quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Trovando sobre: KISS




Há cerca de um ano atrás, fui a Porto Alegre, junto com a Graci, com o Fausto e com a Franci, ver o Kiss pela segunda vez.

Eu vi a banda pela primeira vez, no dia 15 de abril de 1999, no Hipódromo do bairro Cristal, também em Porto Alegre. Eu tinha vinte anos... Bons tempos de juventude (suspiro saudosista).

Minha paixão pela banda começou quando eu cursava o 2° grau na escola Polisinos, que fica no meu bairro, ou seja, pertinho de casa. Através de um amigo, o Pablo (onde será que tu anda, cara?), que comprou na época, o vinil do mega clássico “Rock N’ Roll Over”, e me emprestou.

Quando eu vi essa capa, eu já fiquei impressionado de cara.



Aí, quando eu ouvi o álbum, pronto! A banda tinha ganho mais um fã.

Pouco tempo depois, eu comprei o vinil do álbum “Love Gun”... Fui “obrigado” pelos  deuses do Rock, a comprar o “bolachão”... Quando vi essa capa, senti uma necessidade quase fisiológica de ouvir o disco!


Toda a mística que envolve a banda sempre me fascinou. As maquiagens representando a personalidade de cada integrante da banda (Paul Stanley = O Filho da Estrela, Gene Simmons = O Demônio, Ace Frehley = O Homem do Espaço e Peter Criss = O Homem Gato), as capas dos álbuns, sempre muito bonitas e bem feitas, as roupas e as botas, com saltos de plataforma gigantes, as músicas, todo o marketing e merchandising em volta do grupo (acho que junto com os Beatles, o Kiss foi a banda que mais faturou com itens tão diferentes que iam de revistas em quadrinhos sobre a banda, até lancheiras para crianças, kits de maquiagem, bonecos articulados, roupas de cama, e tudo mais que se possa imaginar). 

Não houve banda mais popular que o Kiss na década de 70.

Nos anos 90, quando voltaram a cena musical com a formação original e após o lançamento do disco “MTV Unplugged” (o melhor acústico da história da MTV, eu garanto!), minha obsessão só aumentou.



Minha primeira camiseta de banda, foi uma camiseta do Kiss, que para poder comprar, tive de matar aula em um dia muito nublado e ir com meus amigos Pablo e Tiago, a Porto Alegre de “Centralão”, na finada e lendária loja Planeta Proibido. Inesquecível.

Reconheço que não são compositores e músicos excepcionais (apesar de discos como "Destroyer", "Alive!", "Revenge" e os citados "Love Gun" e "Rock N' Roll" Over, serem clássicos do Rock), a banda tem uma qualidade essencial, que muitos de seus “colegas de profissão”, não tem. O Kiss é diversão pura.

O Kiss é, e sempre foi música para adolescentes. A banda nunca teve a pretensão de ser “cerebral’, e escrever letras profundas, sobre o significado de nossa existência nesse planeta.

O Kiss faz músicas para se ouvir bebendo uma cerveja, para colocar em uma reunião de amigos, para se ouvir no “talo” do rádio do carro...

O Kiss é despretensioso quanto a sua música.

A pretensão do Kiss é uma só: Dinheiro.

A banda nos dias de hoje, é puramente uma empresa, sendo formada pelo guitarrista e vocalista Paul Stanley e o baixista e vocalista Gene Simmons,  como os "donos da firma", e os “empregados”, são o baterista Eric Singer e o guitarrista Tommy Thayer.


Quando os membros originais foram “demitidos da empresa”, o guitarrista Ace Frehley e o baterista Peter Criss, os “patrões”, simplesmente, contrataram outros músicos, e os vestiram como a maquiagem e roupas de Ace e Peter, para que saíssem por aí fazendo shows.

Atitude muito equivocada, na minha opinião.

Não seria mais legal (e mais digno) criar novos personagens?

