quarta-feira, 9 de julho de 2014

Trovando Sobre: PORQUÊ NÃO TORÇO PARA A SELEÇÃO DA CBF.


Ontem tive um dos dias mais prazerosos da minha vida. Testemunhei um “massacre futebolístico” pela televisão.

Ontem vi a seleção da Alemanha, golear a seleção da CBF pelo inacreditável placar de 7x1.

Me refiro a “seleção” da CBF, pois não acredito que esta “seleção” represente o país... ela representa uma empresa, chamada Confederação Brasileira de Futebol, que tem diretores, assessores, publicitários (argh!), office boys, e toda a gama de funcionários.

Uma “seleção” que tem 90% de jogadores que jogam em times do exterior (na maioria, são jogadores reservas destes times estrangeiros), e que em muitos casos, atuaram pouquíssimo tempo no futebol brasileiro, ou nunca sequer aturam aqui no Brasil.

Esta “seleção” que tem um capitão que chora como uma guriazinha de nove anos quando não ganha balas de goma dos pais, porque está “tenso” durante uma cobrança de pênaltis (sendo que o mesmo capitão NÃO assistiu as cobranças e pediu para ser poupado de cobrar a sua respectiva penalidade).

Corajoso, né... tudo a ver com o que uma braçadeira de capitão representa.

A “grande” seleção que perde UM jogador e que se desmantela igual a um castelo de cartas no vento... jogador este, que sofreu uma falta violenta de um jogador colombiano, mas nada além do que a própria seleção da CBF mostrou em campo contra a já citada Colômbia, onde um revezamento de faltas desleais foi criado para agredir o melhor jogador da seleção adversária.

Que time (nem falo de seleção) pode ganhar sem treinos táticos e de fundamentos de futebol, ou então, tendo treinos abertos a visitas de pseudo atrizes globais e de apresentadores de televisão que fazem da miséria humana, uma espécie de "jeitinho de aumentar o ibope”?

Loucura, loucura, não é mesmo?

Todos procuram agora “O” culpado... e eu só consigo pensar em dois.

O treinador, que é ex treinador desde 1998, pois em uma espécie de arrogância crônica, acha que sabe tudo sobre qualquer assunto que envolva futebol, que não precisa aprender e nem acompanhar as constantes evoluções na maneira de se disputar partidas de futebol em alto nível. Um “brucutu”, que quando ganha, parece um pintinho no lixo, de tanta alegria, mas que quando perde, culpa os jornalistas, o céu, as estrelas... tudo e todos são culpados, menos ele.

Ontem não conta... pois fazer a linha de “paizão” na frente das câmeras perante o maior fiasco da história das Copas é muito “nobre e honrado” pra inglês ver... ou alemão rir, sei lá.

Sentimentalismo tão falso quanto as propagandas do Big.

O segundo culpado é o torcedor.

Se bem que, a seleção da CBF não tem torcedores... tem patriotas.

Eu não posso ser considerado patriota, pois não torço para a seleção da CBF, inclusive, recebi convites para deixar o país, pela minha “falta de amor ao Brasil”.

Mas o mais irônico, o mais engraçado, e talvez, o mais triste, é que ontem, os mesmos "patriotas" que se dizem amantes da pátria e da seleção da CBF, diziam-se envergonhados, tristes, irritados e decepcionados pela humilhação imposta pelo futebol primoroso da seleção alemã.

Amigos... temos de agradecer aos alemães por terem nos “aliviado” ontem... um placar justo, seria de 9 x 0.

Mas voltando aos “patriotas de ocasião”, me pergunto, onde estavam estes “patriotas” nas manifestações de junho do ano passado, quando milhares de verdadeiros PATRIOTAS lutavam por direitos sociais mais benéficos para todos?

Aonde estavam estas patéticas criaturas?

Amo o meu país, e trocaria todos os títulos do meu clube de coração e desta pretensa “seleção brasileira” por mais justiça social no Brasil, e por isso, não me identifico com pessoas que não tem a capacidade de discernir que a seleção da CBF, representa o que o país tem de pior. A seleção da CBF parece um bando cantores de funk ostentação, com uma gorda conta bancária, que não terminaram o primário e que não dão R$ 10,00 para ajudar ninguém.

Todas as pessoas que foram contra esta seleção “brasileira” foram contra o senso comum da maioria, que se engana, que vive em um mundo de fantasias à parte.

Não é uma questão de ser “do contra”, é uma questão de não aceitar hipocrisia, de não aceitar estádios faraônicos, em um país onde certas regiões não possuem saneamento básico, onde existem analfabetos em pleno século XXI. Onde ainda se morre de fome.

Gostaria muito de poder torcer para uma seleção aguerrida, humilde, que visita projetos sociais, que doa renda para instituições, que promove a inserção social, que joga um futebol bravo, com raça e inteligência, enfim, eu adoraria torcer para brasileiros que sabem o que significa representar o povo brasileiro, diferente de representar um grupo de mafiosos que colocariam Don Vito Corleone no chinelo.

Lembrei de uma frase do personagem John Rambo, que disse certa feita: “Odiar o meu país?
Eu amo o meu país... eu morreria por ele. Eu apenas quero que o meu país me ame, como eu o amo”.


                               


Obrigado Alemanha, pela lição de humildade.



Auf Wiedersen.



2 comentários:

  1. PERFEITO caro amigo.
    Tu agora foi profissional, colocou o dedo na ferida mesmo e mostrou o pq dessa hipocrisia toda em torno dessa ´´seleção´´.
    Foi muiiiito prazeroso ver o fiasco de ontem e ver que tem muita gente hipócrita nesse muito.
    De coração, parabéns tu foi muito feliz nesse texto, foi brilhante.
    Orgulho me define quando lembro do amigo que tenho. Abraço

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    1. Valeu, galo de pouca língua... Estamos aí, tentando... Abraço.

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