Marlon Brando foi o maior ator de todos os tempos na
História do Cinema. Não apenas eu, mas De Niro, Pacino, Nicholson, Redford,
Hoffman, e tantos outros o consideram a maior referência no quesito
interpretação.
Foi ídolo de Elvis Presley, desafeto de Sinatra e amou e foi amado por deusas do porte de Ava Gardner, Marilyn Monroe, Vivien Leigh, Pier Angeli e Ursula Andress entre tantas.
Foi ídolo de Elvis Presley, desafeto de Sinatra e amou e foi amado por deusas do porte de Ava Gardner, Marilyn Monroe, Vivien Leigh, Pier Angeli e Ursula Andress entre tantas.
Atualmente estou lendo a arrasadora biografia, “Brando - Canções
Que Minha Mãe Me Ensinou”, sobre a vida do astro, (e co escrita por ele) e está sendo uma experiência muito
prazerosa (apesar dos detalhes sobre o alcoolismo de sua mãe e o descaso de seu
pai com a família).
Brando foi aluno do famoso "Actor’s Studio”, em Nova Iorque e teve aulas com a renomada e
icônica professora da interpretação Stella Adler, a quem Brando demonstra
profundo respeito e consideração. Brando foi pioneiro no “método”, criado por Constantin Stanislavsky e aperfeiçoado pela professora, que era, basicamente um método de
atuação onde as emoções pessoais do ator eram transportadas e usadas na emoção
necessária ao personagem.
Por exemplo, se o ator interpretasse um gari, ele
trabalharia um mês como gari, para entender e buscar a emoção e os sentimentos
básicos do personagem em sua própria personalidade.
Por esta leitura estar me proporcionando tanta satisfação, resolvi “celebrar” este momento, listando aqui, meus filmes favoritos do ator.
São eles:
O Selvagem, 1953.
O filme que inspirou o visual clássico do Rock N’ Roll
(jeans, camiseta e jaqueta de couro). Brando interpreta Johnny, o líder de uma
gangue de motoqueiros chamada “Beetles”,
nome que inspirou uma certa “bandinha” inglesa...
Brando coloca humanidade e até mesmo sensibilidade no papel,
interpretando um delinquente, que por fora, aparenta brutalidade e violência,
mas que por dentro, em seu íntimo, é apenas um cara desorientado na vida, que
procura desesperadamente por afeto.
O filme não é, digamos, um primor de roteiro e direção, mas
a atuação de Brando é imortal.
Uma Rua Chamada Pecado, 1951.
O papel que elevou Brando ao status de ícone de beleza e
sensualidade masculina. Ao interpretar o
personagem Stanley Kowalski, que era um bruto, beberrão, que vivia ás turras,
com a esposa, mas que se entendia com ela na cama, Brando imortalizou sua
figura usando uma camiseta e gritando “Steeeeellaaaaaa!!!!” no meio da rua, em
uma cena do filme.
Vivien Leigh que interpreta sua cunhada no filme, dizem que
além de encenar uma forte atração pelo personagem, a sentiu na vida real pelo
ator.
O filme foi o primeiro grande papel de Brando no cinema, já
que há alguns meses, Brando interpretava Kowalski no teatro, e foi escolhido
para representar o personagem na versão para o cinema.
Viva Zapata!, 1952.
Brando interpreta o líder revolucionário mexicano Emiliano
Zapata, neste brilhante filme, que tem como seu coadjuvante, o também genial
ator Anthony Quinn.
Sob o comando do grande diretor Elia Kazan (e parceiro em
outros filmes), Brando consegue algo extremamente raro na arte da
interpretação, ele se torna a figura de Zapata, literalmente. Já vi fotos e
gravuras de Zapata em livros de História, mas para mim, quando penso no
revolucionário mexicano, me vem a figura de Brando à cabeça.
Brando em uma atuação quase que “espírita”, interpreta
Zapata desde a adolescência, até a vida adulta, de forma impecável.
A atuação de Brando é memorável, e ele sempre disse ter
gostado muito de interpretar o papel.
Sindicato de Ladrões, 1954.
Para mim, uma das maiores atuações de Brando e do Cinema. O
ator encena a vida de Terry Malloy, um ex boxeador que agora trabalha de
cobrador de agiotas, que comandam um sindicato de estivadores no porto da
cidade.
A cena que Brando chega ao terraço onde cria pombos, e vê os
mesmos mortos por vingança, e cai em um choro desesperado é indescritivelmente
bela e pungente... todos os “atores” da Rede Globo deveriam ser obrigados a
assistir esta cena 1400 vezes, antes de pensarem em atuar em frente a uma
câmera.
