quinta-feira, 19 de maio de 2011

Trovando sobre: O VENCEDOR



Adoro filmes de boxe.

Assim que chegou na locadora, aluguei este filme, em que Christian Bale (o Batman), e a desconhecida Melissa Leo ganharam respectivamente os Oscars de Melhor Ator e Atriz Coadjuvante.

O filme conta a história de Mickey Ward, boxeador peso-médio, que era na época, um pugilista bem "mais ou menos"...

Seu irmão e treinador era o herói da cidade, pois lutou e derrubou a lenda Sugar Ray Leonard, apesar de ter perdido a luta.

Mickey tinha uma família disfuncional e doida, sua mãe era uma maluca, caipira e cafona que parecia um coelho de tantos filhos (filhas, especialmente). Bale interpreta o irmão mais velho de Mickey, Dickey Eklund (o cara que enfrentou o Sugar Ray), ex boxeador e agora treinador do irmão e, nas horas vagas, viciado em crack.

Dickey é o centro das atenções da família e  também o "O orgulho de Lowell", terra natal dos irmãos. Me chamou a atenção na soberba atuação do Bale, o carisma que ele coloca no personagem... O cara é um idiota, que mal dá atenção ao filho, um viciado e mentiroso sem compromisso com nada e ninguém, mas que tu não consegue deixar de achar uma figuraça... Sabe aquele cara divertido, que cumprimenta todo mundo e tem um certo "charme". Aquele tipo que a tua mãe ou a tua avó dizem "Que menino queridinho!".

Não vou fazer a sinopse do filme, nem contá-lo, apenas pontuar fatos e situações que me chamaram a atenção. Fatos como todos, absolutamente TODOS os personagens, serem seres humanos fracassados e frustrados. Todo mundo na família, seja mãe, irmãs, irmão e até namoradas são pessoas que tiveram oportunidades e, ou as estragaram, ou as perderam na vida.




Mickey é o "trampolim" de seus entes queridos.

No boxe, o termo "trampolim", é usado quando um lutador fraco é usado como saco de pancada para um outro, mais famoso, não apenas vencer, mas dar show.

Todos os seu familiares depositam seus sonhos, aspirações e anseios em suas vitórias pessoais, quando ele ganha, todos ganham e comemoram, mas quando ele perde, todos perdem com ele também, mas a frustração que ele sente (vergonha) é enorme. Parece que, quando ele ganha ele ouviu os conselhos de alguém, mas quando perde, parece que deveria ter ouvido os conselhos de alguém...

Enfim, é um baita filme, em que até, acredite se quiser, o sempre inexpressivo Mark Wahlberg atua muito bem. Wahlberg consegue passar a insegurança, o medo e as incertezas que todos os boxeadores sentem, entretanto, mostra também, a nobreza que este esporte desperta em quem o pratica com amor.

As cenas de luta são ótimas, muito bem coreografadas e conduzidas, e a trilha sonora, só para se ter uma idéia, conta com Aerosmith, Rolling Stones, Ben Harper, Whitesnake, Red Hot Chili Peppers e Led Zeppelin, entre outros...

Vale a pena assistir.


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