quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Trovando Sobre: FOO FIGHTERS – FIERGS 21/01/2015.


Existem pessoas que gostam de conforto. Eu adoro conforto, particularmente adoro estar na minha casa, assistindo TV, usando meu banheiro e indo na geladeira quando me der na telha. Ultimamente tenho preferido assistir futebol na TV do que na Arena (desculpem, meu clube não tem um estádio, tem uma Arena).

Algumas pessoas preferem assistir shows de música pela TV, pois acham que “não vale a pena pagar caro para ficar lá atrás, sem poder ver a banda tocar”.

Se tu é desse tipo de pessoa do segundo parágrafo, sugiro não ler o texto abaixo.


Ontem, os Foo Fighters não fizeram um show de Rock em Porto Alegre no estacionamento da FIERGS. Ontem, aquilo foi um culto, uma espécie de catarse coletiva promovida pela música maravilhosa, energética e fodona do Sr. Dave Grohl e seus “comparsas”.

Eu esperava ver ontem, um ótimo show e com uma vibração boa, mas o que vi superou (muito) as minhas expectativas.

Durante 03 horas, os Foo Fighters entretiveram as 37.000 pessoas que compareceram ao evento. Entreter é muito mais do que tocar bem e fazer um show “redondinho”. Entreter é se conectar com a sua plateia de maneira espiritual a ponto de que você saia completamente satisfeito com o que viu, seja a música, seja a postura de palco da banda, seja a escolha das músicas do set list, ou que for. Dave Grohl ontem, fez isto de maneira magistral.


O cara, além de ser extremamente simples, gentil e brincalhão, é um tremendo músico. Não sei como ele aguenta cantar daquele jeito (cuspindo as amídalas) e correndo de um lado para o outro, e ainda brincar com os outros músicos e com a plateia.

Os membros do Foo Fighters, Nate Mendel (baixista), Rami Jaffee (teclados) e os guitarristas Pat Smear e Chris Shiflett são mais “na deles”, a exceção é o excepcional baterista (e cantor) Taylor Hawkins, que assim como Grohl, é um tremendo "arriado" no palco.

O show em si, foi perfeito. As canções foram maravilhosamente escolhidas, hinos como “Something From Nothing”, “The Pretender”, “Monkey Wrench”, “My Hero”, “Learn To Fly”, “Best Of You” e “All My Life”, foram tocadas com um tesão, que só esses caras poderiam ter. Sem contar os magníficos covers tocados (“Detroit Rock City”, do Kiss, “Miss You”, dos Rolling Stones, “Tie Your Mother Down e "Under Pressure" do Queen). Dá para ver que os caras se divertiam de verdade no palco, o que inevitavelmente, também contagia toda a plateia.

Até o sempre temperamental São Pedro colaborou ontem, pois o céu estava encoberto por nuvens, mas sem nada de chuva... clima mais do que perfeito.

O Foo Fighters é uma das poucas e últimas bandas de Rock visceral em atividade. A grande maioria das bandas de hoje em dia, são terrivelmente bunda moles.

No show mesmo isto pode ser comprovado, já que a Comunidade Ninjitsu no palco parecia uma banda de alunos repetentes da 5ª série ensaiando no porão da casa da mãe de algum dos integrantes, e o Kaiser Chiefs, mesmo fazendo um show legal, com boas músicas, sequer chegou próximo de se igualar aos Foo Fighters.


Foi muito legal ver uma família na minha frente e do Rodrigo, (pai, mãe e filho de uns 13 anos). Imaginei quando for a minha família no primeiro show do Vicente... aguenta coração!

Porto Alegre ontem, sediou uma experiência única para quem gosta de passar um pouquinho de trabalho, para ir ver seus ídolos de corpo presente, para quem gosta daquela atmosfera de comunidade que somente quem frequenta shows de música conhece, para quem não troca por nada a sensação de beber uma cerveja ouvindo uma de suas bandas preferidas tocando ao vivo... resumidamente, para quem realmente entende do que se trata o verdadeiro Rock N’ Roll.