A cena no carro, onde confronta seu irmão, que foi enviado
para mata-lo é outro grande momento da História do Cinema, pois além de Brando,
o estupendo ator Rod Steiger brilha junto com o astro.
A beleza “indecente” e a ótima atuação da atriz Eva Marie
Saint, são outros pontos fortes do filme.
Sindicato de Ladrões é com certeza, um momento sublime na
carreira do astro.
O Poderoso Chefão, 1972.
O ponto mais alto da carreira artística de Marlon Brando Jr.
Depois de um período nebuloso na carreira, e na vida
pessoal, como uma fênix, Brando ressurge de suas próprias cinzas, neste que é
considerado pelos críticos especializados, O Maior Filme Americano de Todos os
Tempos.
Brando não foi a primeira opção do estúdio, mas o diretor
Francis Ford Coppola, foi irredutível na preferência por Marlon Brando no papel
de Vito Corleone.
Com fama de difícil e temperamental, Brando era “persona non
grata”, em Hollywood na década de 70, mas para o bem da humanidade, ele pode
demonstrar todo o seu talento dando vida ao mafioso mais conhecido (e amado) do
Cinema.
Acho que todo ser humano tem o dever de assistir os três filmes
da saga “O Poderoso Chefão”, ao menos uma vez na vida... é uma espécie de “manual
para a vida”.
Marlon Brando era um homem cheio de incertezas e
inseguranças, que durante a vida, amou de maneira intensa e sincera, apenas uma
pessoa, a sua própria mãe. Não me coloco na posição de juiz moral do homem, me
coloco apenas na posição de grande admirador da arte, deste, que mesmo com
tantos defeitos e falhas em seu caráter, foi pioneiro na luta pelos direitos
civis de negros, índios, judeus, e foi uma das primeiras personalidades
públicas a defender causas ecológicas e criticar o culto sem limites a fama e a "indústria das celebridades”.
“Sempre fiquei admirado com as
propriedades da natureza humana que conseguem transformar uma multidão numa
corja. Por algum motivo, queiram ou não, certas celebridades são tratadas
como se fossem messias e são transformadas em mitos que afetam os mais profundos
anseios e necessidades das pessoas. Acho hilariante o fato de o governo
americano ter colocado num selo o rosto de Elvis Presley, que morreu porque tomou uma
overdose de drogas. Os fãs dele não mencionam isso porque não querem renunciar
ao seu mito. Deixam de lado o fato de Elvis ter sido viciado em drogas e
afirmam que ele inventou o Rock n’ Roll, quando na verdade ele o retirou da
cultura negra; os negros já cantavam assim havia muitos anos, até que surgiu um
branco que os imitou e se transformou em astro.
É claro que a formação de mitos não se limita às celebridades
nem aos líderes políticos. Todos nós criamos mitos relacionados aos nossos
amigos e também aos nossos inimigos; não podemos evitar isso. Não importa se se
trata de Michael Jackson ou de Richard Nixon: nós acorremos instintivamente em
defesa deles porque não queremos ver os nossos mitos destruídos.
Nós inventamos qualquer desculpa para conservar os mitos que
gostamos muito, mas o inverso também é verdadeiro; quando não gostamos de uma
pessoa resistimos inflexivelmente a mudar de opinião, mesmo quando alguém nos
mostra a sua integridade, porque é de importância vital mitificarmos deuses e
demônios de nossa vida”.
Um abraço.
Como sempre incrível.
ResponderExcluirÉ tão legal ver um texto seu de uma pessoa que vc fala tanto no dia a dia, legal ler um texto de um ídolo seu, me faz lembrar do texto do Elvis!!!
O talento dele é assustador pra mim, encanta mas parece ser até meio psicótico, hahahaha
Talento tmbm tem o amigo,que escreve como poucos. Parabéns pelo talento e por utiliza-lo tão bem!!!
Valeu, pequena língua... um abraço do tamanho de Portão pra ti.
ResponderExcluirAlem do talento grandioso da beleza estonteante sempre admirei a personalidade de Marlon brando ! Vivemos num tempo em que qualquer atorzinho meia boca eh posto num pedestal e aclamado como o grande astro ou que qualquer carinha insípida eh glorificada como sex symbol! Que falta brando faz! Ele Montgomery Clift Burt Lancaster Gregory Peck Steve McQueen atores de verdade homens de verdade!
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