Há muito tempo atrás, escrevi um texto aqui no blog, sobre
os discos ideais para se ouvir no inverno. Eu particularmente, prefiro o
inverno ao verão. Acho que no inverno, as pessoas se vestem melhor, comem e
dormem melhor. Sem conta que as cidades se tornam paisagens bucólicas e
lindamente tristes (caminhar em Porto Alegre no inverno, é algo que todo mundo
deveria fazer ao menos, uma vez na vida).
Mas pensando em contrabalancear o texto antigo, resolvi indicar alguns discos perfeitos para se ouvir nesta estação do ano que para muitos, é a melhor do ano. Aponto aqui, alguns álbuns que combinam perfeitamente com calor e cerveja gelada no copo.
São eles:
Sublime – Sublime, 1996.
Esse disco quando saiu no verão de 1995 foi um estouro.
Lembro que todos os amigos tinham uma cópia. Misturando vários ritmos como ska, reggae, hardcore, punk e Rock, entre outros, os maconheiros
californianos criaram alguns pequenos “hinos” para se ouvir na praia, preferencialmente. Canções como “What I
Got”, “Wrong Way”, “Caress Me Down”, “Pawn Shop” e o mega hit “Santeria”, tem a cara do verão, quando
se tem 20 e poucos (ou menos) e a meta principal na vida é se divertir.
Pena que o cantor, guitarrista e principal compositor Brad
Nowell não pôde desfrutar do sucesso, já que morreu de overdose de heroína
pouquíssimo tempo após o lançamento do disco (deixando uma linda guriazinha de
6 meses órfã de pai).
Red Hot Chili Peppers – Californication, 1999.
Outro mega sucesso que todos tinham em casa. O RHCP vinha
de uma fase braba. Reabilitações, rupturas na banda, um disco horroroso (One
Hot Minute), quando lançaram este disco que era onipresente nos cd players e
nas estações de rádio. Praticamente uma coletânea, já que “Scar Tissue”, “Around The World”, “Road Trippin’”, “Californication”
e outras músicas tocaram (muito) nas rádios e festas.
A primeira “bola dentro” da banda, foi chamar de volta, o
magnífico guitarrista e compositor John Frusciante, que após anos vivendo como
um zumbi à base de heroína, havia finalmente se recuperado. A banda estava
unida e era possível notar que o álbum foi feito com esmero e coletividade. É
sem dúvida, um dos melhores trabalhos do RHCP.
Depois de Californication, a banda lançou um disco ainda
melhor, chamado By The Way, e desde então, nada mais de relevante foi criado
pelo grupo. Ah, e John Frusciante saiu novamente da banda...
Bezerra da Silva - Malandro é Malandro, Mané é Mané, 2000.
O maior gaiato e malandro brasileiro, Bezerra é tiro certo
quando se está fazendo um churrasco regado a cerveja. Todo sabe cantar alguma
música, ou trecho de música do cara, pode crer.
O que se ouve nessa coletânea, é o mais puro e autêntico
samba, ao contrário dessas coisas horríveis que tocam nas rádios e programas de
TV atuais, onde as letras e melodias parecem ter sido compostas pelos
produtores do Glee, após uma noite bebendo vinho barato.
Não tem como não sorrir ou dar umas risadas ouvindo músicas
“Malandro é Malandro, Mané é Mané”, "Líquido Precioso", “Tem Coca aí na Geladeira”, “Medo de Virar Galeto”, “Candidato Caô Caô”,
“Malandragem Dá um Tempo”. Bezerra vivia o que cantava, por isso a
identificação do ouvinte é imediata.
Comprei essa coletânea em um “sebo” de revistas e cd’s, em
São Leopoldo, e em todos os verões desde então, sempre ouço. E sempre me divirto.
U2 – Songs of Innocence, 2014.
Me enganei com esse disco. Quando o ouvi pela primeira vez,
achei fraco e sem rumo, mas com o passar do tempo, a cada ouvida, eu descobria
coisas interessantes. Não que eu tenha mudado completamente de opinião, pois o
disco tem erros, mas também tem acertos.
É um álbum com a cara do verão. Não sei se a banda
intencionalmente “pariu” o álbum com essa “cara de verão”, mas o fato é que
canções como “Every Breaking Wave”,
“California”, “Volcano” e “This is
Where You Can Reach Me Now”, evocam aquele fim de tarde na praia, onde tu
está sentado na beira da areia, ao fim da tarde, com o sol se pondo e a única
preocupação na tua cabeça, e não deixar a cerveja que tu segura, esquentar.
Como o U2 vinha de um disco extremamente fraco (No Line on
The Horizon), este Songs of Innocence, é um avanço considerável.
The Strokes – Is This It, 2001.
Quando saiu, alguns críticos alardearam como “a nova
salvação do Rock”. Besteira. O disco é realmente muito bom com canções ótimas
como “Last Nite”, “Someday”, “Take or
Leave It”, “New York City Cops”, “Hard To Explain” e “Barelly Legal”, mas não chega a ser uma grande “novidade”, já que
as canções “cheiram” a Velvet Underground, Television, Blondie, Ramones,
Talking Heads, e outras bandas nova iorquinas.
O disco todo é muito homogêneo e as canções em si, tem uma
pegada, que indiscutivelmente, estava rara no meio musical da época. Um disco
perfeito para se ouvir na companhia de amigos, bebendo e batendo papo.
Estes foram meus discos de verão. Espero que ouçam.
Abraço.
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