terça-feira, 12 de agosto de 2014

Trovando Sobre: ROBIN WILLIAMS.



Ontem faleceu Robin Williams.

E parece que um “tiozão”, daqueles irmãos legais e divertidos (e que sempre bebiam um pouco além da conta nas festas da família) do pai ou da mãe da gente se foi.

Cresci no final dos anos 80 e início dos anos 90, portanto, filmes de Robin Williams, eram quase que obrigatórios de serem assistidos no cinema, em vídeo cassete, ou na televisão, por isso, me atrevo a pensar nele como "alguém próximo", já que meu passatempo predileto nesta época, era assistir filmes (ainda é um dos meus passatempos favoritos até hoje).

Robin era um verdadeiro comediante de stand up comedy, e começou sua carreira ainda nos anos 70, onde seu incrível timing de comédia e seu humor de improviso e físico o fizeram de inspiração para muitos dos que vieram depois dele (Jim Carrey não teria uma carreira se não fosse Robin Williams, pode apostar).

O astro tinha uma inteligência e uma capacidade de raciocínio extraterrenas, já que seu tipo de humor, era frenético, ininterrupto e baseado, na maioria das vezes, como já dito, no improviso... eu já vi entrevistas do cara, simplesmente hilárias... isso mesmo: ENTREVISTAS.

Mas infelizmente, o ator vinha enfrentando uma fase difícil... andava depressivo, tinha voltado a beber, estava endividado e provavelmente estava insatisfeito com os rumos de sua carreira profissional.

“Patch Adams”, “O Homem Bicentenário”, “Uma Noite no Museu”, “O Som do Coração”, “Férias no Trailer”, “Violação de Privacidade”, e praticamente tudo o que o ator fez nos últimos tempos, eram enormes porcarias. Ora, comédias sem a menor graça, ora dramalhões piegas e constrangedores.

O mesmo comodismo que tomou conta de grandes comediantes do passado, como Eddie Murphy, Jim Carrey, Adam Sandler e Will Ferrell, também se apossou de Robin Williams, já que ultimamente, o ator parecia atuar sempre no piloto automático, só esperando a hora de receber o cachê, sem se preocupar com o “abacaxi” que filmava.

Mas claro, sempre apareciam algumas (ótimas) exceções.

Para homenagear este grande astro que nos deixou de forma prematura, listei os seus melhores filmes, na minha opinião.

São eles:


Retratos de Uma Obsessão, 2002.
 


Williams interpreta um homem solitário e com distúrbios mentais, que trabalha revelando fotos, e ao revelar fotos de uma família aparentemente “perfeita”, o personagem de Robin Williams desenvolve uma obsessão pelos membros da mesma. O clima do filme é claustrofóbico e tenso, e Williams, entrega ao espectador uma atuação contida, mas poderosa, em um filme, digamos, nem tão bom assim.

O personagem de Williams, fantasia ser parte daquela família, e quer de todas as maneiras, ser aceito e amado por aquelas pessoas, e não mede esforços para que seu objetivo seja alcançado.

Um triste relato sobre o que a solidão faz com a cabeça das pessoas.

O filme passou batido nos cinemas, mas fui um dos poucos que pagou ingresso para vê-lo, na época, eu ainda namorava com a Graci e íamos muito ao cinema no saudoso Sinos Shopping de São Leopoldo, e me lembro de assistir a “Retratos de Uma Obsessão”, em um domingo à tarde.






Gênio Indomável, 1997.
 

A atuação mais séria do astro, e que lhe rendeu um prêmio Oscar de melhor ator coadjuvante. O ator interpreta um psicólogo viúvo, que tenta ajudar o personagem de Matt Damon, um gênio da matemática, mas extremamente arredio, rebelde e inserido em uma vida de mediocridade, a superar as adversidades e os seus “demônios internos”, e ser alguém na vida... em usar este dom para construir algo positivo durante a sua existência.

A cena em que o personagem de Damon ironiza e faz uma piada de mau gosto sobre a esposa do personagem de Williams e este o agarra pelo pescoço e o intimida, é antológica... daquelas de ver e rever várias vezes. Um primor, que nenhum ator brasileiro, jamais será capaz de sequer, chegar perto ou igualar.





Insônia, 2002.
 





















