Ontem tive um dos dias mais prazerosos da minha vida.
Testemunhei um “massacre futebolístico” pela televisão.
Ontem vi a seleção da Alemanha, golear a seleção da CBF pelo
inacreditável placar de 7x1.
Me refiro a “seleção” da CBF, pois não acredito que esta “seleção”
represente o país... ela representa uma empresa, chamada Confederação
Brasileira de Futebol, que tem diretores, assessores, publicitários (argh!), office boys, e toda a gama de
funcionários.
Uma “seleção” que tem 90% de jogadores que jogam em times do
exterior (na maioria, são jogadores reservas destes times estrangeiros), e que
em muitos casos, atuaram pouquíssimo tempo no futebol brasileiro, ou nunca sequer aturam aqui no Brasil.
Esta “seleção” que tem um capitão que chora como uma
guriazinha de nove anos quando não ganha balas de goma dos pais, porque está “tenso” durante
uma cobrança de pênaltis (sendo que o mesmo capitão NÃO assistiu as cobranças e
pediu para ser poupado de cobrar a sua respectiva penalidade).
Corajoso, né... tudo a ver com o que uma braçadeira de
capitão representa.
A “grande” seleção que perde UM jogador e que se desmantela
igual a um castelo de cartas no vento... jogador este, que sofreu uma falta
violenta de um jogador colombiano, mas nada além do que a própria seleção da CBF mostrou
em campo contra a já citada Colômbia, onde um revezamento de faltas desleais
foi criado para agredir o melhor jogador da seleção adversária.
Que time (nem falo de seleção) pode ganhar sem treinos
táticos e de fundamentos de futebol, ou então, tendo treinos abertos a visitas de
pseudo atrizes globais e de apresentadores de televisão que fazem da miséria
humana, uma espécie de "jeitinho de aumentar o ibope”?
Loucura, loucura, não é mesmo?
Todos procuram agora “O” culpado... e eu só consigo pensar em
dois.
O treinador, que é ex treinador desde 1998, pois em uma espécie
de arrogância crônica, acha que sabe tudo sobre qualquer assunto que envolva futebol, que não precisa aprender e nem
acompanhar as constantes evoluções na maneira de se disputar partidas de futebol em alto
nível. Um “brucutu”, que quando ganha, parece um pintinho no lixo, de tanta
alegria, mas que quando perde, culpa os jornalistas, o céu, as estrelas... tudo
e todos são culpados, menos ele.
Ontem não conta... pois fazer a linha de “paizão” na frente
das câmeras perante o maior fiasco da história das Copas é muito “nobre e
honrado” pra inglês ver... ou alemão rir, sei lá.
Sentimentalismo tão falso quanto as propagandas do Big.
O segundo culpado é o torcedor.
Se bem que, a seleção da CBF não tem torcedores... tem
patriotas.
Eu não posso ser considerado patriota, pois não torço para a
seleção da CBF, inclusive, recebi convites para deixar o país, pela minha “falta
de amor ao Brasil”.
Mas o mais irônico, o mais engraçado, e talvez, o mais
triste, é que ontem, os mesmos "patriotas" que se dizem amantes da pátria e da seleção da
CBF, diziam-se envergonhados, tristes, irritados e decepcionados pela humilhação
imposta pelo futebol primoroso da seleção alemã.
Amigos... temos de agradecer aos alemães por terem nos “aliviado”
ontem... um placar justo, seria de 9 x 0.
Mas voltando aos “patriotas de ocasião”, me pergunto, onde
estavam estes “patriotas” nas manifestações de junho do ano passado, quando
milhares de verdadeiros PATRIOTAS lutavam por direitos sociais mais benéficos
para todos?
Aonde estavam estas patéticas criaturas?
Amo o meu país, e trocaria todos os títulos do meu clube de
coração e desta pretensa “seleção brasileira” por mais justiça social no Brasil,
e por isso, não me identifico com pessoas que não tem a capacidade de discernir
que a seleção da CBF, representa o que o país tem de pior. A seleção da CBF
parece um bando cantores de funk ostentação,
com uma gorda conta bancária, que não terminaram o primário e que não dão R$
10,00 para ajudar ninguém.
Todas as pessoas que foram contra esta seleção “brasileira”
foram contra o senso comum da maioria, que se engana, que vive em um mundo de fantasias à
parte.
Não é uma questão de ser “do contra”, é uma questão de não
aceitar hipocrisia, de não aceitar estádios faraônicos, em um país onde certas
regiões não possuem saneamento básico, onde existem analfabetos em pleno século
XXI. Onde ainda se morre de fome.
Gostaria muito de poder torcer para uma seleção aguerrida,
humilde, que visita projetos sociais, que doa renda para instituições, que
promove a inserção social, que joga um futebol bravo, com raça e inteligência, enfim, eu adoraria torcer para
brasileiros que sabem o que significa representar o povo brasileiro, diferente de
representar um grupo de mafiosos que colocariam Don Vito Corleone no chinelo.
Lembrei de uma frase do personagem John Rambo, que disse certa
feita: “Odiar o meu país?
Eu amo o meu país... eu morreria por ele. Eu apenas
quero que o meu país me ame, como eu o amo”.
Obrigado Alemanha, pela lição de humildade.
Auf Wiedersen.
PERFEITO caro amigo.
ResponderExcluirTu agora foi profissional, colocou o dedo na ferida mesmo e mostrou o pq dessa hipocrisia toda em torno dessa ´´seleção´´.
Foi muiiiito prazeroso ver o fiasco de ontem e ver que tem muita gente hipócrita nesse muito.
De coração, parabéns tu foi muito feliz nesse texto, foi brilhante.
Orgulho me define quando lembro do amigo que tenho. Abraço
Valeu, galo de pouca língua... Estamos aí, tentando... Abraço.
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