Outro equívoco que a banda comete são os chamados “Meet and Greet”, algo como “Conheça e Cumprimente”, que nada mais são, do que a cobrança ingressos caríssimos, para que o fã tenha acesso aos camarins e possa tirar uma foto com os ídolos.

Cobrar para tirar foto com fã? Já não bastam as mil e uma taxas e os preços abusivos cobrados pelo ingresso do show?

Mas enfim, tenho muitos cd’s da banda na minha coleção (o primeiro cd que comprei na vida, foi Alive III, adivinhem de quem?), e volta e meia, estou dando uma espiada no Mercado Livre, ou na melhor loja de cd’s da Via Láctea, a JAM Sons Raros,  em NH, atrás de algo que eu ainda não tenha (eu quero, eu posso e eu vou conseguir ter todos os cd’s da fase maquiada nos anos 70).

O show de 2012, com os membros contratados foi excelente, os caras são muito carismáticos e competentes, e a banda no palco é imbatível. Mas o show de 1999, com a formação original da banda, que me custou o emprego na expedição das Lojas Tumelero (pedi uma folga um mês antes do show, pois era o meu segundo show na vida, e Porto Alegre parecia ser do outro lado do mundo. Ganhei a folga. Na manhã do show, sem muita conversa, a folga foi cancelada. Eu, como sensato que sou, saí do emprego ao meio dia, e fui para o show, com toda a calma e satisfação do mundo. Na tarde seguinte ao show fui demitido). Na verdade, foi ótimo que isso tenha acontecido. Foi libertador.

Aprendi uma lição naquele dia 15 de abril de 1999.

Se tu acredita em algo, se tu sabe que algo vai ser bom pra ti, se tu quer muito algo... Simplesmente faça. A vida passa muito rápido.

 Na vida não existe felicidade duradoura. Na vida existem momentos felizes.



Obrigado pela lição, caras.







Abraço.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Trovando sobre: GRANDES HISTÓRIAS EM QUADRINHOS


Empolgado com repercussão mundial do meu último texto, resolvi sair do cinema e ir para os quadrinhos, ou seja, direto para a "fonte".

Eu leio gibis desde que me conheço por gente. Quando eu era criança, se eu ganhasse qualquer tostão dos meus pais ou avós, eu corria para o mercado (sim, vendiam-se ótimos gibis em mercados na época da minha infância), para a tabacaria, ou qualquer lugar onde vendessem  “Superaventuras Marvel”, Heróis da TV”, “Homem Aranha”, “Batman”, “Superpowers”, “Capitão América”, “Grandes Heróis Marvel”, entre outros títulos.

Eu adorava e ainda adoro ler gibis, tanto que os coleciono até hoje, mas coleciono apenas coisas clássicas e/ou com forte apego emocional, já que hoje em dia, a Marvel e a DC Comics viraram empresas caça niqueis, onde a coerência, um bom roteiro e bons desenhos não são importantes. Hoje em dia, para as duas empresas, a meta é apenas uma: LUCRO. Se vender, ótimo, não precisando necessariamente, que o “produto” seja de boa qualidade, claro que existem (raras) exceções.


Fiz aqui, um pequeno “Top 5”, com histórias maravilhosamente desenhadas e escritas.



5 - “As Meninas de Vestido Branco” – Justiceiro


Um dos personagens mais legais de todos os tempos na história dos quadrinhos. Frank Castle é um veterano da guerra do Vietnã que tem toda a sua família assassinada por membros da máfia de Nova York. Seu único propósito na vida, é matar todo e qualquer vagabundo que ele encontrar pela frente.  Nessa história sombria, ele é “contratado” pela população de um vilarejo mexicano, onde garotas entre 12 e 22 anos estão sendo raptadas, e depois de algum tempo, os corpos destas garotas são encontrados sem alguns dos órgãos vitais.  Tenso.



4 - “Escolhas Malditas” – Wolverine


Sem sombra de dúvidas, uma das três melhores histórias do nanico. Existe alguma coisa mais nojenta, repulsiva e escrota do que pedofilia? É, eu também acho que não...

