Finalizando o assunto “refilmagens”, aqui no blog, hoje
pretendo citar as refilmagens que considero positivas e de qualidade. Não acho
que nenhuma delas supere o filme original, porém são respeitosas e seguem a
linha de pensamento da versão original previamente filmada.
São elas:
Sete Homens e Um Destino, 1960.
Refilmagem do clássico absoluto de Akira Kurosawa, “Os Sete
Samurais”, “Sete Homens...”, é uma espécie de time dos sonhos de atores
reunidos em um único filme. Charles Bronson, Yul Brynner, Steve McQueen, Eli
Wallach, James Coburn e Robert Vaughn... só estes “principiantes”, para se ter
ideia.
Os sete pistoleiros são contratados para defender um vilarejo
dos constantes ataques de um bando de foras da lei.
As atuações de Steve McQueen e Yul Brynner, especificamente,
como Vin e Chris, são espetaculares, pois ambos são os líderes dos pistoleiros
mercenários. Ação, humor, e até sensualidade expressadas de forma sublime e sutil,
como Hollywood não consegue mais fazer em décadas.
A direção de John Sturgess é certeira e acerta a mão, ainda
mais tendo que lidar com os egos dos astros... imagino que não deve ter sido
tarefa fácil para Sturgess agradar a todos. Filmaço.
Halloween, 2007.
Esse eu descobri por acaso. Até porque achava muito pouco
provável que o clássico absoluto de 1978, “Halloween”, de John Carpenter
pudesse ser revisto de forma digna. Me enganei.
Um dia, mudando de canal, notei que este filme estava
passando na TV a cabo, e como não havia nada melhor para assistir, resolvi
vê-lo, despretensiosamente.
O filme do músico e cineasta Rob Zombie é excelente, pois
centraliza sua atenção no personagem Michael Myers, o maior assassino da
história dos filmes de terror. Zombie mostra desde a infância do maníaco, até a
sua idade adulta, revelando uma vida de crueldades e mostrando como Myers era
uma espécie de “mal encarnado”.
Se Carpenter direcionou o filme original a Lauren, irmã de
Myers, Zombie criou uma biografia do assassino, rica em detalhes.
King Kong, 2005.
Outro belo exemplo de mudança de enfoque que deu certo. Se
nos outros filmes do gorila gigante, a história é centrada na fuga do macaco
pela cidade de Nova Iorque, esta versão do diretor Peter Jackson, é focada na
vida do “Rei Kong”, na horripilante e fascinante Ilha da Caveira, lar do
gorila.
Achei genial a ideia de mostrar os rituais, costumes e vida
do povo que habitava a Ilha da Caveira... sem contar que a caracterização dos
habitantes da ilha é excelente.
Ótimos atores, unidos a um roteiro minucioso, e uma direção
coerente fazem esta versão, quase tão boa quanto a icônica e clássica versão de
1976, com Jeff Bridges e a deusa Jessica Lange, no auge da beleza,
enlouquecendo de paixão, tanto o King Kong, quanto os expectadores do filme.
São três horas de filme, mas que passam que como se fossem
uma hora, apenas.
Bravura Indômita, 2010.
Detesto John Wayne. Acho seus filmes piegas e nem um pouco
conectados com a história real do velho oeste. Sem contar que o “Duke”, como
era conhecido, era uma das pessoas mais desprezíveis a ter pisado neste
planeta.
Frank Sinatra não suportava John Wayne, e sequer, conseguia ficar no mesmo recinto em que estivesse o "Duke".
O “Bravura Indômita” original, é um dos poucos filmes da
carreira de Wayne que prestam, porém, a atriz, que era a protagonista do filme (então adolescente, na época), era péssima, e imprimia um tom “non sense”
e completamente deslocado de comédia ao filme, que o deixava um tanto quanto
chato.
Nesta refilmagem, a atriz mirim que interpreta a mesma
personagem, empresta seriedade e uma certa rispidez ao interpretar a menina que
contrata um ex xerife alcoólatra para vingar a morte de seu pai.
E Jeff Bridges está muito bem no papel que foi de John
Wayne. Melhor, inclusive, do que Wayne.
Scarface, 1983.
Refilmagem do clássico filme de 1932, esta versão não se passa
em Chicago, e Tony Montana tampouco é italiano, como na primeira filmagem.
Desta vez, Tony Montana opera em Miami e é cubano.
Al Pacino interpreta o gângster de forma descontraída e até
caricata, com um forte sotaque e trejeitos bem exagerados do traficante que “queria
o mundo”.
Este foi um dos únicos filmes bons do mediano e
superestimado diretor Brian De Palma, onde ele acerta a mão na direção,
deixando Pacino livre para interpretar e improvisar à vontade. É notório que Pacino carrega o filme nas costas.
O filme é muito bom e tem algumas das cenas mais lembradas e alguns dos diálogos mais clássicos da carreira de Al Pacino (como o “say hello to my little friend!”).
A cena onde uma transação dá errado, e Tony Montana e seus comparsas caem nas mãos de uma quadrilha, que os tortura com uma serra elétrica é igualmente clássica e marcante.
A cena onde uma transação dá errado, e Tony Montana e seus comparsas caem nas mãos de uma quadrilha, que os tortura com uma serra elétrica é igualmente clássica e marcante.
Outro momento excelente do filme, é em uma das cenas finais, onde Tony aparece tresloucado, cheirando uma montanha de pó, como se não houvesse amanhã... e para ele, não houve mesmo.
Estas foram as boas refilmagens, recomendo à todos os amigos
que se possível, assistam.
Espero que gostem.
Abraço.