
vampiros... bom, eu me pergunto se a “Saga Crepúsculo”, realmente são “filmes”, ou um
mero desperdício de tempo (e cérebro) de quem assiste a estas porcarias.
Outros filmes medianos como “Entrevista com o Vampiro”, de
certa forma, são bons, de outras formas, nem tanto, pois o péssimo desempenho
de Brad Pitt no filme, o deixa como uma espécie de “vampiro meigo”, ou “morto
vivo chorão”, já que além de se lamuriar e chorar, o ator não faz mais nada em cena.
Tom Cruise mais parece uma versão vampiresca de “Haroldo Hetero”, personagem do
genial Chico Anysio, tamanha a “afetação” do ator no filme. Aloka!
Seria “Entrevista com o Vampiro”, o "pai" de “Crepúsculo”?
Creio que sim.
Para tentar fazer um pouco de justiça a estas criaturas da
noite, que são retratações ou derivações do personagem Conde Drácula, criado
pelo autor britânico Bram Stoker, em 1897, resolvi criar uma lista justa de “melhores
vampiros cinematográficos”:
Max Schreck, “Nosferatu, O Vampiro”, de 1922.
Por anos, correu um boato dizendo que o ator alemão Max Schreck era
um vampiro real, contratado pelo diretor do filme, e que seu pagamento pela atuação
seria o pescoço da atriz principal...
O diretor (F.W. Murnau) queria filmar o
livro de Bram Stoker de forma fidedigna, porém, foi processado pela viúva do
escritor, impossibilitando o projeto e obrigando que várias mudanças ocorressem
no roteiro, como por exemplo, o vampiro não pôde se chamar “Conde Drácula”,
teve de ser chamado de “Conde Orlock”, o vampiro também não poderia ter as características
descritas no livro, por isso, o Conde Orlock, é um ser repulsivo, com o aspecto
de um rato, com unhas e dentes grandes, e com uma aparência suja e
aterrorizante.
O filme de 1922 tem um aspecto claustrofóbico e um suspense
que há anos, superproduções de Hollywood,
tentam em vão, voltar a ter.
Willem Dafoe, “A Sombra do Vampiro”, de 2000.
Este é um caso curioso, já que se trata de um grande ator
interpretando outro grande ator. Willem Dafoe, interpreta Max Schreck, neste
filme que é uma espécie de “documentário” sobre as filmagens do clássico “Nosferatu”,
citado acima.
Dafoe entrega uma atuação quase que surreal de Schreck, já quem
além da fantástica maquiagem, seus trejeitos, suas expressões faciais e corporais e além de sua voz grotesca, a sua percepção do personagem é minuciosa. Sabe aquele
tipo de atuação grandiosa, que ao assistir ao filme, tu tem certeza de que está
vendo algo “eterno” e relevante? Dafoe passa estas certezas a quem vê o filme.
Assisti no cinema, e saí muito impressionado, logo corri de
atrás de “Nosferatu”, pois fiquei curiosíssimo para ver o filme original.
Um fato curioso: Nicolas Cage é produtor executivo do filme,
e segundo dizem, tirou dinheiro do próprio bolso para bancar a produção.
Gary Oldman, “Drácula, de Bram Stoker”, de 1992.
Neste filme mediano, onde ótimos atores (Gary Oldman e
Anthony Hopkins), contracenam com dois péssimos atores (Keanu Reeves e Winona
Ryder), podemos ver coisas boas e outras, nem tanto.
O filme é muito longo, com cenas totalmente dispensáveis e
outras um tanto quanto chatas. Por outro lado, a interpretação de Oldman como o
príncipe romeno Cristão, Vlad Tepes, é o ponto mais positivo do filme.
Gary Oldman é um ator britânico “clássico” e acostumado com
interpretações difíceis e densas, como Shakespeare, por exemplo, e convenhamos,
a história de Drácula, é uma típica tragédia clássica, onde se faz necessário um ator de talento para dar vida a um personagem tão complexo.
A cena onde Vlad/Drácula descobre que sua amada se suicidou
e por isso, segundo o catolicismo, irá para o inferno, e enfurecido, rompe com
sua religião, com a sua fé e com o próprio Deus, é fantástica. Oldman reina
absoluto na cena.
Todo o charme e desespero do personagem são retratados de
forma sublime pelo grande ator.
Christopher Lee, “O Vampiro da Noite”, de 1958.
Neste filme, temos “Pelé e Garricha” jogando juntos, já que
além do genial Christopher Lee interpretando Drácula, o grande ator Peter
Cushing, também dá as caras, interpretando o inimigo número um do
vampiro, o Dr. Van Helsing.
Lembro de assistir este filme na rede Bandeirantes, quando
eu devia ter uns onze ou doze anos de idade, em uma sexta-feira à noite, e nem
conseguir ir ao banheiro depois, tamanho o pavor que senti.
Lee transforma o Conde Drácula em um perfeito cavaleiro
britânico, com sua voz muito grave, seu porte de lorde e seu charme com as
mulheres. Lee interpreta um Drácula clássico, sedutor e agressivo
alternadamente.
O filme é excelente e até hoje, é referência para fãs de
vampiros (com mais de dois neurônios) e filmes posteriores sobre o tema.
Drácula nunca foi tão elegante e assustador ao mesmo tempo.
Bela Lugosi, “Drácula”, 1931.
Isto é atuar. Isto é interpretar um vampiro. Isto é um filme de vampiros
de VERDADE. Nada do que foi feito no cinema depois, sequer chegou perto de se
igualar a esta obra de arte.
Não entendo como algumas pessoas se julgam fãs de vampiros,
sem ter visto este filme, e ter se apaixonado por ele.
Bela Lugosi era um autor húngaro, que mal sabia falar
inglês, quando interpretou o “vampiro mor”. Seus olhos (durante os closes de câmera), sua expressão facial,
sua expressão corporal e a entonação de sua voz, são a referência de como um
vampiro, pelo menos, um vampiro heterossexual, deveria ser.
Lugosi vinha do teatro europeu e tinha, no seu dedo mindinho,
mais talento do que todo o elenco de atores da Rede Globo, reunido.
A direção de Tod Browning, é outro trunfo do filme, já que o
diretor impõe o tom exato que a história necessita (alguns reclamam do final do filme, já que os produtores proibiram que fosse mostrado o Dr. Van Helsing matando Drácula, deixando assim, a morte do vampiro, a cargo da imaginação da platéia).
Sinceramente, eu acho que ficou um ótimo final de filme, desse jeito mesmo, fazendo os espectadores usarem a imaginação. Detesto filmes que dão tudo "mastigado" a quem assiste.
Esses são os maiores vampiros do cinema. O resto é bobagem,
podem acreditar.
Espero que gostem.
Abraço.
Eu interpretaria otimamente um vampiro iguais aos de hj em dia né? Hahahahahahaha
ResponderExcluirMuito bom maluco, muiiiito engraçado, de uma ironia que eu amo.
Muito bom e muito engraçado louquinho, parabéns, abs!!!
Tu seria um vampiro "sabichão", Luana! Hahahahaha!!!! Valeu, loca. Abraço.
ExcluirSandrao, confesso que só assisti Entrevista com vampiro, dos filmes ai citados.... Na época achei interessante. :)
ResponderExcluirDespertou-me curiosidade para assistir os outros.
Abraços
Grande Poeta... assista sim... sei que tu vais gostar! Abração.
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