Nesta história, Wolverine caça um mafioso pedófilo que faz um acordo com a S.H.I.E.L.D., para dedurar os chefões de sua organização. Só que tem uma detalhe aí, o Wolverine não dá a mínima para isso, e quer fazer o nojento pedófilo pagar com sangue pelos seus crimes. As cenas onde Nick Fury tenta ridiculamente, impedir Wolverine de seu intuito são excelentes, simplesmente clássicas.




3 - “Crepúsculo Esmeralda” – Lanterna Verde


A melhor história do Lanterna Verde, sem mais. Após o vilão Mongul destruir completamente sua cidade natal, e matando assim, toda a população da mesma, Hal Jordan pede, ou melhor, implora aos Guardiões (os “chefes” dos Lanternas Verdes) que lhe seja concedido o poder de reconstruir a cidade e até mesmo, ressuscitar a população. O pedido é prontamente negado, por alegação de que “as coisas tem seguir seu rumo”, “o destino quis assim” e blá, blá, blá...

Jordan não aceita um “não” como resposta, e decide agir por contra própria. De que maneira? Ele sai lutando contra os outros Lanternas Verdes (e em certos casos, até matando os ex companheiros) para conseguir dez anéis, podendo assim, alcançar seus objetivos.

Nunca um herói foi tão humano em seu “egoísmo”.



2 - “Roleta Russa” – Demolidor


Eu e meu amigo Fausto sempre acreditamos que o “Homem Sem Medo” é uma versão do Batman.  Ambos são personagens complexos e introspectivos, seres humanos que agem como seres humanos, desapegados muitas vezes, de um patético  e cristão senso de ética e moral, como seguem o Superman e o Capitão América. Nesta história de gelar o sangue (quando eu li pela primeira vez, eu devia ter uns 13 anos, e fiquei, literalmente, de queixo caído... Ali, virei fã do Demolidor). Matt Murdock, vulgo Demolidor, vai “visitar” seu arqui inimigo, o Mercenário que está todo quebrado no hospital. Entre outros crimes hediondos, o Mercenário  matou a mulher da vida do Demolidor, a heroína Elektra.  Nessa “visitinha”, o Demolidor puxa um revólver calibre 38 e joga roleta russa com o Mercenário.

Esta reflexão feita pelo herói e que transcrevo abaixo, é uma das coisas mais absurdamente geniais que eu já li na minha vida.   

“O que eu estou oferecendo as pessoas correndo por aí com uma fantasia colada e batendo em bandidos? O que eu estou mostrando a elas? Eu estou mostrando que o bem sempre vence, que o crime não compensa, que a cavalaria está sempre a caminho – ou eu estou mostrando a elas que qualquer idiota que saiba lutar pode se safar se ele for rápido e malvado o suficiente? Eu estou combatendo a violência – ou a incentivando?”  


1 – “O Filho do Demônio” – Batman


Essa história traz o Batman em sua fase mais clássica e icônica. Os desenhos e o roteiro são primorosos. Batman é obrigado a se unir a um de seus maiores inimigos, o “imortal” Rhas Al Ghul, para que juntos, enfrentem um inimigo em comum. A história foi muito polêmica na época, pois mostra no início, um Batman indiferente a criminosos feridos, exigindo que os reféns (mesmo os ilesos) destes criminosos sejam atendidos antes dos bandidos! Por essas e outras, é que eu afirmo que o Morcegão é "O Cara!”.

A história é polêmica também, pois Batman se envolve com Thalia Al Ghul, que é filha de Rhas, e ela engravida. Após uma reviravolta na trama, Thalia mente para Batman dizendo que perdeu o bebê, deixando o cavaleiro das trevas inconsolável. Na verdade, Thalia tem o bebê, mas o entrega para a adoção.

Atualmente, a DC Comics nega a veracidade da história, inventando aquele velho papo furado de que a história se passa em uma “realidade alternativa”. Que atitude patética, hein DC Comics!