Robin Williams começou bem a década de 2000. Neste suspense fantástico, o ator está cercado de um elenco de primeira. Al Pacino e Hillary Swank contracenam com o astro, e a direção fica  a cargo de um jovem desconhecido na época, chamado Christopher Nolan.

Williams, assim como outros ótimos comediantes, quando atua de forma mais comedida, séria, ou até mesmo sombria, como neste caso, dá um show de interpretação.

Neste filmaço, Al Pacino é um policial corrupto, que é enviado ao Alasca para junto de uma delegada local (Hillary Swank), tentar capturar um assassino serial (Williams), que começa um jogo de “gato e rato”, com o personagem de Pacino. No Alasca, o personagem de Pacino começa a sofrer de uma insônia crônica, já que lá em certas épocas do ano, o sol não se põe. O assassino interpretado por Williams, sabendo disto, começa a pressionar o seu perseguidor de forma psicologicamente brutal.

Outro filme que ninguém viu, mas que também, me orgulho de ter pago ingresso e de ter visto no cinema.







Bom Dia, Vietnã, 1987.
 

Um filme “leve” para tratar de um assunto muito sério, a guerra do Vietnã. O astro interpreta um disc jockey, que tem a árdua missão, de tentar animar os soldados americanos com um programa de rádio alegre e descontraído, embalado por canções clássicas do Rock N’ Roll.

A trilha sonora é um personagem do filme. Um personagem muito importante.

O ator despeja carisma ao interpretar o DJ, que a princípio somente se preocupa em entreter os soldados, mas que conforme o tempo vai passando, começa a opinar sobre a barbárie e o despropósito de milhares de jovens estarem perdendo a vida, em uma guerra sem sentido e covarde.

Sempre achei Robin Williams um ator de improviso, e acho que neste filme, ele improvisa muito durante as cenas que transmite o seu programa de rádio, pois nota-se que o ator tem um domínio completo do que está fazendo na frente das câmeras, e ao mesmo tempo, está fora da "zona de conforto", se divertindo enquanto diz palavras e frases que lhe vem à cabeça.

Esse é daqueles filmes clássicos, que fizeram História no Cinema.






A Gaiola das Loucas, 1996.






















O que faz um filme inesquecível? Para mim, são diálogos memoráveis, uma boa direção, um bom roteiro e principalmente, é aquela “aura” mágica que somente alguns filmes conseguem ter, de passar para o espectador, o prazer que os atores estão sentindo em cena. E nesta comédia fantástica, esta “aura” pode ser sentida.

Robin é Armand, um gay dono de boate em Miami, casado com o hilário Nathan Lane (que interpreta o gay mais engraçado que já vi no Cinema), que recebe uma tarefa muito complicada: Seu filho vai se casar com a filha de um senador extremamente conservador (o genial e engraçadíssimo Gene Hackman), e os pais da noiva, querem conhecer os pais do noivo, portanto, Armand tem que fingir ser um típico “machão” religioso, com direito a um crucifixo gigante no meio da sala.

Armand tem que sumir com “a esposa”, mudar sua casa, mudar seu estilo, enfim, tem que se transformar em outra pessoa, para agradar o “Marco Feliciano” americano.

Eu me mato de rir todas as vezes que assisto... se está reprisando na TV por assinatura, eu deixo o que quer que eu esteja fazendo e assisto pela 100621565 vez.

Não tenho como traduzir a piada, e nem fazê-la compreensível em nosso idioma, mas na cena em que a “esposa” de Armand começa a “dar pinta” na frente da família da noiva, e Robin Williams solta um “what about those Dolphins, hum?”, eu passo mal, juro por Deus, eu quase tenho taquicardia de tanto que dou gargalhadas...

Se tu ainda não assistiu, assiste hoje de noite, eu garanto que vai tornar a tua noite muito melhor... e se já assistiu, assiste de novo! É sempre bom demais.




Esta foi a minha maneira de honrar a memória e o trabalho deste “tiozão”, que já faz muita falta.


O céu ficou bem mais engraçado desde ontem.






Abraço.

2 comentários:

  1. Muito bom sinhozinho;
    Não sabia desse lado cômico natural dele e não sabia que o amigo gostava tanto.
    Ficou um texto muito bonito.
    Legal de ver essa sua lista de papéis cômicos e dramático.
    Parabéns maluco!!!
    Abs de Isaura.

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    1. Valeu, Porcina, siga lendo, que eu sigo escrevendo! Abs.

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