Ontem, os Foo Fighters deram uma aula de como se fazer um tremendo show do mais autêntico Rock N' Roll.

Lição aprendida!


Faço dois agradecimentos especiais. Ao meu amigo Rodrigo "Nica" e ao meu filho Vicente, que após muitos pedidos do papai esperou um pouquinho mais para nascer, possibilitando a minha ida ao show. Obrigado pelas parcerias de sempre. 



Um abraço.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Trovando Sobre: SAD MEMORY – BUFFALO SPRINGFIELD.


Uma das mais lindas canções de amor que eu já ouvi. Aliás, uma das canções de amor mais tristes que eu já ouvi. A letra curta e direta, fala sobre um homem que foi abandonado pela mulher que ama, e que está sofrendo muito por conta disso.

Ele recorda os bons momentos que passaram juntos, se recorda das juras de amor, mas decide que precisa seguir em frente com a sua vida, que precisa esquecer a “ex”, e transformá-la em uma “lembrança triste”.

O arranjo é de cortar o coração (com uma navalha velha e enferrujada) de quem ouve. O arranjo simplista e sensível do grande e talentoso Richie Furay é uma moldura linda para a letra cantada com melancolia, saudade e tristeza pelo cantor.

O Buffalo Springfield, contava em sua formação com Richie Furay, Stephen Stills, e um tal de Neil Young (além de mais um baixista e um baterista). Era uma espécie de "time dos sonhos" de guitarristas/cantores/compositores com talento de sobra.



Sad Memory
(Richie Furay)
Álbum: Buffalo Springfield Again
Ano: 1967

Ventos suaves sopram durante o verão
Jovens amantes sentem-se tão livres
Caminham pelas ruas de mãos dadas
O que aconteceu comigo?
O que aconteceu comigo?

Alguma vez você já amou uma garota
Que costumava andar ao seu lado?
Você deve saber exatamente como eu me sinto
Porque eu estou tão triste
Porque eu estou tão triste.

Como posso esquecer aquelas noites?
Quando ela me beijava de forma tão suave e verdadeira
E sussurrava palavras que somente os amantes entendem
Eu te amo
Eu te amo.

Bem, eu já me decidi
Encontrarei uma outra garota que me ame com ternura
Vou esquecer o passado, vou deixá-lo para trás
Para as lembranças tristes
Para as lembranças tristes.

Ventos suaves sopram durante o verão.




Um abraço.

Trovando Sobre: THRASHER – NEIL YOUNG.


Missão quase impossível escolher apenas uma das centenas de músicas maravilhosas e imortais do bardo canadense para tradução. Escolhi “Thrasher”, por sempre ela sempre ter sido tão enigmática e tão forte para mim.

Uma crônica sobre os índios nativo americanos? Uma visão sobre a vida na estrada? Uma comparação entre ambas? Nenhuma das alternativas anteriores? Só Deus e Neil sabem a resposta, já que o artista nunca explicou o real significado da letra dessa deslumbrante canção.

A melodia doce, suave e belíssima é levada apenas ao violão, acompanhado da sempre marcante gaita de boca do astro.

É uma das minhas canções preferidas deste grande pilar do Rock.


Thrasher
(Neil Young)
Álbum: Rust Never Sleeps
Ano: 1979

Eles estavam escondidos atrás dos fardos de feno
Eles estavam plantando durante a lua cheia
Deram tudo que tinham por algo novo
Mas a luz do dia estava sobre eles 
Eles podiam ver os batedores vindo
E água brilhava como diamantes no orvalho.

