quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Trovando Sobre: PÉROLAS “ESCONDIDAS” DOS BEATLES.



Falar sobre a maior banda de Rock de Todos os Tempos, é uma tarefa complicada, pois absolutamente TUDO, já foi dito sobre a magistral obra  de John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr.

Falar sobre os álbuns e a músicas criadas pelo grupo, é quase que uma armadilha, pois a sempre muito elogiada obra (com toda a justiça) dos caras, é constantemente dissecada por qualquer um que ao menos, pense em um dia, em gostar de Rock.

Beatles e Rock são totalmente sinônimos. São interligados.

Pensando nisto, resolvi criar uma pequena lista de músicas fantásticas do quarteto, mas que de alguma forma, não viraram hits, talvez por não terem sido lançadas como compactos (ou singles), e não foram devidamente promovidas pela gravadora, não atingiram o topo das paradas de sucesso, mas que são canções maravilhosas, lindas e que com certeza, muitas bandas dariam seus testículos para serem capazes de criar (Oasis, Blur, Kasabian e Foo Fighters que o digam).

Aqui vai:



Anytime At All, do disco “A Hard Day’s Night”, de 1964.


"Rockão" clássico, com guitarras pegando forte, marcação firme na bateria (e Ringo em um momento “pesado” e melodia acelerada. Na minha opinião, uma das melhores músicas de um álbum repleto de sucessos.

Talvez por estar presente em um álbum que é uma trilha sonora de filme, e não ter sido usada no filme, a música tenha passado batido pela maioria dos fãs.

Sempre lembro de um dia, nos anos 90, quando ainda era vendedor nas lojas Colombo, em São Leopoldo, depois de ter um péssimo dia de trabalho, ouvir “Anytime At All”, no programa “A Hora do Rush”, na rádio 107.1 Pop Rock, e ter aberto um largo sorriso.

É por este tipo de coisa, que eu amo os Beatles.







All I’ve Got Do, do disco “With The Beatles”, de 1963.


Linda balada que segundo a lenda, foi a primeira canção tocada ao vivo para uma platéia por Neil Young, é uma joia, escondida no meio de covers e canções próprias do segundo álbum dos Beatles.

A linha vocal de John Lennon, é ao mesmo tempo suave e enfática, ao cantar a letra, que fala sobre sentir saudades de quem se ama. George Harrison também molda a canção com uma guitarra solo muito bonita... e os backing vocals de Paul McCartney são o complemento perfeito para John, e Ringo Starr usa o chimbal e os pratos da bateria de maneira nada sutil no refrão, deixando a canção ainda mais encorpada.







One After 909, do disco “Let It Be”, de 1971, e no disco "Let It Be... Naked", de 2003.


Este Rock nitidamente inspirado em Elvis, apesar de ser uma composição antiguíssima de Lennon & McCartney, só apareceu no último álbum da banda.

Nas sessões de gravação do disco, a banda tocou muitas coisas, durante jam sessions (inclusive, existe registro dos Beatles tocando Satisfaction, dos Stones!), e John Lennon, de brincadeira, tocou um trecho desta música, e Paul McCartney, de imediato, também começou a tocar a canção, e ambos foram se lembrando aos poucos da letra. A brincadeira foi tão gostosa, que a canção acabou entrando no derradeiro álbum da banda.

One After 909 é um Rock N’ Roll, clássico, básico e simples. Vem direto do coração e das vísceras, como tem que ser, não é mesmo?

Ah, mas opte sempre pela versão do álbum "Let It Be Naked", de 2003, onde a canção está em formato expandido.




Long, Long, Long, do disco “The Beatles”, ou “White Album”, de 1968.


George Harrison sempre foi um compositor excepcional, e esta é só mais uma das muitas provas disto.

Esta canção é quase um mantra, ou uma oração à Deus, um trabalho sutil e belo, onde George faz aquilo que somente MESTRES, sabem fazer... ele faz o “menos” se tornar “mais”.

Sempre achei que os melhores músicos, os grandes artistas, eram operários da canção, pessoas que deixavam o ego “do lado de fora da porta”, e que trabalhavam a canção conforme a mesma pede.

“As canções sempre existiram, elas estão por aí, no ar. O compositor é a pessoa que as pega no ar, e apenas as transcreve para o papel”, disse George certa vez.

Tenho que certeza que com "Long, Long, Long", foi assim.

E Ringo Starr também brilha na canção... seu acompanhamento é perfeito durante a música inteira.

Acho uma das mais lindas e profundas canções de toda a discografia dos Beatles.







Yes It Is, Lado B do compacto de “Ticket To Ride”, e no disco “Past Masters Vol. 1”, de 1988.



Como é que um cara de apenas 25 anos escreve uma letra tão linda e poética sobre um vestido vermelho? Somente um gênio, e talvez a palavra “gênio” seja pouco para descrever John Lennon.

Na canção, Lennon pede que a atual namorada, não vista o vestido vermelho que ela mostra a ele, antes de saírem para uma festa, pois a sua antiga amada, usava vestidos vermelhos, e como ele ainda não esqueceu a “ex”, implora para que a “atual”, não o “torture”, com as lembranças, pois admite que ainda ama a antiga namorada. 

Parece bobo, não é?

Mas o tom melancólico da voz de Lennon, e sua incrível e melódica capacidade de interpretação vocal, fazem de Yes It Is, uma das mais lindas canções de amor dos Beatles.

Relegada a um simples Lado B, ressurgiu em uma coletânea de compactos nunca lançados em disco, para a nossa alegria, como dizia aquela simpática família.




Estas foram minhas “perolas perdidas” dos Beatles, mas o mais legal de tudo, é que fui obrigado a deixar pelo menos, mais umas vinte “pérolas” destas de fora da minha lista.
Beatles é isso, qualidade em quantidades astronômicas.


Este texto é dedicado a uma pessoa muito legal que conheci esses dias, uma autêntica “viking”, bem humorada e muito inteligente, chamada Amanda Soares.



Espero que gostem.




Abraço.

2 comentários:

  1. Ehhhh adoro textos deles, e quando é assim, uma aula gosto mais ainda.
    Todo mundo fala das famosas e conhecidas e um texto como esse mostrando que o desconhecido tmbm é excelente é muito legal.
    Parabéns o da Kombi, ficou muito bom. Abs!!!

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