sábado, 14 de março de 2015

Trovando Sobre: KAISER CHIEFS – EDUCATION, EDUCATION, EDUCATION & WAR.


Em janeiro de 2015, fui a FIERGS assistir ao Foo Fighters, e esperava ao menos, ver um show interessante da banda de abertura, o Kaiser Chiefs. Mas para minha agradável surpresa, o que vi, foi um show divertido, muito bem executado, empolgante e recheado de boas canções.
Achei que os ingleses de Leeds deram um baita show.

O cara que foi comigo nesse show, meu fiel parceiro de shows e amigão, Rodrigo já era fã do KC, em especial, do vocalista Ricky Wilson...

O Rodrigo havia me contado que Ricky, que é jurado do xexelento programa The Voice, em sua versão inglesa, confessou estar no programa apenas para divulgar o último disco da banda, Education, Education, Education & War, de 2014, e que além disso, ainda admitiu que mesmo não gostando da maioria de estilos musicais dos seus pupilos no programa, os admira, pois o que “eles fazem brincando”, Ricky precisa se esforçar muito para conseguir em termos de alcance vocal. Ricky Wilson ganhou o meu respeito.

Então quando o meu amigo Rodrigo comprou o último disco da banda e me emprestou, e estava bastante otimista quanto ao som dos caras.

Education, Education, Education & War, não teve um “parto” tranquilo. O principal compositor do grupo e baterista, Nick Hodgson havia saído da banda em 2012, deixando os ex parceiros sem muitas perspectivas, a princípio.

Crises assim em bandas, sempre acarretam duas coisas. Ou uma grande porcaria, ou um grande trabalho. No caso do KC, a segunda opção foi a que prevaleceu.

Não podendo mais contar o trabalho do ex baterista, a banda foi obrigada a trabalhar junta, no estúdio, para criar do zero as canções que estariam no álbum. Com Ricky Wilson liderando as sessões, a banda criou um disco que se tivesse sido lançado no auge do brit pop, em 95/96, não faria nada feio.


O disco abre com “Factory Gates”, uma canção excelente para esta finalidade, já que a pegada instrumental e a voz de Ricky soam fortes e marcantes.

Na sequência, vem a melhor canção do disco, “Coming Home”. Essa música me chamou a atenção quando a ouvi ai vivo, na abertura dos Foo Fighters. Uma melodia belíssima sustentando uma marcante linha vocal, onde uma letra melancólica dá o tom exato que a canção pede.

Outro ponto positivo da banda... são adeptos do minimalismo.

“Misery Company” é outra excelente canção, onde sons de risadas sampleadas são o destaque. A canção “Ruffians on Parade”, é divertida e empolgante, outro grande momento do disco, onde a bateria se destaca frente ao andamento da canção.

“Meanwhile Up in Heaven”, é introspectiva e densa, uma canção que imagino ter dado trabalho no estúdio.

A letra de “One More Last Song”, fala de uma forma muito triste, sobre o vício em drogas.

Na música “My Life”, a voz de Ricky Wilson soa como se ele tivesse colocado tudo de si naquele momento... outro belo momento do disco.

Por fim, “Bows And Arrows”, “Cannons” e “Roses” encerram o álbum de maneira excelente. Um fator importante que normalmente passa despercebido pelas bandas e produtores, é a importância da escolha da sequência das canções. As três músicas escolhidas para fechar o disco, bem como as outras, estão em uma perfeita sequência, que transportam o ouvinte para uma tarde chuvosa na Inglaterra, no meio dos anos 90.

Em tempos atuais, onde porcarias como Imagine Dragons, Ed Sheeran, The Lumineers e até mesmo o sonolento Los Hermanos são chamados de “bandas de Rock”, o Kaiser Chiefs aponta para o futuro, mas trazendo na bagagem toda a substância musical e emocional que uma banda de Rock, ao menos deveria ter.

Tirei o chapéu, “lads”.



Abraço.

2 comentários:

  1. Sim, gosto muito em especial do Ricky simmmmmmmmm.
    Adorei o texto, pois adoro eles e o CD tmbm. Foi legal ler e relembrar o dia em que vi eles ao vivo, ´´viu só o que tu me proporciona?´´ heheheheheheehhehe
    E que possamos descobrir coisas novas em shows pra sempre. Parabéns e abração!!!

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