Eu estava apenas tentando me levantar, pegar a estrada antes dessa luz
Tentando pegar uma hora de sol
Quando eu vi aqueles batedores passando 
À procura de mais do que dois caminhos extensos
Eu estava sentindo que meu dia tinha apenas começado

Onde a águia voa rasante 
Há um antigo rio sinuoso
Pelo desfiladeiro atemporal de mudanças
Onde a insônia aguarda
Eu procurei por meus companheiros 
Que se perderam nas gargantas de cristal
Quando a lâmina sem rumo da ciência reduziu as portas de pérolas.

Foi então que eu soube que já tinha o suficiente
Queimando meu cartão de crédito para o combustível
Saí da calçada, onde ela se transforma em areia
Com uma passagem só de ida para a terra da verdade
Com minha mala na mão
Como eu perdi meus companheiros, eu ainda não consigo entender.

Eles fizeram a melhor escolha
Eles foram envenenados com proteção
Não havia nada que eles precisassem, nada a encontrar
Eles se perderam nos rochedos
Ou tornaram-se mutações em bancos de praças 
Nas calçadas e nas estações 
Eles estavam esperando. 

Então eu fiquei entediado e os deixei lá
Eles eram peso morto  para mim
Foi melhor descer a estrada sem carga
Me recorda a época em que eu tinha oito ou nove anos
Eu assistia a televisão da minha mãe
Era o grande episódio sobre o resgate no Grand Canyon.

Quando o urubu voa raso
Em uma estrada sinuosa de asfalto 
Através de bibliotecas e museus, galáxias e estrelas
Pelos corredores ventosos da amizade
Para a rosa cortada pelo chicote
O hotel dos companheiros perdidos
Espera com piscina aquecida e bar.

Mas eu não estou hospedado lá
Tenho minha própria linha para cavar
Apenas outra linha nos domínios do tempo
Quando os batedores vierem
Eu estarei preso no sol
Como os dinossauros em em santuários
E eu vou saber quando chegar a hora
De entregar o que é meu.



Espero que gostem.

Abraço.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Trovando Sobre: I STARTED A JOKE – BEE GEES.


A tradução de hoje, é a clássica, bela e espiritual canção, “I Started a Joke”, que está no álbum Idea, de 1968, o quinto álbum da banda dos irmãos Barry, Maurice e Robin Gibb.

Certa vez, a Graci e eu estávamos assistindo a um dvd do grupo, que continha legendas, e essa música estava sendo executada, quando a Graci virou para mim e disse: “Nossa, que música triste.”. Eu confesso que nunca pensado na canção dessa forma.

Talvez eu realmente nunca tivesse prestado a devida atenção a linda e enigmática letra.

Neste mesmo dvd, que é um registro de um show televisivo, o apresentador pergunta ao compositor da letra, Robin Gibb, sobre o que fala a canção. Robin diz que não gosta de falar sobre suas composições, revela apenas, que trata-se de “uma canção espiritual" para ele.

A melodia (linda, por sinal) foi uma criação dos três irmãos.  É uma das minhas canções preferidas da banda, que é uma das mais bem sucedidas da história da música pop.


I Started a Joke
(Robin, Barry e Maurice Gibb)
Álbum: Idea
Ano:1968

Eu comecei uma piada
Que fez  o mundo inteiro chorar
Mas eu não reparei
Que a piada era sobre mim

Eu comecei a chorar
O que fez o mundo inteiro rir
Se eu apenas tivesse percebido
Que a piada era sobre mim...

Eu olhei para o céu
Passando minhas mãos sobre os meus olhos
E caí da cama
Machucando minha cabeça com as coisas que havia dito

Até que finalmente, eu morri
O que fez o mundo inteiro viver
Se eu apenas tivesse percebido 
Que a piada era sobre mim...

Eu olhei para o céu
Passando minhas mãos sobre os meus olhos
E caí da cama
Machucando minha cabeça com as coisas que havia dito

Até que finalmente, eu morri
O que fez o mundo inteiro viver
Se eu apenas tivesse percebido 
Que a piada era sobre mim...
A piada era sobre mim.





Um abraço.

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Trovando Sobre: O CÃO BRANCO.


