quarta-feira, 23 de abril de 2014

Trovando sobre: BIOGRAFIAS DO ROCK



A melhor coisa dos aniversários são os presentes, certo?

Pois então, no meu último aniversário, ganhei de presente de um grande amigo, a biografia do gênio Bruce Springsteen, chamada apenas de “Bruce”, que estou devorando noite após noite.

Como a leitura está maravilhosa e prazerosa, para este post, pensei em listar algumas biografias sobre músicos de rock, que li e achei muito legais, por isso as indico aqui...

São elas:


“A Vida e a Época de Little Richard” de Charles White.


O segundo livro que li por inteiro na minha vida. Eu estava na sétima ou oitava série, e achei esta joia atirada na biblioteca da escola Polisinos. Eu estava começando a curtir o bom e velho Rock N’ Roll, e a capa me chamou a atenção, já que de cara, nota-se a frase de Mick Jagger: “Little Richard é o Rei”, está em destaque.

O livro além de contar sobre a vida tresloucada de Richard, que é negro e homossexual, e é natural de Macon, na Geórgia, um dos estados mais intolerantes e preconceituosos dos Estados Unidos, dá uma panorama geral de como eram os costumes e a cultura (ou a falta dela) naqueles dias na América “branca” (comportada e quadrada).

Uma das muitas curiosidades que o livro revela é sobre o famoso grito A-wop-bop-a-loo-wop-a-wop-bam-boom”, que Little Richard entoa, na canção Tutti Frutti. Esta junção de letras, era a maneira que Richard extravasava a raiva, quando era lavador de pratos em uma lancheria de rodoviária, e ouvia desaforos racistas de seu patrão na época.

Aqui faço uma confissão: Não devolvi o livro para a biblioteca, e o tenho até hoje...
Mil perdões, Polisinos!!!



“Vida” de Keith Richards.


Se um dia, uma guerra nuclear assolar o mundo, somente duas espécies irão sobreviver. As baratas e Keith Richards. Acredito fielmente nisso, já que lendo este livro, escrito pelo próprio artista, fiquei sabendo de histórias tão malucas e escabrosas que cheguei a esta radical conclusão.

É muito divertido ler histórias sobre drogas e confusões e ficar sabendo de detalhes sórdidos, como por exemplo que John Lennon tinha uma resistência muito baixa quando se drogava, e sempre fazia algum tipo de fiasco, a prisão após uma batida em sua casa, no momento de uma orgia com a linda (na época) Marianne Faithfull e mais alguns amigos amigas, e a verdade sobre o mito de que Keith, e sua namorada Linda, trocaram todo o seu sangue, já baleado pelas drogas, em um procedimento na Suíça, entre outras histórias mirabolantes.

Entretanto, também é muito legal poder ver Keith detalhar em palavras, como criou os “riffs” mais clássicos do Rock, além de assumir a autoria de algumas letras, creditadas somente a Mick Jagger (Angie, por exemplo).

O livro é uma leitura obrigatória para quem gosta de Rock.



“Mais Pesado que o Céu” de Charles R. Cross.


Aqui, a coisa é um pouco mais sombria.

Nessa minuciosa biografia, o autor investiga e relata a vida de um dos grandes compositores da história do Rock, o líder do Nirvana, Kurt Cobain.

Kurt Cobain foi um cara que sofreu a vida toda, pois desde criança, sempre se sentiu indesejado, fraco, deslocado e com uma auto estima baixíssima.

Mesmo quando era muito elogiado por seu trabalho e ganhava prêmios e lotava shows ao redor do mundo, Kurt sempre enxergou a si mesmo, como um nada, como um zero à esquerda. Kurt não compreendia o motivo de tamanho reconhecimento à sua arte.

Filhos de pais doidos e ausentes (certa vez, o Kurt chegou em casa depois de uma festa, e viu sua mãe fazendo sexo com um de seus amigos), Kurt também tinha sérios problemas de saúde e um vício alarmante em heroína.

O livro vai fundo na vida e na psique do músico, mas peca em alguns detalhes, como a a “babação” de ovo do autor com Courtney Love, a viúva de Kurt.

O motivo desta “babação”, é que o livro de Charles R. Cross, é a única biografia oficial e reconhecida de Kurt Cobain, portanto, muito provavelmente, Courtney só deu o “ok”, quando algumas partes ficaram a seu gosto.

Mesmo assim, o livro é muito bom e vale a leitura.



“Eu Sou Ozzy”, de Ozzy Osbourne.


Afinador de buzinas e Sacrificador de animais em matadouro, são alguns dos trabalhos já desempenhados por John Michael Osbourne em sua vida “mucho louca”. Ozzy já cumpriu pena na cadeia quando tinha dezessete anos por roubo e bebeu tanto quanto o volume do Oceano Pacífico de cerveja e whisky e cheirou a mesma quantidade de cocaína que Pablo Escobar produziria em 150 anos.

Se por um lado tu fica meio chateado ao perceber que Ozzy teve uma infância muito complicada (além de ter dislexia, o que atrapalhou seus estudos, foi vítima de abuso sexual), tu dá ótimas risadas com as histórias que o “madman” conta, e em muitos casos, ele ri junto das pataquadas que ele se metia quando estava doidão.

“Eu sou Ozzy”, foi um livro que eu lia e sempre ria de alguma coisa escrita em QUALQUER capítulo. Em um determinado capítulo, Ozzy conta que, após o primeiro disco do Black Sabbath, ele chega em casa todo empolgado e bota o disco para tocar e chama seu pai e sua mãe para ouvir, quando que após ouvir as primeiras músicas, seu pai diz para ele: “Ozzy, você tem certeza que só bebe de vez em quando?”.

Risadas à parte, Ozzy conta em detalhes, como foi desde os primeiros dias, até hoje, todo o processo de formação do Black Sabbath até a sua bem sucedida carreira solo.



“The Beatles – A Biografia” de Bob Spitz.


Ao contrário da biografia oficial, “Anthology”, esta biografia detalhada do autor Bob Spitz, não é só “flores e sorrisos”.

Nesse livro, os bastidores das vidas dos Beatles são trazidos à tona de forma implacável e sem condescendência. O livro fala e muito, sobre as canções, sobre os discos, sobre as composições e todo o trabalho maravilhoso que os Beatles fizeram em sua carreira, mas Spitz, conta também, as marras, as fofocas e as intrigas que cercavam a maior banda de Rock de todos os tempos.

Relatos de gente que trabalhou de perto com os músicos e até parentes, revelam obscuridades que alguns fãs não conheciam, e outros, não sabiam afirmar se eram boatos ou fatos (o vício de Lennon e Yoko em heroína, o alcoolismo de Ringo, a personalidade dificílima de George Harrison e a liderança “tirana” de McCartney, por exemplo).

“Anthology” só supera este livro em um aspecto: as fotos raras (e até inéditas em alguns casos).

Digamos que “Anthology” é o lado “A” e “The Beatles - A Biografia” é o lado “B” dos Beatles.







Um abraço. 

Um comentário:

  1. Maravilhoso, tu sabe da minha dificuldade pra ler, mas quando tu fala assim, ´´texto novo no blog´´ para o mundo pois tenho que ler!!
    Incrível é sua memória, tu traz informações, detalhes de uma época tão tão distante, deixa eu ver aqui, 17+10+ 1+3, ihhhh muito tempo, hahahahahahaha
    Brincadeiras a parte, é incrível como tu viaja nas histórias, fora o sempre presente bom humor do amigo!
    Parabéns, ficou incrível, nada menos que isso!!!

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