Eu considero essa história, uma das melhores aventuras do maior herói de todos os tempos.





Essas e outras histórias maravilhosas, fizeram parte da minha infância, onde em muitos casos, foram minha companhia.

Falando francamente, ainda hoje, são algumas das minhas melhores companhias.



Abraço.


Trovando sobre: FILMES INSPIRADOS EM QUADRINHOS – PARTE III


No final de semana passado, assisti dois filmes sobre heróis dos quadrinhos. Um bom filme sobre um herói chato (Superman) e um filme horrível sobre um dos personagens mais legais dos quadrinhos (Wolverine).

Então, resolvi dar uma "forçada nos neurônios" que ainda me restam, e retomar a série “Filmes Inspirados em Quadrinhos”, aqui do blog.

Listei cinco filmes péssimos e cinco filmes bem legais. Vou começar pelos cinco legais...

São eles:



5 – Hellboy - 2004


Li uma ou duas histórias, no máximo deste personagem obscuro, que é meio demônio e meio humano, mas assistindo ao filme (especialmente o primeiro), dá para perceber que todos os elementos centrais do personagem estão retratados ali. Bons atores (Ron Pearlman que interpreta o Hellboy, nasceu para o papel), uma história muito legal e dinâmica e uma direção segura, garantem diversão garantida durante todo o filme.
A segunda parte também é muito boa e segue a mesma linha do primeiro filme.




4 – Os Vingadores - 2012



Excelente para ser exibido na “Sessão da Tarde”. Filme leve e descontraído, onde os tons de comédia aparecem, mas de maneira mais comedida. A ação do filme é muito bem conduzida, e apesar de em certos momentos, parecer um filme solo do Homem de Ferro, todos os heróis do grupo tem seus momentos de brilho. Na minha opinião, quem se destaca no filme, é o vilão Loki, que o ator Tom Hiddleston interpreta de maneira brilhante. Filmezinho para olhar tomando coca-cola e comendo pipoca.




3 – X Men – Primeira Classe - 2011



A melhor retratação dos X Men no cinema. História bem construída, onde mesmo não sendo 100% fiel aos quadrinhos (a equipe do filme não foi o primeiro grupo de X Men liderados pelo professor Xavier), tudo funciona muito bem. Kevin Bacon está muito bem no papel do líder do Clube do Inferno, Sebastian Shaw. James McAvoy também está seguro como Charles Xavier, e o ator Michael Fassbender é simplesmente um dos maiores atores da atualidade, e empresta todo o seu talento ao criar um Magneto perfeito, como toda a carga psicológica que pede o papel.

Ah, e a belíssima e sensual atriz January Jones como Rainha Branca, vestida durante todo o filme, com uma lingerie branca, exibindo toda a sua volúpia, “agrega valor ao filme”, como diria aquela criatura ridícula, o tal de “rei do camarote”.




2 – O Homem de Aço - 2013



Junto com o primeiro “Superman” de 1978, é o melhor filme já feito do herói mais chato de todos os tempos. Ótima  história (apesar de ser notório, em certos momentos, cenas feitas especialmente e somente para o efeito 3D dos cinemas) e bons atores (com exceção da atriz Amy Adams que interpreta Lois Lane, que além de feia para o papel, é muito sem sal e inexpressiva). Finalmente um diretor e um roteirista entenderam a alma do "filho de Krypton", e mesmo com um personagem com um senso de moral tão ridículo, conseguiram mostrar até (milagre!) uma faceta mais sombria do Kal – El.
Gostei muito do filme.