Por indicação do jornalista André Barcinski, de quem sou fã e assíduo leitor, assisti durante o final de semana, a um dos filmes mais inteligentes, instigantes e tristes que já vi em toda a minha vida, “O Cão Branco”, de 1982, dirigido por Samuel Fuller.

Em tempos de refilmagens toscas, filmes ruins baseados em quadrinhos, historinhas sobre dragõezinhos, vampirinhos e bruxinhos bobocas, assistir a um filme como “O Cão Branco”, é um oásis em meio a tanta mediocridade cinematográfica.

A história é a seguinte: Uma aspirante a atriz chamada Julie atropela um pastor alemão albino. Ela imediatamente leva o animal para um veterinário, que trata do cão e diz que se dentro de três dias, se o dono não aparecer, ele será sacrificado no canil municipal.

Após tentar sem sucesso encontrar o dono do belo cão, Julie decide adotar o cachorro, até porque mora sozinha e além da companhia, o cachorro poderia lhe oferecer “proteção”.


Até que Julie descobre que o cachorro que ela adotou é um “cão branco”, um tipo de cão treinado especificamente para atacar (e matar) negros (essa prática de adestramento foi desenvolvida na África do Sul, durante o Apartheid).

Desesperada e aterrorizada, Julie decide procurar um adestrador, pois se apegou ao cão e não quer que ele seja sacrificado. Ela crê que se ele foi ensinado a odiar, ele pode ser “desensinado” da mesma forma.

O único adestrador de animais apto para o trabalho chama - se Keys. Detalhe: Keys é negro.


A partir daí, o filme se torna um manifesto extremamente inteligente sobre o ódio, a intolerância e a ignorância.

Existem vários filmes sobre preconceito racial com um grande status de “conscientes”, “profundos” e “tocantes”, como “A Cor Púrpura”, “12 Anos de Escravidão” e “Amistad”.

Achei “O Cão Branco” superior a todos estes e a muitos outros, por um único motivo. O filme do genial Samuel Fuller não é piegas. Trata do tema de maneira sutil e inteligente, colocando cada cena e cada diálogo a disposição para a reflexão do espectador. Arte é qualquer coisa que te proponha o pensamento crítico e a discussão do que te foi apresentado. E este filme cumpre estes objetivos de maneira sublime.

Li que o filme foi boicotado pela Paramount, estúdio que o lançou, pois os executivos (sempre eles) acharam o filme “impactante e forte demais” para o público. Dezenas de protestos foram feitos (por negros), sob alegação que se tratava de um filme “racista”. Imagino a tristeza de Fuller, um cineasta renomado, que esperava conscientizar e se solidarizar junto a luta pelos direitos civis. Tristeza e decepção devem ter tomado o coração do Diretor.

O filme tem cenas com cargas emocionais pesadíssimas (o treinamento de Keys, o ataque na igreja, o final, que é absolutamente fantástico), que na mão de um diretor menos competente, virariam um dramalhão a la Steven Spielberg.

Fuller mostra durante todo o filme que todo e qualquer preconceito tem como base duas características bem próximas: Ignorância e/ou ódio. Ou o preconceituoso não compreende (ou se nega a tentar compreender), e posteriormente rechaça, por não ter uma capacidade intelectual e até mesmo mental, de respeitar o “diferente”, partindo daí a ignorância. Ou talvez, o preconceituoso odeie porque por achar que é “superior”, e externa essa “superioridade” menosprezando quem ele considera “inferior”. Talvez odeie apenas por alguma frustração íntima, mas sinceramente, as possibilidades são infinitas. 

Particularmente, penso que todo preconceituoso é inseguro (intelectualmente, socialmente, moralmente e sexualmente). Pessoas inseguras, geralmente tem uma visão estreita e radical das coisas, e imploram para serem comandadas, ao inverso de quem é seguro de si.

Nem todo preconceituoso odeia, mas todo preconceituoso é ignorante e inseguro. 



