sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Trovando Sobre: GHOST.


Em termos de música, eu raramente me impressiono com algo “novo”. 

Explico melhor...

Hoje em dia, os expoentes musicais são rappers, cantoras “pseudo prostitutas”, ou bandas de “Rock”, que parecem um grupo de amigos que jogam RPG, bebendo Fanta laranja.

Existem também os “artistas” de reality shows, cantores de plástico que saem de “The Voice”, “American Idol”, “The X Factor”, e outros destes concursos televisivos furrecos.

Eu não me identifico com nenhum dos exemplos acima. E também não considero Arte, o que estes “artistas” despejam sobre as pessoas.

Eu gosto de artistas que criam, ou que usam uma ou mais influências para criar algo novo, para criar “arte a partir da arte”, sabe... Eu gosto de artistas de verdade.

Ouvindo o primeiro disco da banda sueca Ghost, eu ouvi um trabalho realmente artístico... artístico e acessível.

A banda liderada pelo vocalista Papa Emeritus II, que é uma espécie de “Papa ao contrário", com suas vestes marcantes e seu rosto pintado como uma caveira (o cantor sueco Tobias Forge, dá vida ao personagem), e seus “Nameless Ghouls” (músicos vestidos como sacerdotes, cujo “uniforme” os deixa no completo anonimato), é mais um conceito do que uma banda, para ser mais exato.

O Ghost sendo ouvido ou assistido superficialmente, pode parecer uma banda com uma temática extremamente satânica, de adoração ao Demônio, mas eu não vejo assim. Eu vejo o Ghost (nos EUA, é Ghost B.C., pois lá, já existe uma banda chamada Ghost), se posicionando muito mais contra a religião e a sua notória e visível dominação das pessoas pelo medo, pela intolerância e pela ignorância, do que sendo uma banda "pró Diabo".

O Ghost é muito mais do que aparenta. O Ghost propõe o ouvinte à reflexão e a contestação.

Os shows da banda são outro ponto forte do conceito proposto, já que se tratam de celebrações, de uma espécie de espetáculo, minuciosamente ensaiado e teatral. A banda e o “Papa” se movimentam pouco, mas como diria o Chapolin, os movimentos “são friamente calculados”.

Os dois discos da banda são excelentes. São fortemente influenciados pelo excelente Rock produzido nos anos 70, mas com uma influência e identidade próprias dos caras. Algumas influências bem visíveis do som da banda são artistas como Blue Oyster Cult (a maior influência de todas), Black Sabbath, Kiss, Deep Purple, Mercyful Fate, David Bowie, Beatles e até mesmo o Abba! Sim, o tão menosprezado e excelente grupo pop, Abba. O som do Ghost é basicamente, uma mistura de heavy metal e pop, tudo da melhor qualidade, diga-se de passagem.

As melodias marcantes e simples dos Nameless Ghouls, e voz melódica de Papa Emeritus II, dão ao Ghost uma espécie de mistura improvável, para uma banda de heavy metal, mas que estranhamente, dá muito certo e soa muitíssimo bem e se torna extremamente agradável de se ouvir.

O primeiro disco da banda, “Opus Eponymous”, é ótimo do início ao fim. Canções como “Ritual”, “Con Clave Con Dio” e a extremamente “grudenda”, “Elizabeth”, são algumas das melhores canções que ouvi em muito tempo.
























O segundo álbum da banda, chamado “Infestissumam”, é uma progressão natural do trabalho do grupo. Canções como “Secular Haze”, “Year Zero”, “Idolatrine” e “Body and Blood”, são músicas mais bem produzidas e como eu disse antes, uma evolução natural do primeiro trabalho.

O Ghost ainda lançou um EP, com cinco músicas, chamado "If You Have Ghost", sendo quatro covers de canções famosas do Rock, de bandas que os influenciaram. Covers de Abba, Depeche Mode, entre outros, e uma versão ao vivo de “Secular Haze”. O EP foi produzido por ninguém menos do que Dave Grohl, que inclusive tocou bateria na versão de “I’m a Marionette”, do Abba.
























Ainda por cima, o Ghot tem fãs famosos. James Hetfield, Sebastian Bach, Phil Anselmo e o já citado Dave Grohl, frequentemente são fotografados usando camisetas da banda.

Até no merchandising os caras inovam, pois as camisetas da banda são lindas, e com estampas sempre muito bonitas (tanto as camisetas quanto as capas dos discos, imitam sempre pôsteres de filmes famosos). Existem ainda, biquínis e até mesmo, vibradores com a marca da banda.

Sou fã da banda, adoro o som que fazem, e espero muito ter a chance de ver os caras ao vivo em Porto Alegre.

Ave, Papa Emeritus!






Abraço.

2 comentários:

  1. Sei bem sobre esses cantores de plástico, HAAHAHAHAHHAHAHA
    É tão bom te ver empolgado com algo novo, com esperanças ainda.
    Toda essa simbologia deles é demais mesmo, e essa segunda imagem é linda, já vi ela em uma linda camiseta por aí.
    Ficou demais o texto maluquinho, parabéns.
    Abração!!!

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