1 – Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge - 2012



Não chega aos pés de “O Cavaleiro das Trevas”, mas é um ótimo filme. Apesar da longa duração e da péssima atuação da atriz Marion Cotillard, interpretando Thalia Al Ghul, o filme encerra com muita dignidade a trilogia do excelente diretor Christopher Nolan sobre o maior herói das histórias em quadrinhos de todos os tempos. Mesmo com algumas discrepâncias com os gibis (Bane sem veneno, Robin não se chamar Dick Grayson), o filme mantém o nível de qualidade que sustentou os outros dois filmes do Batman. E outro detalhe importante: Anne Hathaway está um desbunde naquele collant de couro preto da Mulher Gata... Opa, quer dizer, Mulher Gato.


Os cinco “abacaxis”.


5 – Spawn – O Soldado do Inferno - 1997



Nada dá certo neste pavoroso filme sobre o soldado Al Simmons, que é traído, morto e faz um pacto com o “Tinhoso” para poder voltar ao mundo dos vivos. Michael Jai White (Al Simmons/Spawn)  tem o carisma de uma caracol neste filme tão ruim, que até o grande ator Martin Sheen apresenta uma atuação péssima. Tudo aqui é péssimo... História, atores, direção... Ou melhor, quase tudo, pois a trilha sonora (muito boa), misturando bandas de Rock com DJ’s de música eletrônica, foi inovadora para a época.



4 – Motoqueiro Fantasma – O Espírito da Vingança - 2011



Assim como acontece com o Wolverine, esse BAITA personagem ainda não ganhou um filme à sua altura no cinema. Exatamente como na primeira parte, o péssimo elenco e a história mais batida que novela da Rede Globo, não conseguem sustentar esse filme tenebroso. Nicolas Cage passa o filme inteiro com uma cara que parece que o ator está sofrendo de uma forte prisão de ventre, tamanha a sua canastrice.  Fuja!



3 – Lanterna Verde - 2011




Depois do Batman, o Hal Jordan (o único e verdadeiro Lanterna Verde) é o meu herói favorito. Acho o personagem complexo e extremamente humano, em todos os sentidos. É pena que algum produtor “gênio” de Hollywood, tenha escolhido um abdômen para interpretar o herói. Sim, um abdômen, pois além do físico de academia, o ator Ryan Reynolds é uma piada. O cara, em certos momentos, tenta passar uma densidade emocional ao papel, e logo depois, solta uma piadinha daquelas que nem o Carlos Alberto de Nóbrega acharia graça. O roteiro deve ter sido escrito por algum adolescente, fã do 30 Seconds To Mars, e o filme deve ter sido dirigido pelo Steven Spielberg. Só pode.



2 – Wolverine Imortal - 2013




Eu vou contextualizar, ok?

Nos gibis: Wolverine é um samurai que foi treinado dentro desta filosofia e que lutou ao lado de vários outros samurais,  além de ter estado presente em outras guerras. Fala fluente japonês, e é adepto de todos os costumes japoneses. Wolverine é “meio animal e meio homem”. O personagem luta constantemente contra uma fúria assassina, uma vontade de aderir totalmente a este lado “meio animal”, e sair matando tudo o que vê pela frente.  Wolverine, inclusive, já encarou o Hulk.

Wolverine saca as garras primeiro, e faz perguntas depois.

Wolverine bebe, fuma e gosta de muitas mulheres à sua volta.


Nos filmes: Wolverine é um fã do Coldplay, que não sabe sequer, segurar uma espada.




1 – Homem de Ferro 3 - 2013



Dica para a Polícia Civil e a Brigada Militar: Quando algum suspeito resistir muito e não quiser confessar algum crime, é só colocar este filme e obrigar o meliante a assistir. É tiro e queda, eu garanto. Alternativa cruel, porém eficaz, podem acreditar!




Essa foi a terceira parte da lista de adaptações de personagens de quadrinhos para o cinema. Espero que assistam as dicas, e principalmente, evitem as “bombas”.





Abraço.





quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Trovando sobre: DEZ MÚSICAS PARA CELEBRAR A OBRA DE NEIL YOUNG

Existem artistas que são mais do que especiais. Existem artistas que não escrevem apenas histórias em suas canções, existem Artistas que escrevem “livros cantados”, dentro de uma melodia.