Inacreditavelmente, o filme acabou com a carreira de Samuel Fuller, que após tamanha frustração foi embora dos Estados Unidos, para onde retornou apenas no fim de sua prolífica vida. Fuller é constantemente citado por Martin Scorsese e Quentin Tarantino como grande influência de ambos.

“O Cão Branco” é uma obra contundente, amarga e incômoda de se assistir (custei a dormir após assisti-lo), mas extremamente enriquecedora. 

É um filme que tem que ser visto... hoje, se possível.





Um abraço.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Trovando Sobre: 80 ANOS DE ELVIS PRESLEY.


E aí, meu amigo Elvis, tudo de boa?

Cara, quero te dar os parabéns por essa data tão importante! 80 anos e na ativa, não é para qualquer um, meu querido!

Estava relembrando hoje de manhã, o meu primeiro contato com o teu trabalho... fui visitar o Thiago Côrrea, o “Gordinho”, como os amigos o chamam, e ele colocou o dvd do teu show histórico “Aloha From Hawaii”. Bah, nem sei te dizer o impacto que aquele momento causou em mim. O Thiago começou a contar histórias sobre ti, e as músicas do dvd eram legendadas em português, o que facilitou uma compreensão geral de quem tu é e o que é a tua arte.

Te confesso que até aquele momento, os Beatles eram deuses para mim, e nada estava acima deles. Fiquei atordoado, zonzo e sem chão, pois como eu poderia admitir que existia alguém acima dos meus heróis de até então? E o pior, como é que eu não conhecia esse “alguém”?

Cheguei em casa, e me lembrei que tinha (e tenho até hoje), um disco teu, chamado “For LP Fans Only”, com algumas músicas conhecidas e outras obscuras da tua carreira. Devo ter ouvido umas três vezes seguidas.

Meu mundo era preto e branco, e quando a tua voz saiu das caixas de som, ele ficou colorido.

Tentei imaginar o impacto que tu causou na década de 50, quando não existia um mundo para os adolescentes. Sim, pois só existiam crianças e adultos. Não existia um meio termo... não haviam músicas para adolescentes, não haviam roupas para adolescentes, não havia diversão para adolescentes. Ou tu era criança, e se vestia e vivia como uma criança, ou tu era um adulto e se vestia como um adulto, ouvia músicas para “adultos”. Enfim, uma chatice só.

Até que tu apareceu em 1954, bonitão, cheio de suingue, charme, cantando “That’s All Right”, de uma forma “obscena” (negra), e sacolejando como se estivesse trepando enlouquecidamente com a filhinha linda e virginal da família modelo padrão americano.  Cara, teu impacto deve ter sido uma bomba na cara dos moralistas e chatos de plantão.

Imagino as barras que tu passou, quando tu foi criticado por ser uma “má influência”, e “demoníaco”... logo tu, que era um bom menino, educado, que dizia “senhor” e “senhora” para os mais velhos (mas que adorava uma sacanagem na surdina).

Penso que teu sofrimento ao perder a tua mãe que era a tua melhor amiga e confidente deve ter sido terrível, e nessa época, tu estava longe para piorar ainda mais as coisas, pois tu estava na Alemanha, servindo ao exército americano.

Quando os Beatles surgiram e tu sentiu o baque, deve ter sido igualmente difícil, já que além de estarem na “moda”, eram quatro, tinham um ao outro, e tu sempre encarou tudo sozinho.

Mas Elvis, não existe comparação entre tu e qualquer um que veio depois de ti. A tua influência vai muito além da música, meu amigo... O teu cabelo, as tuas roupas, os teus pensamentos influenciaram TODA a cultura e os costumes “pós Elvis”.


Quanto a tua carreira, e a maneira como tu a conduziu, com a criação do marketing musical, o merchandising, o teu jeito de cantar e dançar, de te vestir no palco e principalmente, a reinvenção artística, são até hoje, a “bíblia” do show business.

Sem blasfêmia, ok?

