Em janeiro de 2015, fui a FIERGS assistir ao Foo Fighters, e
esperava ao menos, ver um show interessante da banda de abertura, o Kaiser
Chiefs. Mas para minha agradável surpresa, o que vi, foi um show divertido,
muito bem executado, empolgante e recheado de boas canções.
Achei que os ingleses de Leeds
deram um baita show.
O cara que foi comigo nesse show, meu fiel parceiro de shows
e amigão, Rodrigo já era fã do KC, em especial, do vocalista Ricky Wilson...
O Rodrigo havia me contado que Ricky, que é jurado do
xexelento programa The Voice, em sua
versão inglesa, confessou estar no programa apenas para divulgar o último disco
da banda, Education, Education, Education
& War, de 2014, e que além disso, ainda admitiu que mesmo não gostando
da maioria de estilos musicais dos seus pupilos no programa, os admira, pois o
que “eles fazem brincando”, Ricky precisa se esforçar muito para conseguir em
termos de alcance vocal. Ricky Wilson ganhou o meu respeito.
Então quando o meu amigo Rodrigo comprou o último disco da
banda e me emprestou, e estava bastante otimista quanto ao som dos caras.
Education, Education,
Education & War, não teve um “parto” tranquilo. O principal compositor
do grupo e baterista, Nick Hodgson havia saído da banda em 2012, deixando os ex
parceiros sem muitas perspectivas, a princípio.
Crises assim em bandas, sempre acarretam duas coisas. Ou uma
grande porcaria, ou um grande trabalho. No caso do KC, a segunda opção foi a
que prevaleceu.
Não podendo mais contar o trabalho do ex baterista, a banda
foi obrigada a trabalhar junta, no estúdio, para criar do zero as canções que
estariam no álbum. Com Ricky Wilson liderando as sessões, a banda criou um
disco que se tivesse sido lançado no auge do brit pop, em 95/96, não faria nada feio.
O disco abre com “Factory
Gates”, uma canção excelente para esta finalidade, já que a pegada
instrumental e a voz de Ricky soam fortes e marcantes.
Na sequência, vem a melhor canção do disco, “Coming Home”. Essa música me chamou a
atenção quando a ouvi ai vivo, na abertura dos Foo Fighters. Uma melodia
belíssima sustentando uma marcante linha vocal, onde uma letra melancólica dá o
tom exato que a canção pede.
Outro ponto positivo da banda... são adeptos do minimalismo.
“Misery Company” é
outra excelente canção, onde sons de risadas sampleadas são o destaque. A canção “Ruffians on
Parade”, é divertida e empolgante, outro grande momento do disco, onde a
bateria se destaca frente ao andamento da canção.
“Meanwhile Up in
Heaven”, é introspectiva e densa, uma canção que imagino ter dado trabalho
no estúdio.
A letra de “One More
Last Song”, fala de uma forma muito triste, sobre o vício em drogas.
Na música “My Life”,
a voz de Ricky Wilson soa como se ele tivesse colocado tudo de si naquele
momento... outro belo momento do disco.
Por fim, “Bows And
Arrows”, “Cannons” e “Roses”
encerram o álbum de maneira excelente. Um fator importante que normalmente
passa despercebido pelas bandas e produtores, é a importância da escolha da
sequência das canções. As três músicas escolhidas para fechar o disco, bem como
as outras, estão em uma perfeita sequência, que transportam o ouvinte para uma
tarde chuvosa na Inglaterra, no meio dos anos 90.
Em tempos atuais, onde porcarias como Imagine Dragons, Ed
Sheeran, The Lumineers e até mesmo o sonolento Los Hermanos são chamados de
“bandas de Rock”, o Kaiser Chiefs
aponta para o futuro, mas trazendo na bagagem toda a substância musical e
emocional que uma banda de Rock, ao
menos deveria ter.
Tirei o chapéu, “lads”.
Abraço.
Sim, gosto muito em especial do Ricky simmmmmmmmm.
ResponderExcluirAdorei o texto, pois adoro eles e o CD tmbm. Foi legal ler e relembrar o dia em que vi eles ao vivo, ´´viu só o que tu me proporciona?´´ heheheheheheehhehe
E que possamos descobrir coisas novas em shows pra sempre. Parabéns e abração!!!
Obrigado por ler, bee! Abraço.
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