Pois bem, como na semana passada tivemos o "Dia Mundial do Rock", no dia 13 de julho, resolvi então, escrever sobre um dos momentos mais significativos do Rock N' Roll.
Corria a década de 60, e Elvis, agora um astro de Hollywood, estava estagnado musicalmente. Seus discos eram trilhas sonoras de seus filmes, com músicas muito aquém da qualidade e a alma, sempre impostas por Elvis em seus trabalhos. Elvis estava assustado e até mesmo, intimidado com o sucesso dos Beatles e dos Rolling Stones na época, pois como era possível aqueles "cabeludos maconheiros", fazerem mais sucesso que um legítimo cantor e superstar, como ele?
Até que em 1968, com 33 anos, e à convite do produtor e admirador de longa data, Felton Jarvis, Elvis aceita estrelar um programa natalino de TV. Até aí, tudo bem, só que Elvis resolve aparecer para gravar vestido assim:
O conceito do programa, segundo o empresário e "guru" da carreira de Elvis, o "Coronel" Tom Parker, era de que Elvis cantaria apenas temas natalinos e de música gospel, porém, Felton Jarvis havia dito anteriormente à Elvis, que gostaria de fazer o Rei retornar as origens, mostrando ao público de onde vieram esses Beatles e Stones, quem era o "pai" daqueles fedelhos, ou ao menos, quem era o "irmão mais velho, mais sacana", entendem... Quem cantava de galo nesse troço chamado "roquenrou".
Parker convenceu Elvis a desistir da idéia, mas quem conhecia o Rei, sempre comentava que o cara era muito esperto e tinha um tino para o showbizz fora do comum, e, provavelmente por isso, Elvis voltou atrás e ensaiou seus rocks clássicos com uma pequena banda (Elvis e mais 3 caras nos violões e um percussionista), inaugurando assim, os famosos "Unplugged's"... É gente, até isso, ele criou!
Quando Elvis apareceu no palco, vestido dos pés à cabeça de couro preto e extremamente bronzeado, ele ERA o Rock N' Roll personificado. Era como se o Messias tivesse retornado. É incrível ver como Elvis domina o show, contando piadas, improvisando, mudando partes de canções, fazendo charme com as garotas, e, resumidamente, fazendo as mulheres suspirarem, e os homens pensarem: "Droga! Eu queria ser esse cara!".
Elvis fez um resumo de sua carreira com números onde mostrava seu lado ator, cantando e interpretando, cantou também músicas gospel, cantou baladas, cantou sentado em versão "acústica", mas a cereja do bolo, é realmente, é a parte do show onde ele interpreta canções como "Jailhouse Rock", "All Shook Up", "Don't Be Cruel", entre outras, de pé, com um ar de confiança que muitos "cantores" de hoje, dariam seus testículos para ter. Ele traz à tona aquele lado selvagem e imprevisível que só o Rei tinha.
O final do programa é um caso à parte. Elvis aparece em um terno branco e interpreta a belíssima canção "If I Can Dream", visivelmente emocionado, satisfeito, com o trabalho produzido e sabendo que ali, existia algo especial em sua agora, revigorada carreira.
Esse show deu um ânimo todo novo a Elvis, que no ano seguinte abandonou Hollywood, e voltou a gravar ótimos discos, com ótimas canções e se apresentar ao vivo, após um hiato de quase 10 anos.
É sem dúvida, um marco na carreira daquele que ditou TODAS as regras na indústria musical como conhecemos hoje. Sim, pois, o merchandising musical, o conceito de vídeo clipe, o formato de banda com baixo, bateria e guitarra, vem de Elvis Aaron Presley.
Eu acho este especial absolutamente magnífico e recomendo à todos, fãs ou não, do Rei, mas sim, fãs de boa música, feita por gente de verdade, colocando emoção e sentimento naquilo que faz, sem emoções ou discursos ensaiados, apenas sendo autêntico.
"Before Anyone Did Anything, Elvis Did Everything."
Um baita abraço.
Bom, não sei como, mas não tinha lido este ainda.
ResponderExcluirÉ muito legal o modo que vc escreve sobre ele, vc viaja para aquela época.
E faz isso com tanto gosto, que os textos ficam mais extensos que os demais, o que ´´pra mim´´ é muito bom.
Parabéns meu irmão, mandou muitíssimo bem.
Abs...
Valeu, galinho de linguinha presa... Abs.
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