Estive na exposição aqui, em Porto Alegre sobre ti, e vi os teus pertences e objetos pessoais... foi demais, cara... tu realmente é um cara de estilo! Adorei a tua Harley Davidson, em especial e os jumpsuits... Até pensei em roubar um, mas a cadeia e eu não combinamos em nada!

Fui na apresentação da TCB Band aqui em Porto Alegre também. Bah, em que situação tu me colocou, cara... eu, um marmanjo chorando direto durante as músicas.... ah, o James Burton mandou um alô.

Até hoje coleciono álbuns teus, compro camisetas contigo estampado e a Graci suspira cada vez que vê uma foto tua... mas eu compreendo, tu é um cara bonitão. Mas abre teu olho, hein! Sei bem que a Ann Margret, a Natalie Wood, e trocentas outras não resistiram ao senhor!


Agora cá entre nós e com todo o respeito... a Priscilla era uma coisa de louco quando tu a conheceu, né... ok, ok... já parei!

Meu amigo, hoje aos 80 anos, tu está mais vivo do que nunca, pois as pessoas ainda lhe tem como referência, ídolo e modelo à ser seguido. Eu sei, cara... eu sei que tu nunca quis ser exemplo para ninguém e que tem defeitos, mas a maneira com que tu sempre lidou com as tuas dificuldades e reconheceu teus erros, fazem de ti ainda mais especial e único.

Ah, o Vicente tem um cd chamado “Elvis For Babies”, e já ouviu, inclusive... tu faz parte da família,caro amigo!

Quero te desejar muita paz, muita luz e saiba que tu jamais será esquecido, pois daqui há 300 anos, tua obra ainda será exaltada e teus feitos relembrados.

Tu é e sempre será o Rei (eu sei, Jesus também é o Rei).

Obrigado por tudo, meu amigo Elvis Aaron Presley.





Um abraço do teu amigo Sandro.

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Trovando Sobre: VICENTE, VALENTIM E A MARATONA ROCKY.


Oi, guris... tudo bem aí? Espero que sim.

Faltam alguns dias para nos conhecermos, e é incrível como vocês já fazem parte da nossa rotina lá em casa. 
Chegamos da praia no sábado de noite, e no domingo, resolvi ver o que passava de bom na TV, já que em 2015, eu ainda não tinha visto sequer um filme.

Eis que mudando de canal, eu me deparo com uma “maratona Rocky”, em um canal. Cinco dos seis filmes da franquia sendo exibidos em sequência (a exceção foi o pavoroso Rocky V, mas que vale a pena por aquela cena do Mickey presenteando o Rocky no treino). Todos os filmes na dublagem original, mas que mesmo assim, como  explicarei no futuro, não é o jeito ideal de se ver filmes (sempre, mas sempre mesmo, optem por assistirem os filmes LEGENDADOS).

Mas o mais incrível, o mais legal foi que assistimos juntos. Fiquei comentando contigo, lembram? Te expliquei quem era o que motivava o maior (e mais humano) herói da história do cinema, o grande Robert Balboa, ou Rocky, para os íntimos como nós dois.

Enquanto assistíamos o primeiro filme da saga, “Rocky”, de 1976 em que ele tinha tudo para ser um nada, um ninguém, que nunca foi visto e nunca teve uma oportunidade na vida, até que um dia, ele recebe uma pequena oportunidade de ser um mero coadjuvante para que outro se sobressaia, mas que mesmo com medo (psicológico e até físico), ele agarra aquela oportunidade, e se torna o protagonista da história, de azarão, ele vira o jogo e mostra o valor dele, o valor de um homem de verdade. 

“Rocky” (especialmente o primeiro filme, não é um filme sobre boxe, mas sim, um filme sobre o espírito humano e sua nobreza... e  sobre a vida, e como ela pode ser dura). Te disse que mesmo quando não se “ganha”, o orgulho, a honra e a sensação de satisfação de dar o teu melhor, é o que mais vale.