Neil Young é um destes Artistas.

Sua maneira de tocar guitarra (fazendo sexo com ela), e sua maneira de tocar violão (fazendo amor com ele) são únicos no Rock.  Sua voz, não é “afinada” (acho que o Neil provavelmente, não seria escolhido para nenhum time do The Voice Brasil...) para os moldes tradicionais, mas é carregada de sentimento... 
Qualquer sentimento que a música peça.

A música de Neil Young consegue (literalmente) te transportar para qualquer lugar, seja para o interior, em um lugar cheio de paz e tranqüilidade no meio da natureza, ou para o meio de qualquer cidade americana, especialmente.

Acho que o maior mérito do grande Neil Percival Kenneth Robert Ragland Young, é ser durante 40 anos de carreira, um artista íntegro, que sempre buscou satisfazer a si mesmo com o seu trabalho, sem nunca se preocupar com tendências ou modismos. Neil sempre fez o que quis artisticamente,o que tinha vontade de fazer com a sua música

Separei aqui, dez canções, que na minha opinião, são uma boa base da sólida e linda obra do Artista.

São elas:


Comes A Time – Álbum: Comes A Time, 1978
“Chega um tempo em que você esta à deriva, chega um tempo em que você se encontra...”






Cortez the Killer – Álbum: Zuma, 1975
“Ele veio dançando através dos oceanos...
Cortez, Cortez... Que assassino, que assassino...”






Hey Hey, My My – Álbum: Rust Never Sleeps, 1979
“É melhor queimar do que desaparecer.”





Rockin’ In The Free World – Álbum: Freedom, 1989
“Eu vejo uma mulher na noite, com uma criança nos braços... Perto de uma lata de lixo,
É mais uma criança que nunca irá para a escola, que nunca irá se apaixonar, que nunca poderá ser legal...”





Lookin´ For A Love – Álbum: Zuma, 1975
“Procurando por um amor... Não sei por quanto tempo vou ter que procurar,
Espero que eu saiba tratá-la bem, espero não mexer com a cabeça dela,
Quando ela começar a ver o meu lado mais sombrio...”






Old Man – Álbum: Harvest, 1972
“Velho, olhe para minha vida,
Eu sou muito parecido com o que você foi...”






Harvest Moon – Álbum: Harvest Moon, 1992
“Quando ainda não nos conhecíamos, eu te vi de longe,
Quando nos tornamos amantes, eu te amei com todo o meu coração.”







Lotta Love – Álbum: Zuma, 1975
“Vai ser preciso muito amor para mudar as coisas,
Vai ser preciso muito amor, ou não iremos muito longe.”






Pocahontas – Álbum: Rust Never Sleeps, 1979
“E talvez Marlon Brando esteja junto ao fogo,
E nós vamos sentar e conversar sobre Hollywood,
E as coisas boas que existem lá...”






Don’t Let Bring You Down – Álbum: After the Gold Rush, 1970
“Não deixe isto te desanimar… São apenas castelos queimando.”





Bis:


Change Your Mind – Álbum: Sleeps With Angels, 1994
“Quando você está confuso, e o mundo te coloca para baixo,
Quando você se sente usado, e que apenas está bancando o palhaço,
Protegendo você disso, deve estar aquela que você ama.”







Em mundo de aparências como o que vivemos, a música de Neil Young serve como um escudo, uma espécie refúgio, um lugar para onde se pode ir quando se procura a coisa mais rara e valiosa do mundo... A paz de espírito.







Abraço.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Trovando sobre: O MELHOR DOCUMENTÁRIO QUE JÁ ASSISTI...



Sou um grande fã dos textos do colunista André Barcinski. Não concordamos sempre, um exemplo disso é quando ele cita suas bandas favoritas como as melhores “bandas de todos os tempos” (acho que só temos em comum, na área musical, o amor pela obra de Neil Young).

