Sem rodeios, ok?
O “jogo” já estava ganho quando eu estava indo para Porto Alegre, no Auditório Araújo Vianna, ver o espetáculo (sim, espetáculo, pois não foi um mero show da clássica TCB Band, a banda que fielmente acompanhou Elvis durante muitos anos... Foi muito mais que isto), pois no caminho, ouvindo Elvis no rádio do carro, eu já dei uma “choradinha de leve”.
Quem me conhece sabe, o quanto admiro a Arte e a pessoa que foi Elvis Presley.
Eu sou mega, hiper, super “manteiga derretida”, quando se tratam de duas coisas: Animais machucados, e/ou maltratados e qualquer coisa que se refira a Elvis Aaron Presley.
Depois das “pataquadas” da “organização” da produtora local (por duas vezes, mudaram o local da apresentação, e isso sem aviso prévio a quem comprou os ingressos), a Graci e eu chegamos cedo no Araújo Viana, local finalmente escolhido para que a celebração da obra do MAIOR ARTISTA DO SÉCULO XX, pudesse acontecer de fato.
Desde mais ou menos, 16:00 horas da tarde, eu sentia uma ansiedade tremenda. Antes desse horário, eu até que estava tranqüilo, mas depois... Eu senti a pressão.
Chegamos lá, e esperamos cerca de meia hora para entrarmos no AV. Eu estava uma pilha de nervos, mas era uma coisa diferente... Um misto de tensão e alegria, pois eu sabia que ia presenciar algo histórico, imortal, uma coisa que iria fazer a diferença na minha vida.
Os fãs de Elvis são um espetáculo à parte. Eu vi uma menina vestida dos pés à cabeça como o Astro, no magnífico show “Aloha From Hawaii”. Uma mãe levou seu filho de no máximo, seis anos de idade também, vestido como o Rei.
Sósias de Elvis, eu vi uns quatro ou cinco. Sentada na minha frente, estava uma senhora de uns cinqüenta anos, com uma grande tatuagem do rosto de Elvis, no ombro direito... Conversei muito com essa senhora e ela era uma autêntica fã, que além da tatuagem, sabia muito da trajetória do Rei do Rock N’ Roll.
Tudo bem, tudo muito legal, mas eu continuava nervoso.
Uma voz no alto falante avisa: “Faltam dez minutos para o início do espetáculo!”. Eu já tinha tomado uma Heineken, mas ali, naquela hora, eu vi que precisava de mais uma.
Estou saindo da fila do bar, e aquela voz nos altos falantes diz, sem dó e nem piedade de mim: “Faltam cinco minutos para o início do espetáculo!”. Decidi que além das Heinekens, eu precisava ir no banheiro...
Cheguei ao meu lugar, e exatamente na hora que eu me sento, apagam-se as luzes do lugar...
Aí, eu literalmente gelei.
O telão começa a mostrar imagens sobre o espetáculo, e a orquestra (sim, tinha uma mini orquestra tocando no espetáculo) começa a tocar a introdução dos shows do Rei, o tema do filme “2001 – Uma Odisséia no Espaço”, a canção “Also Sprach Zarathustra".
Quando vi a gigantesca imagem de Elvis “entrando no recinto”, eu gelei de novo. Já disse no início deste texto que sou manteiga derretida, então obviamente, derramei mais algumas lágrimas nesse momento (durante a música "If I Can Dream", eu quase pedi um lenço emprestado.... Sou bobo né, fazer o quê?).
Eu não conseguia falar. Eu juro por Deus, e por tudo que é mais sagrado, que eu não conseguia falar. Eu tentei falar alguma coisa para a Graci, mas eu não conseguia.
Durante as quatro primeiras músicas, eu não conseguia falar, mas também, ver a TCB Band tocando ali, na minha frente hinos como “Johnny B. Goode” e “Burning Love", era surreal demais.
Mas eu ainda não falava e estava nervoso, até que acontece uma falha técnica em “Welcome To My World”, e o show tem de ser interrompido.
Eu jamais pensei que ia ficar feliz por acontecer um erro, e por alguns minutos a festa ser interrompida... Daí, eu tive tempo para pensar, e aí, eu vi o porquê do meu nervosismo.
Eu estava procurando por Elvis no palco.
Aí, finalmente, consegui falar e contei isso pra Graci. Ela só balançou a cabeça e riu. Típico dela...
Quando o problema foi resolvido, eu consegui me situar e aí, pude entender que eu estava em um espetáculo onde alguns membros “sobreviventes” da TCB Band (o pianista Glenn Hardin, o baterista Ronnie Tutt, o lendário guitarrista James Burton e o maestro Joe Guercio) prestavam um tributo ao gênio inigualável de Elvis.
Ver James Burton ao vivo foi outro caso à parte. O cara é um dos guitarristas mais versáteis e influentes da história do Rock N’ Roll, sem contar que é o maior "tocador" de Fender Telecaster do mundo! É “monstruoso” o que ele faz com uma guitarra tão simples nas mãos.
Ver as Sweet Inspirations também foi lindo, pois se tratam das lendárias (e animadíssimas) cantoras que faziam backing vocals para o Rei. Os Stamps, igualmente lendário grupo gospel que acompanhava Elvis, cantaram a capella, “Sweet, Sweet Spirit”, e por pouco, não derrubaram o teto do AV, tamanha a força da interpretação.
Depois vieram canções “arrasa quarteirões” como “Just Pretend”, “Bridge Over Troubled Water”, “Love Me Tender”, “My Way”, “In The Guetto”, “You’ve Lost That Lovin’ Feelin’”, “Don’t Be Cruel”, "If I Can Dream", “Suspicious Minds” e até surpresas maravilhosas como “Sweet Caroline” e “What Now My Love”… Um sucesso atrás de outro. Não sei de nenhum outro artista, que tenha tantos “hits” em sua carreira, creio que somente os Beatles se comparem.
Esse ano foi muito especial, pois além deste soberbo espetáculo, pude comparecer na “Elvis Experience”, exposição com objetos pessoais do Rei... Durante esse ano cheguei o mais perto possível do meu grande ídolo, o cara que muitas vezes, foi minha inspiração, meu modelo, e não falo do artista e cantor, mas sim, do ser humano que Elvis foi.
Como é que pode... Eu sinto falta de uma pessoa que eu nunca conheci, que morreu antes de eu nascer.
Mas eu sinto... Imensamente.
Foi um espetáculo inesquecível único na minha vida. Uma noite mágica que vai ficar sempre na minha memória. Se for verdade essa história de que um resumo da nossa vida passa na nossa cabeça quando estamos à beira da morte, eu com certeza, antes de "bater as botas", lembrarei dessa noite.
Como é que pode... Eu sinto falta de uma pessoa que eu nunca conheci, que morreu antes de eu nascer.
Mas eu sinto... Imensamente.
Foi um espetáculo inesquecível único na minha vida. Uma noite mágica que vai ficar sempre na minha memória. Se for verdade essa história de que um resumo da nossa vida passa na nossa cabeça quando estamos à beira da morte, eu com certeza, antes de "bater as botas", lembrarei dessa noite.
2013 vai ficar na História.
Aloha.
Texto emocionante, já disse como ele é especial e o quão bom escritor o amigo é!!!!
ResponderExcluirAbração.
Valeu, Nica.... Muito obrigado por tudo.
ResponderExcluirAbraço.