quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Trovando Sobre: DISCOS PARA OUVIR NO VERÃO.


Há muito tempo atrás, escrevi um texto aqui no blog, sobre os discos ideais para se ouvir no inverno. Eu particularmente, prefiro o inverno ao verão. Acho que no inverno, as pessoas se vestem melhor, comem e dormem melhor. Sem conta que as cidades se tornam paisagens bucólicas e lindamente tristes (caminhar em Porto Alegre no inverno, é algo que todo mundo deveria fazer ao menos, uma vez na vida).

Mas pensando em contrabalancear o texto antigo, resolvi indicar alguns discos perfeitos para se ouvir nesta estação do ano que para muitos, é a melhor do ano. Aponto aqui, alguns álbuns que combinam perfeitamente com calor e cerveja gelada no copo.

São eles:

Sublime – Sublime, 1996.

Esse disco quando saiu no verão de 1995 foi um estouro. Lembro que todos os amigos tinham uma cópia. Misturando vários ritmos como ska, reggae, hardcore, punk e Rock, entre outros, os maconheiros californianos criaram alguns pequenos “hinos” para se ouvir na praia, preferencialmente. Canções como “What I Got”, “Wrong Way”, “Caress Me Down”, “Pawn Shop” e o mega hit “Santeria”, tem a cara do verão, quando se tem 20 e poucos (ou menos) e a meta principal na vida é se divertir.

Pena que o cantor, guitarrista e principal compositor Brad Nowell não pôde desfrutar do sucesso, já que morreu de overdose de heroína pouquíssimo tempo após o lançamento do disco (deixando uma linda guriazinha de 6 meses órfã de pai).




Red Hot Chili Peppers – Californication, 1999.

Outro mega sucesso que todos tinham em casa. O RHCP vinha de uma fase braba. Reabilitações, rupturas na banda, um disco horroroso (One Hot Minute), quando lançaram este disco que era onipresente nos cd players e nas estações de rádio. Praticamente uma coletânea, já que “Scar Tissue”, “Around The World”, “Road Trippin’”, “Californication” e outras músicas tocaram (muito) nas rádios e festas.

A primeira “bola dentro” da banda, foi chamar de volta, o magnífico guitarrista e compositor John Frusciante, que após anos vivendo como um zumbi à base de heroína, havia finalmente se recuperado. A banda estava unida e era possível notar que o álbum foi feito com esmero e coletividade. É sem dúvida, um dos melhores trabalhos do RHCP.

Depois de Californication, a banda lançou um disco ainda melhor, chamado By The Way, e desde então, nada mais de relevante foi criado pelo grupo. Ah, e John Frusciante saiu novamente da banda...




Bezerra da Silva - Malandro é Malandro, Mané é Mané, 2000.

O maior gaiato e malandro brasileiro, Bezerra é tiro certo quando se está fazendo um churrasco regado a cerveja. Todo sabe cantar alguma música, ou trecho de música do cara, pode crer.

O que se ouve nessa coletânea, é o mais puro e autêntico samba, ao contrário dessas coisas horríveis que tocam nas rádios e programas de TV atuais, onde as letras e melodias parecem ter sido compostas pelos produtores do Glee, após uma noite bebendo vinho barato.

Não tem como não sorrir ou dar umas risadas ouvindo músicas “Malandro é Malandro, Mané é Mané”, "Líquido Precioso", “Tem Coca aí na Geladeira”, “Medo de Virar Galeto”, “Candidato Caô Caô”, “Malandragem Dá um Tempo”. Bezerra vivia o que cantava, por isso a identificação do ouvinte é imediata.

Comprei essa coletânea em um “sebo” de revistas e cd’s, em São Leopoldo, e em todos os verões desde então, sempre ouço. E sempre me divirto.





U2 – Songs of Innocence, 2014.

Me enganei com esse disco. Quando o ouvi pela primeira vez, achei fraco e sem rumo, mas com o passar do tempo, a cada ouvida, eu descobria coisas interessantes. Não que eu tenha mudado completamente de opinião, pois o disco tem erros, mas também tem acertos.

É um álbum com a cara do verão. Não sei se a banda intencionalmente “pariu” o álbum com essa “cara de verão”, mas o fato é que canções como “Every Breaking Wave”, “California”, “Volcano” e “This is Where You Can Reach Me Now”, evocam aquele fim de tarde na praia, onde tu está sentado na beira da areia, ao fim da tarde, com o sol se pondo e a única preocupação na tua cabeça, e não deixar a cerveja que tu segura, esquentar.

Como o U2 vinha de um disco extremamente fraco (No Line on The Horizon), este Songs of Innocence, é um avanço considerável.


The Strokes – Is This It, 2001.

Quando saiu, alguns críticos alardearam como “a nova salvação do Rock”. Besteira. O disco é realmente muito bom com canções ótimas como “Last Nite”, “Someday”, “Take or Leave It”, “New York City Cops”, “Hard To Explain” e “Barelly Legal”, mas não chega a ser uma grande “novidade”, já que as canções “cheiram” a Velvet Underground, Television, Blondie, Ramones, Talking Heads, e outras bandas nova iorquinas.

O disco todo é muito homogêneo e as canções em si, tem uma pegada, que indiscutivelmente, estava rara no meio musical da época. Um disco perfeito para se ouvir na companhia de amigos, bebendo e batendo papo.



Estes foram meus discos de verão. Espero que ouçam.


Abraço.




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