Mas quando o André pára para escrever sobre cinema, aí é uma aula... Acho que o André é um dos melhores críticos de cinema do Brasil, se não for o melhor.

Quinta-feira passada, eu estava lendo um texto dele sobre  “um documentário que estragaria a noite de qualquer pessoa”. Fiquei muito curioso, sobre o documentário, chamado “Dear Zachary – A Letter To a Son About His Father”, ou em português: “Querido Zachary – Uma Carta para um Filho sobre Seu Pai”.

Eu tinha outros planos para quinta-feira à noite. Outros filmes para ver, enfim, outros planos.
Mas eu realmente fiquei instigado a ver o filme (muito obrigado, André Barcinski).

O documentário conta a trajetória de Andrew Bagby, médico que foi assassinado pela ex namorada que estava grávida dele e que fugiu para o Canadá. Através de entrevistas, o diretor tenta mostrar ao filho de Andrew (o Zachary do título), quem era o pai dele.
O que eu assisti (no Youtube, completamente legendado), é uma obra de Arte sobre o “muito e muita”.

Eu explico.


Muito amor de um amigo (e amigos):


 O diretor Kurt Kuenne fez o documentário, na expectativa de mostrar ao filho de seu grande amigo, Andrew Bagby, o quanto o pai do menino era especial, o quanto ele era amado e querido, o quanto ele iria fazer falta neste planeta.

Andrew Bagby e Kurt eram amigos de infância, se conheceram ainda meninos e cresceram juntos fazendo filmes, brincando e sonhando. A cena onde o diretor mostra um vídeo amador dos dois, ainda guris, “brincando de fazer cinema” e Andrew diz ao amigo: “Vamos criar uma máquina do tempo, e se um dia, se você morrer, eu vou voltar do futuro e impedir que isso aconteça”, acabou comigo...  É muito difícil assistir ao filme sem literalmente, derramar algumas lágrimas.





Kurt Kuenne entrevista os pais, colegas, amigos, parentes e pessoas próximas de Andrew, onde sem filtros, as pessoas falam sobre o cara. É tocante ver como ele era amado por todos, como ele sempre era chamado para ser padrinho de casamento dos amigos, e como ele tinha um carisma incrível (Andrew era o tipo de cara que se tu trocasse duas palavras com ele, tu já percebia o quanto legal ele era).

A entrevista da ex namorada, que era o seu grande amor, foi algo muito triste de se assistir também. Dá para notar que ela se sentia culpada pelo que aconteceu, por eles terem rompido e ele ter se envolvido com a psicopata que lhe tiraria a vida.  


Muito ódio e maldade:


 Não sei onde eu li que o “maior feito do Demônio é fazer com que as pessoas pensem que ele não existe”.

Eu concordo plenamente com isto.

Como podemos crer na possibilidade da existência de Deus, sem que o seu “inimigo” exista?

A existência de Shirley Turner só pode ser explicada como obra demoníaca. Só assim.

Mãe de três filhos de pais diferentes, e totalmente relapsa e indiferente com os filhos, Shirley era médica e colega de Andrew.

Essa psicopata e maníaca depressiva atirou cinco vezes em Andrew, após ele romper o namoro com ela, e após o crime, fugiu para a sua terra natal, o Canadá e lá foi de forma surreal, amparada por juízes e médicos, que a consideravam “doente e inofensiva”. Um psiquiatra designado para avaliá-la, chegou a declarar que “ela não representava perigo à sociedade, pois ela não odiava as demais pessoas, apenas aquela pessoa que ela matou”. 

Estou falando sério, o psiquiatra escreveu isto em uma recomendação de fiança para uma assassina!

Sem dinheiro para pagar um advogado, ela escreveu para um juiz, que inacreditavelmente, não só respondeu, como a instruiu de que formas, ela poderia e deveria apelar pela sua soltura!

Mas o que mais me revoltou, foi a audiência de liberdade provisória, onde uma juíza canadense,  tratava a CRIMINOSA como “Dra. Turner”, e de forma revoltante, não ouviu os pais de Andrew, e ainda os ignorou, para momentos depois, libertar a assassina.

