Prosseguindo com uma das séries aqui do blog, trago hoje,
mais algumas histórias em quadrinhos que considero especiais, por motivos bem
pessoais. Quadrinhos nos dias atuais, são considerados a “8ª arte”, algo até
mais direcionado para um público jovem/adulto, mas quando eu era criança, e lia
compulsivamente quadrinhos, gibis eram apenas gibis, e mesmo sem perceber,
esses gibis, me ensinavam muito sobre o mundo, sobre a vida e sobre as pessoas.
As escolhas de hoje são:
O Orgulho e o Poder - Homem Aranha 61, 1988.
Essa, eu particularmente, acho muito bonita. Escondida em
uma edição de Homem Aranha, a história mostra o na época, vingador, Hércules,
ao lado do mordomo Jarvis em um passeio para comprar ingredientes (bem
peculiares) para que Hércules, prepare um jantar para seus colegas de grupo.
Neste passeio, se deparam com alguns guris brigando com um guri que tinha em
suas mãos, um caderno com desenhos.
O guri desenhista era um grande fã de Thor, e no caderno, o
guri havia feito vários desenhos do Deus do Trovão, e os outros implicavam com
ele, porque não eram fãs do asgardiano.
O guri desenhista, pergunta então a Hércules, quem era o
mais forte, Thor, ou o próprio Hércules, sendo que este, dá um de Nelson Rubens
e inventa mentira sob mentira, para afirmar que é mais poderoso do que o filho
de Odin. Porém, Jarvis percebe a tristeza do pequeno desenhista, e alerta
Hércules, que nota os desenhos no caderno, e demonstra um grande heroísmo, ao
manter viva a admiração de uma criança por seu ídolo.
A Morte de Robin - DC Especial 1, 1989.
“Como assim, um super herói pode morrer?” Essa foi a
pergunta que me fiz quando cheguei no super mercado e vi esse gibi na
prateleira. Foi um choque.
Na história, o segundo Robin, Jason Todd, que até então era
órfão, descobre três possíveis suspeitas de serem a sua mãe biológica, e vai
atrás delas. Batman vai com ele para auxiliá-lo na busca. Batman conheceu Todd
ainda criança, quando ele tentou roubar os pneus do Batmóvel!
Comovido com a história do menino que vivia nas ruas,
Batman/Bruce Wayne, repete o que já havia feito com Dick Grayson, e adota o
menino.
Jason Todd sempre demonstrou um espírito indomável e
independente, sentindo até, um certo prazer em se expor ao perigo nas aventuras
ao lado do Cavaleiro das Trevas. Batman por vezes, teve trabalho para conter os
ímpetos do seu parceiro.
Nesta busca por sua identidade, Robin convence seu mentor, e ambos vão a
diversas partes do mundo até que resolvem se separar para tentarem achar as
mulheres mais rapidamente, quando que Todd cai em uma armadilha do Coringa, e é
violentamente espancado (com um pé de cabra) pelo vilão, e deixado para morrer.
Raras vezes, Batman ficou tão abalado, e quase pôs fim a vida do Coringa com os
próprios punhos.
Essa história é um divisor de águas para mim. Depois de
lê-la, comecei a enxergar os gibis com outros olhos.
Eu, Wolverine - Mini Série, 1987.
Para alguns fãs do nanico, a sua melhor história.
Inconformado com o casamento (arranjado) de sua amada Mariko, Wolverine vai até
o Japão ouvir explicações da própria Mariko. Chegando lá, ele descobre (da pior
maneira possível), que o pai de sua amada é um oyabun, ou seja, um chefe
Yakuza, que casou sua filha com um escroto, que inclusive a espanca, por puro
interesse.
Logan decide então, enfrentar a Yakuza, o Tentáculo
(organização criminosa, semelhante a Yakuza), e o pai de Mariko, o Lorde
Shingen. Nessa mesma aventura, Wolverine conhece e se envolve com a ladra Yukio
que mesmo enciumada, já que está apaixonada por ele, o auxilia a libertar
Mariko do inferno que ela está vivendo.
Um Wolverine tomado por rancor, raiva e desejo de vingança dá as cartas nessa que é uma de suas melhores aventuras nos quadrinhos (se não for a melhor).
Um Wolverine tomado por rancor, raiva e desejo de vingança dá as cartas nessa que é uma de suas melhores aventuras nos quadrinhos (se não for a melhor).
Foi meu primeiro contato com a obra de Frank Miller, e foi
lançada originalmente como uma mini série em quatro edições, que eu “devorei”
com muito prazer.
Marvel Especial - Homem Aranha X Duende Verde 1 e 2, 1986.
Esses eu comprei na época, mas por razões infames, acabei me
desfazendo. Sendo que tive a sorte de
encontrá-las anos depois, separadamente, em sebos em São Leopoldo e Porto
Alegre.
Esses dois números, reúnem todos (até então) confrontos do
Homem Aranha contra o Duende Verde, com histórias das décadas de 60, 70 e 80.
Desenhos lindos e roteiros fantásticos, que literalmente, me transportaram de
volta à infância. Foi muito legal depois de anos, chegar em casa, abrir o
plástico da embalagem e folhear as revistas.
As lutas épicas entre o Aracnídeo e o Duende, os mistérios envolvendo o vilão e uma grande tragédia que se abate sob o Homem Aranha são retratadas nestas edições simplesmente perfeitas.
São dois dos itens da minha coleção, que mais carinho. As
guardo em um lugar de destaque, no armário e no coração.
Kiss Classics, 1995.
Se hoje, arranho um pouco de inglês, devo e muito a esse
gibi. Um amigo fanático pela banda, pegou a revista emprestada do cunhado dele
que importou (e pagou na época, muito caro) e me emprestou. Um “empresta –
empresta” que muito me favoreceu.
Como era importada, fui obrigado a pegar meu dicionário
Inglês – Português, e tentar traduzir as palavras, o que de maneira nenhuma foi
chato ou trabalhoso. Traduzi com prazer.
A revista era uma coletânea, com duas histórias, a primeira,
inseria o Kiss no universo Marvel, lutando ao lado de heróis como o Homem
Aranha contra o Doutor Destino. Já a segunda história, mostra a banda
enfrentando o demoníaco Darklord, um vilão criado especialmente para “pelear”
contra o Kiss. As botas de Gene Simmons tem vida própria e ele cospe fogo, Paul Stanley atira raios através de sua maquiagem de estrela, Ace Frehley é super rápido e se teletransporta e Peter Criss tem a agilidade dos felinos.
Tem como alguma coisa ser mais legal do que isso? com certeza, não!
Quando Deus ouviu as minhas preces, e em 1995, o Kiss voltou
à ativa com a formação original e com a maquiagem, eu não podia acreditar que
eu tinha em mãos, a reedição do gibi que a Marvel havia lançado nos anos 70, no
auge da “Kissmania”.
Infelizmente, tive de devolver a revista ao meu amigo, para
que ele devolvesse ao seu cunhado... a sensação foi se tivessem arrancado o meu
braço esquerdo. Para a minha alegria, anos depois, achei a revista no Mercado
Livre.
Hoje ela descansa, linda na minha estante.
Espero que gostem.
Abraço.
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