quinta-feira, 17 de abril de 2014

Trovando Sobre: GRANDES HISTÓRIAS EM QUADRINHOS - PARTE II

Seguindo com a proposta de listar aqui, algumas histórias em quadrinhos muito significativas, pelo menos pra mim, cito mais cinco daquelas do tipo “tem que ler, e pra ontem, se possível”!

São elas:

Caveira Vermelha – Encarnado


Não sou muito chegado em histórias em quadrinhos criadas nos dias de hoje, mas esta é uma maravilhosa exceção.

Roteiro primoroso, que mostra desde a infância até a ascensão, como símbolo máximo do nazismo, do jovem Johann Schmidt, mais conhecido como Caveira Vermelha. A história mostra como Johann sempre foi um psicopata frio e sem considerações positivas sobre nenhum outro ser humano. A primeira parte, em especial, é muito perturbadora (envolve crueldade com animais). Fazia muito tempo que eu não lia algo tão bom, em termos de entretenimento, mas ao mesmo tempo, tão rico em detalhes históricos (verídicos). Este gibi, poderia ser usado facilmente, em aulas de história nas escolas.

A parte gráfica é uma show à parte. Desenhos muito bonitos e expressivos, especialmente nos rostos dos personagens, e nas cenas mais emblemáticas. A capa do encadernado e as capas dos capítulos internos remetem aos cartazes da famigerada “propaganda nazista”, um trabalho extremamente bem feito e esteticamente impecável.



X Men – O Conflito de uma Raça



Um fanático religioso, com grande apelo popular, ataca sem misericórdia na TV, os mutantes, pois os considera “aberrações”, “anomalias de Deus”, e outras baboseiras sem pé e nem cabeça. Esse fanático incita a violência contra esta minoria, e inclusive, financia um grupo de “extermínio de mutantes”, onde nem mesmo crianças são poupadas.

Não, tu não está lendo o roteiro do jornal do SBT.

Tu está lendo sobre o tema desta profunda história em quadrinhos, escrita no início da década de 80.

Em determinado momento, X Men resolvem intervir e contam com a ajuda de um aliado improvável, o inimigo e mutante mais poderoso de todos, o grande Magneto.

Uma história muito triste sobre preconceito, intolerância e crueldade, com as pessoas consideradas “diferentes”.

É incrível como certas histórias, mesmo escritas há tanto tempo, ainda hoje, são atuais.



Homem Aranha – A Morte de Jean DeWolff


Esta aventura retrata uma passagem difícil na vida do Aranha. Talvez seja assim, porquê o herói não enfrenta nenhum supervilão, e sim, a maldade (ou a loucura) de um ser humano “comum”.

Um assassino serial chamado “Devorador de Pecados”, saí por aí dando tiros de espingarda calibre 12, em qualquer um que ele julgue “impuro”. O maníaco crê que, ao matar as vítimas, ele as redime de seus pecados, assumindo para si, o fardo e a desonra de ser um “pecador”.

Uma das vítimas do criminoso é a capitã da polícia de Nova Iorque, Jean DeWolff, amiga do Homem Aranha, e que conforme ele descobre posteriormente, estava apaixonada pelo herói.

A história é impactante, pois em certo momento de descontrole e indignação, o Aranha cai na armadilha do “olho por olho, e/ou justiça pelas próprias mãos”, e espanca o criminoso de forma violenta e impiedosa.

Um belo retrato das obscuridades da alma dos homens e do que é ser “herói” ou “vilão”.




Batman – Gritos na Noite


Uma das histórias mais sombrias e tensas do Homem Morcego. Lindamente desenhada e escrita.

A temática é pesadíssima: Batman investigando um caso onde, abusadores de menores estão sendo brutalmente assassinados em Gotham City.

E quando eu digo brutalmente, pense em BRUTALMENTE MESMO. A história te prende de uma maneira, e mesmo sendo dividida em duas partes, é impossível ler a parte um e não ler a parte dois logo em seguida.

Em certos momentos, eu tive de reler certos diálogos, tamanha a densidade do texto.

Nessa história, Batman enfrenta o pior inimigo de todos, a sua própria incapacidade de estar em todos os lugares, e ajudar a todos que necessitam ser protegidos.

Soube dessa história há pouco tempo atrás, e fiquei chateado por não a ter lido antes, já que trata-se de uma história antiga, lá do início dos anos 90.





Homem Aranha – O Menino que Coleciona Homem Aranha


Para muitos, a mais linda história de quadrinhos de todos os tempos. Quando eu li pela primeira vez, eu devia ter uns nove anos de idade, e eu morava no Bairro Santo André em um chalé, e a vida não era das mais fáceis. Eu lembro que fiquei por horas pensando naquela história depois de terminar de ler.

O Aranha visita um menino chamado Tim que é seu fã número um, e que devia ter a mesma idade que eu tinha na época, em um quarto, e lá conversam e tem a chance de se conhecer um pouco melhor. Enquanto se passa a história, pode - se ver recortes de jornal de uma matéria sobre Tim, e seu desejo de conhecer o Homem Aranha.

Em determinado momento, o menino pede ao herói que lhe diga o seu verdadeiro nome, e jura que manterá o segredo da identidade secreta do ídolo.

O Homem Aranha não apenas diz o seu nome verdadeiro, como tira a sua máscara e revela seu rosto ao novo amigo.

Por fim, após a noite mágica, onde se divertiram muito, o Aranha se despede e dá um abraço no menino, lhe dizendo o quanto aqueles momentos foram especiais e únicos.

Então o Aranha sai pela janela, e sob um muro, tira a sua máscara e chora copiosamente.

Neste muro, está uma placa, onde está escrito: “Hospital do Câncer”.



Espero que gostem.


Um abraço.

2 comentários:

  1. Incrível, não sei se é saudades, mas se tornou um dos meus preferidos.
    Adoro quando vc viaja no tempo e cria essas histórias magníficas e longas.
    Falando em música, filme e gibis o amigo é imbatível.
    Está PERFEITO, parabéns!!!

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