No fim do documentário, quando o diretor tenta entrevistar os responsáveis pela liberdade da criminosa, e só recebe desculpas furadas para que não sejam concedidas entrevistas, o nível de indignação com a "justiça" canadense chega ao ponto máximo... E cheguei a pensar que só em países ditos de "terceiro mundo", como o Brasil injustiças dessa natureza aconteciam.

Shirley Turner era demoníaca. Assista ao documentário e veja. Ouça a voz dela. Veja o rosto dela. Eu afirmo isto sem dúvidas... Aquela criatura era a maldade encarnada.


Muita coragem e muita bondade:


Após o assassinato do filho, os pais de Andrew, David e Kate tem que conviver com a assassina, pois mesmo depois de todo o sofrimento que a criminosa traz a família Bagby, os avós querem e precisam conviver com o neto recém nascido. Apesar de toda a dor, raiva, ódio e desprezo que sentem pela assassina, eles precisam se submeter a exigências ridículas que ela impõe para que ela se “sinta segura em deixar o seu bebê com o avô e a avó”. Eu juro por Deus, que raras vezes, senti tanto ódio de uma pessoa, sem nem ao menos conhecê-la.

Os Bagby’s se sujeitam a tudo isto, enquanto lutam para colocar a assassina na cadeia e conseguir a guarda do neto.

Até que o que ninguém esperava acontece.

Após ser recusada por outro amante, Shirley mata Zachary e se suicida. Eu suspeitava que isso poderia acontecer, mas foi um choque. É o tipo de coisa que tu não acredita... Que tu tem que voltar e rever para acreditar.

Nesse ponto, o diretor diz que se perguntou se ali não seria o fim. Se ali não seria a hora de encerrar o projeto, pois sem Zachary, qual seria o propósito de seguir adiante?

Então, ele direciona o documentário para os pais de Andrew, com o propósito de mostrar a luta de David e Kate para que pessoas que sejam suspeitas de cometerem assassinatos não tenham direito à fiança e a liberdade provisória.  Ele também presta um lindo e tocante tributo ao amor e a bondade que são a base do caráter do casal.

O casal Bagby combate a imoralidade, a sujeira, a indecência, o desrespeito, e a maldade com sentimentos opostos a estes.

Os Bagby’s não são seres humanos.  Não podem ser. Seres humanos não são assim. Seres humanos não sentem e não agem como eles agiram. Este casal é sobre humano. Sua força, amor e decência não são deste planeta.

Em outro momento, o diretor mostra o funeral de Zachary e um dos amigos de Andrew diz a Kate e David: “Vocês podem achar que perderam um filho e um neto, mas estão errados. Todos aqui, amam vocês dois, todos aqui, de certa forma, foram criados por vocês dois. Então todos aqui, são filhos e netos de vocês dois. Vocês tem muitos filhos e netos, por isso, eu digo que precisamos de vocês, e que amamos profundamente vocês dois”. Foi uma das coisas mais bonitas que eu já vi e ouvi na minha vida.




Eu não consegui dormir direito após assistir ao filme. O sono custou horas para chegar. Eu não conseguia parar de pensar nos Bagby’s e no sofrimento que sentiram e que provavelmente, sentirão até o fim de seus dias.

Mas aí, pensei na força descomunal do casal para seguir adiante,  para viver e lutar pelos direitos de OUTRAS PESSOAS, pessoas que eles não conhecem, mas que de certa forma, são amadas e serão protegidas pelos atos  e pela luta deles.

Aí, o sono veio.

O propósito da Arte é mexer com a cabeça das pessoas. Tu pode não gostar, tu pode adorar, o que não pode de maneira alguma acontecer, é ficar indiferente ao que te é apresentado.

É impossível ficar indiferente a história de Andrew, Zachary, Kate e David Bagby.







Abraço.