terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Trovando Sobre: SHELTER FROM THE STORM – BOB DYLAN.


Hoje, darei início a uma nova “série”, aqui do blog. Temos séries sobre gibis, filmes, discos, entre outras maravilhas. Hoje darei início a uma série sobre canções do Rock. Mais especificamente, as mais lindas e importantes canções da história do Rock, com enfoque na letra da obra.

E para começar muito bem, trarei uma canção traduzida por mim, de um dos maiores compositores de todos os tempos, Bob Dylan.

A proposta aqui, é que eu traduza a canção com as minhas palavras, buscando ser fiel ao meu jeito de escrever e falar, mas também mantendo a essência do que o compositor escreveu. Não darei detalhes sobre a composição, ou os fatores que contribuíram para a criação da canção, deixarei isto a cargo da imaginação e da sensibilidade de cada leitor.



Shelter From The Storm
(Bob Dylan)
Álbum: Blood on The Tracks
Ano: 1975


“Foi em uma outra vida
Uma vida de trabalho duro e sacrifícios
Quando trevas eram virtude
E a minha estrada estava coberta de lama
Eu estava só
Uma criatura vazia de formação
"Pode entrar" ela disse
"Lhe darei abrigo da tempestade."


E se eu passar por aqui novamente
Pode ficar sossegado
Eu sempre farei o meu melhor para ela
Eu lhe dou a minha palavra
Em um mundo onde a morte tem olhos de aço
E homens estão matando para se manterem aquecidos
"Pode entrar" ela disse
"Lhe darei abrigo da tempestade."


Nenhuma palavra foi dita entre nós
Havia pouco risco envolvido
Tudo até aquele ponto
Foi deixado sem resolver
Tente imaginar um lugar
Onde é sempre seguro e aquecido
"Pode entrar" ela disse
"Lhe darei abrigo da tempestade."


Eu estava exausto
E enterrado no granizo
Envenenado, jogado nos arbustos
E fora dos trilhos
Caçado pelos crocodilos
Devastado no meio da plantação
"Pode entrar" ela disse
"Lhe darei abrigo da tempestade."



E de repente eu me viro
E ela está ali de pé
Com braceletes de prata nos seus pulsos
E flores em seu cabelo
Ela se chegou a mim tão graciosamente
E retirou minha coroa de espinhos
"Pode entrar" ela disse
"Lhe darei abrigo da tempestade."


Agora existe um muro entre nós
Algo se perdeu
Fiquei mal acostumado demais
Não entendi os sinais
E pensar que tudo começou
Em uma longa e distante manhã
"Pode entrar" ela disse
"Lhe darei abrigo da tempestade." 


Bem, o homem da lei anda sobre pregos
E o pastor cavalga em um morro
Mas nada disso realmente me importa
Somente a ruína em que me encontro
E o agente funerário caolho
Que sopra uma melodia fútil
"Pode entrar" ela disse
"Lhe darei abrigo da tempestade." 


Eu já ouvi bebês recém nascidos
Chorando como pombos tristes
E anciões banguelas
Largados sem amor
Se eu entendo a sua pergunta, cara?
Para sempre sem esperança e desamparado?
"Pode entrar" ela disse
"Lhe darei abrigo da tempestade." 


Em uma pequena vila no alto do morro
Eles negociam as minhas roupas
Já eu, negociei a minha salvação
Eles me deram uma dose letal
Eu lhes ofereci minha inocência
Fui pago com desprezo
"Pode entrar" ela disse
"Lhe darei abrigo da tempestade."


Bem, agora estou morando em um país estrangeiro
Mas qualquer dia desses, cruzo a fronteira
A beleza caminha pelo fio da navalha
Algum dia, terei a minha vez
Se eu ao menos pudesse voltar o relógio
Para quando Deus e ela nasceram...
"Pode entrar" ela disse
"Lhe darei abrigo da tempestade. ".




Espero que gostem.


Um abraço.

2 comentários:

  1. Adorei a nova série, pois assim, falta de assunto para fazer um texto novo é que não vai ter!!!
    Parabéns pelos textos e pelas brilhantes ideias malucão.
    Abraços!!!

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