Hoje, Bob Dylan faz 70 anos. Para mim falar deste artista que é um dos meus grandes heróis, é um pouco difícil e um pouco fácil ao mesmo tempo, pois o que falar de um homem que já se falou tanto?
Quando ouvi Dylan pela 1ª vez, não gostei. Achei sua voz nasalada ruim e sem melodia...
Mas um certo tempo depois (mais velho), pude apreciar toda a gama de sentimentos e sensações que se tem contato ao ouvir a obra de Robert Allen Zimmerman.
Dylan, quando conheceu John Lennon em 1964 o confrontou dizendo "Vocês (Beatles) não cantam sobre nada!".
Lennon confessou anos mais tarde que o encontro, e que também, após ouvir a obra de Dylan, se dispôs a compor sobre outros temas além de canções de amor. George Harrison, amigo e admirador, costumava ouvir discos de Dylan antes dos shows dos Beatles, e regravou uma canção de Dylan em seu 1º e antológico álbum solo All Things Must Pass.
Bob Dylan sempre mostrou coragem e atitude, como quando resolveu acrescentar a guitarra elétrica à sua música, chocando assim, seus fãs "xiitas". No festival de Newport foi ameaçado, e na Inglaterra, chamado de "Judas" por um admirador mais exaltado, por mudar seu som puro e "verdadeiro", pela "burra música pop".
Qualquer artista chega em um momento de sua carreira em que se entedia, e aí, para os medianos a saída é lançar discos ao vivo, fazer parcerias e coisas do tipo...Já os gênios acabam com tudo, e começam tudo de novo...Afinal não é o sucesso que dá tesão, e sim o processo para se chegar até ele.
Dylan se reinventou inúmeras vezes, foi aclamado, criticado, amado e odiado, mas nunca ignorado. Em 2006, lançou o disco Modern Times, eleito pela revista "Rolling Stone" o Disco do Ano, isto aos 65 anos!!!
Suas letras e músicas são hinos incontestáveis do Rock n' Roll (o que se dizer de canções como "Like a Rolling Stone", "Knockin' on Heaven's Door", "If Not For You", "Just Like a Woman", entre outras).
Pelo menos uns 5 álbuns lançados por ele, estão entre os melhores de toda a música pop, em geral.
Abaixo, listo os meus favoritos:
Highway 61 Revisited, 1965.
Blonde on Blonde, 1966.
Nashville Skyline, 1969.
Blood on The Tracks (UMA OBRA DE ARTE), 1975.
Eu admiro este senhor por muitos motivos, mas acho que um dos principais é a sua honestidade. Dylan é um menestrel, um contador de histórias, um caixeiro viajante, um andarilho. Engana e faz piada com a imprensa e com todos, mas é sempre honesto com o que realmente importa, com sua arte e consigo mesmo.
Parabéns, Bob.
Me engana que eu gosto!
Apesar de não gostar da sua voz gasguita (rsrsrs), tenho que reconhecer que ele fez a diferença no mundo da música!
ResponderExcluirNunca podemos esquecer que graças a ele, incentivou compositores a cantarem suas obras. Exemplo Chico Buarque ( outro que a voz nunca foi grande coisa).
ResponderExcluirAbraço
Só pra te falar, que o "BLonde on Blonde" está tocando agora..adoro a maneira comm o Dylan se expressa sem querer representar muito.."Menos é mais, sempre""
ResponderExcluirGenial, assim como ele!!!!
ResponderExcluirVc sempre diz que é complicado falar de quem já se foi falado tanto, mas falar com tanta riqueza de detalhes e com tanto talento, não foram muitas as vezes como o amigo fez.
O bom é que esse texto foi feito a mais de 2 anos, e está atual. Me emociona ver sua admiração por ele.
Parabénssss!!!!!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirObrigado a todos pela leitura e pelos comentários. Abraço.
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