quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Trovando Sobre: FELIZ ANIVERSÁRIO, NEIL YOUNG!




Certas coisas são improváveis de acontecerem neste mundo.

Algum ator/atriz brasileiro (a) conseguir convencer em um papel sério. Jair Bolsonaro se tornar um ser humano com um mínimo de respeito ao próximo e as diferenças. A Madonna lançar, sequer, um disco que preste. A Angelina Jolie ficar feia.

Hoje o canadense Neil Young completa 69 anos de idade. E isto também é algo improvável, após uma vida repleta de altos e baixos, realizações e decepções, conquistas e derrotas.

Neil Young é um dos últimos gigantes do Rock a ainda pisar na Terra. Sua importância e sua influência são incomensuráveis. Penso que somente dois outros homens ainda vivos se igualem à grandeza de Young: Paul McCartney e Bob Dylan.

Eu considero a obra do cara essencial para qualquer um que queira ouvir e compreender a história do Rock e o que o estilo tem de melhor. E qualquer músico de Rock que se preze, tem que conhecer suas letras e suas melodias. Raros artistas conseguem ser mestres em criar letras e melodias. Neil Young criou algumas das mais emblemáticas letras de canções da história (“Ohio”, “On The Way Home”, “Thrasher”), e algumas das melodias mais marcantes e imortais do Rock (“Cortez The Killer”, “Rockin’ in The Free World”, “Harvest Moon”).



Rebelde e contestador, o jovem Neil Young começou sua carreira na década de 60, com o grupo Buffalo Springfield, que lançou apenas três discos (recomendadíssimos, por sinal), mas onde Young era coadjuvante, pois pouco cantava e mais tocava guitarra. Suas composições também não tinham muito destaque.

Em 1968, lançou seu primeiro disco solo (auto intitulado), que chamou a atenção da crítica pela qualidade musical, e por suas letras belas, apaixonadas e políticas. Críticos o taxaram de “o novo Bob Dylan”. Neil nunca negou a “mega” influência do genial Dylan.

É impossível relatar ou descrever a importância e influência de álbuns como Everybody’s Knows This is Nowhere (1969), After The Gold Rush (1970), Harvest (1972), Tonight’s The Night (1973), On The Beach (1974), Zuma (1975), Comes a Time (1978), Rust Never Sleeps (1979), Freedom (1989), Ragged Glory (1990) e Harvest Moon (1992). Só posso afirmar que são obras primas, “somente” isto.

Em contrapartida, também lançou discos horríveis, como Trans (1982), Landing on Water (1986), Mirror Ball (1995) e o seu mais novo álbum, de 2014, chamado Storytone.

Em meados da década de 70, juntou-se a Graham Nash (ex The Hollies), David Crosby (ex The Byrds) e Stephen Stills (seu companheiro de Buffalo Springfield), no “super grupo”, Crosby, Stills, Nash & Young. O grupo lançou álbuns fantásticos, fez turnês imensas, e cheirou metade da Bolívia em cocaína.

Neil teve sérios problemas com cocaína e álcool em certos momentos de sua vida. Quando perdeu o parceiro e guitarrista Danny Whitten para uma overdose de heroína, em alguns divórcios e separações, e no nascimento de filhos com deficiência mental, o que por outro lado, o mobilizou a criar o Bridge School Concerts, que é um festival, organizado pelo artista, onde grandes nomes da música são convidados a se apresentarem para angariarem fundos para a Bridge School, que é uma escola/fundação criada por Neil e sua ex esposa Pegi, para crianças com deficiências físicas e mentais. David Bowie, Pretenders, Tom Petty, Eric Clapton e o Guns N’ Roses (versão atual) são alguns dos nomes que já se apresentaram em benefício a Bridge School.

Para muitos, é o pai do grunge, estilo musical (riffs de guitarra com distorções e efeitos) e estético (calças jeans rasgadas, bermudas e camisas de flanela) que fez sucesso nos anos 90, já que Kurt Cobain (Nirvana), Layne Staley (Alice in Chains) e Eddie Vedder (Pearl Jam) sempre citaram Neil Young como influência máxima.

Seus shows costumam ser incendiários, com uma energia incrível, onde Neil quando tocava violão e cantava criava atmosferas lindas e comoventes, já com a guitarra, o cara tocava o maior "foda-se" do planeta. O show do artista no Rock in Rio III em 2001, foi algo além do imaginável. Liam Gallagher (Oasis) e Mike Mills (R.E.M.), que assistiram o show na lateral do palco, disseram ter presenciado o maior espetáculo de suas vidas.

Ferrenho defensor do meio ambiente, Neil dá palestras, e é ativista pro Amazônia (a canção “Natural Beauty”, é sobre a floresta).

Eu sou um amante da arte deste senhor, e o admiro imensamente. Acho que sua relevância, sua importância e sua Arte são serão eternas. Daqui há 300 anos, quando as pessoas falarem sobre ícones musicais da história, com certeza, Neil Young será citado e sua obra, reverenciada.

Meus parabéns, Neil. Muitas felicidades pra ti, e muito obrigado.


“É melhor queimar do que desaparecer.”



Um abraço.

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