Durante o segundo filme de 1979, “Rocky II – A Revanche”, vimos que as vezes, não podemos permitir que ninguém nos diga o que fazer, que não podemos procurar nos outros, as respostas para a nossa vida. Somos o que somos e temos que fazer o que devemos fazer, não porquê é mais fácil, ou porquê isso vai nos abrir portas, ou mesmo nos gerar curtidas no facebook... mas porquê é a coisa certa a se fazer. O único respeito que importa, é o auto respeito. Apoio é uma coisa necessária na vida, ainda mais de quem nos ama, mas somente nós mesmos somos responsáveis por nossas vidas.


“Rocky III – O Desafio Supremo”, é sobre não se acomodar, não abaixar nunca a guarda para o mundo, pois se tu te achar esperto demais, bonito demais, auto suficiente demais, alguém vai vir e puxar o teu tapete. Tu nunca pode estar completamente satisfeito meu filho, seja de amor, grana, ou profissionalmente. Outra lição importante é que ninguém é eterno, todos temos que criar asas e em algum momento, voar sozinhos. Essa hora de alçar voo vai chegar pra vocês também, mas não esquentem, vou te preparar vocês para esse dia. E voarei com vocês, mesmo que à distância.


O valor da amizade verdadeira. “Rocky IV”, fala disso. Repassamos toda a história da amizade do Rocky e do Apollo, e  expliquei os motivos que levaram o Rocky a honrar a memória do amigo. 

Meus filhos, na vida, vocês vão encontrar muita gente ruim, má e dissimulada, não vou poder  protegê - los dessa gente... ás vezes eu não consigo sequer proteger a mim mesmo desses tipos! Mas saibam que nada tem mais valor nessa vida do que a amizade. Uma pessoa que realmente goste de ti e te aceite, do jeito que tu é, com teus defeitos, qualidades, manias e pensamentos. Esse é o grande desafio da vida, meu filho. Conquistar amigos verdadeiros.

Amizades verdadeiras e ao menos um amor igualmente verdadeiro devem ser as metas principais durante nossa passagem nesta vida.


Vocês tem que estarem dispostos a ir pra Rússia enfrentar um gigante de 2 metros de altura, mas procure te cercar de pessoas que tu saiba que fariam o mesmo por ti.

Vou  contar um segredo, ok? Procure ter amigos que tu admire, não escolha amigos pelas comodidades que eles possam te oferecer, escolha amigos pelos que eles são, não pelo que tem.

E o por fim, assistindo “Rocky Balboa”, ou “Rocky VI”, vimos que o mundo não é um lugar feito de sol e arco íris, vimos que o mundo é um lugar feio e duro, e que vai te bater e tentar te colocar de joelhos, que a gente tem que manter a esperança, e sem apontar culpados nas nossas derrotas, covardes culpam os outros pelos seus fracassos, mas sabemos que tu é melhor do que isso. A gente aprendeu com o Rocky que o importante não é bater de volta no mundo, que o importante não é bater com força nos adversários, mas que o que importa de verdade, é o quanto tu pode aguentar e seguir em frente, o quanto tu pode levar “porradas” e não parar.  Resiliência meu filho, é a chave. Esse é o caminho das vitórias na vida.

A mamãe foi muito legal e importante nessa nossa “maratona”, pois ela ficou o tempo todo só ouvindo a nossa conversa e de vez em quando, dando um sorrisinho, pois como sabemos, ela é “durona”.

Faremos gato e sapato dela, ok? Mas esse é outro segredinho nosso.

Eu estou contando os minutos para abraçar vocês, meus filhos... eu te amo tanto vocês, que ás vezes faço papel de bobo, como agora, de olhos marejados enquanto atualizo esse texto pra vocês.

Vocês são o meu melhor, e eu amo vocês, Vicente e Valentim.

Um beijo.

Do papai Sandro.


*Atualizado em 17/10/2020