sexta-feira, 22 de junho de 2012

Trovando sobre: 70 ANOS DE PAUL MCCARTNEY



Não vou falar sobre a importância deste senhor que completou 70 primaveras no dia 21/06.

Não vou dar detalhes sobre sua "mais do que conhecida" biografia. Não vou falar do anos em que integrou o maior grupo de Rock de todos os tempos. Não vou citar as obras de arte que ele criou enquanto estava nos Beatles. Para homenagear e não deixar passar em branco esta data especial, resolvi escolher as melhores músicas (na minha humilde opinião) de sua maravilhosa carreira solo ou com seu grupo de apoio, os Wings.

E digo, não foi tarefa fácil, pois em quase todos os discos solo de Paul existem muitas pérolas, então vamos as escolhidas:


Every Night - Mccartney, 1970

Disco polêmico, gravado enquanto Paul ainda estava nos Beatles e lançado dias após a dissolução do grupo. John Lennon vociferou e pegou um ódio mortal de Paul, pelo que Lennon alegava ser "uma maneira de alavancar seu disco horrível, anunciando o fim da banda"... No meio desta tempestade, esta singela canção de amor é uma brisa, um clarão na noite... Uma melodia simples, linda e uma letra onde Paul, apaixonadíssimo por Linda Eastman, só quer ficar com ela e curtir uma noite romântica.





Dear Friend - Wings Wild Life, 1971

Disco belíssimo, sem muita produção e o primeiro contando com os Wings como banda de apoio oficial. Após Paul lançar seu primeiro disco solo, John Lennon escreveu uma canção chamada "How Do You Sleep", em seu primeiro álbum solo,Imagine, onde chamava Paul entre outros adjetivos, de medíocre, burro, e aproveitador de talento alheio. Paul muito chateado e triste escreveu esta linda canção sobre querer se entender com o amigo. A diferença, é que Paul não xingou ou ofendeu Lennon de maneira alguma, Paul escreveu com a categoria de um lorde. Impossível ouvir e não pensar em algum amigo que talvez, mereça um pedido de desculpas....





My Love - Red Rose Speedway, 1972

Aqui não deu pra fugir do óbvio. Umas das cinco maiores canções de amor de todos os tempos. Melodia perfeita, letra profunda e poética, que fala sobre amar incondicionalmente outro ser humano, sem a necessidade de ser amado de volta. Amar por amar, e se o seu amor for retribuído, ótimo. É ouvir essa música e ser transportado para uma época onde as coisas eram mais fáceis e românticas.




Let Me Roll It - Band On The Run, 1973

Rock N' Roll casca grossa. A letra de amor, praticamente desaparece neste riff pesadíssimo de guitarra e marcação maciça feita pela bateria. Ao vivo então, essa música vira um monstro, de tão encorpada que é... a bateria "pulsa" como se fosse o coração da canção, e da própria banda também!





Bluebird - Band On The Run, 1973

Melodia linda que lembra muito a canção "Blackbird" dos Beatles, é uma daquelas baladas acústicas tocadas singelamente ao violão (de 12 cordas), de uma forma como só o maior compositor da canções de amor do século XX poderia fazer. Os backings vocals lindos e em perfeita harmonia lembram o quanto Paul sempre se cercou de bons cantores (e músicos) em sua carreira. A letra é pueril e extremamente romântica, comparando o casal apaixonado a um casal de beija - flores, livres e hipnotizados... um pelo outro.




Beautiful Night - Flaming Pie, 1997

Depois de anos sem lançar nada (relevante ao menos... uma vibe meio Roberto Carlos, sabe?), Paul chama o grande músico e compositor americano Steve Miller para dar uma mão nesse disco. O disco todo é maravilhoso, mas essa faixa é especial, pois além de ser a melhor do disco (uma balada épica, ao estilo de Hey Jude), participam nessa música Ringo Starr na bateria, sendo essa sua primeira participação em um disco do Paul, e George Martin, o lendário produtor dos Beatles produz a faixa. É de arrepiar de tão linda que é a canção...




Esse foi meu "Top 6".... espero que curtam e ouçam as canções.

Parabéns, Paul... Cheers.

Abraço.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Trovando sobre: PIORES SERIADOS

Semana passada falei sobre meus seriados favoritos (apenas 5 deles, mesmo gostando de muitos mais), hoje vou falar dos seriados mais ridículos, estúpidos e imbecis que eu já nessa minha vida. Adianto que, nesta lista também só constam 5 seriados, pois deixei várias porcarias  de fora...


5 - Smallville






















Imagine pegar toda a história do personagem mais insosso e sem graça de todos os tempos (Superhomem) e acabar com ela. Este seriado conseguiu fazer isso. Não sei como os herdeiros dos criadores do personagem, Jerry Siegel e Joe Schuster permitiram que esta presepada tomasse forma... Bom, até sei, GRANA, né... Péssimos atores, enredos patéticos e... bom, paramos por aí.



4 - True Blood / Vampire Diaries
Preciso falar alguma coisa?



3 - Sex And The City

Imagine quatro das mulheres mais fúteis da face da Terra, que acham que o máximo da "liberdade feminina" é transar com o máximo de homens que cruzarem o seu caminho. Ah, e usar o maior número de roupas, sapatos e acessórios de grife é ponto alto de suas vidas. Estrelado pela péssima atriz (e horrorosa) Sarah Jessica Parker, esse seriado pra mim, sempre denegriu as verdadeiras mulheres que lutam por sua independência, seja financeira, intelectual ou até mesmo sexual. Lixo.


2 - Batman

Ao contrário da maioria das pessoas que adoram este seriado, eu o detesto. Detesto porquê ele mostra um Batman completamente diferente de como é a gênese do personagem mais sombrio, obscuro e perturbado das histórias em quadrinhos. O seriado é um pastelão sem limite, com histórias risíveis, interpretações e cenários chulos, e uma dupla de atores que por favor!!! Tenham dó!!! Adam West interpretando um "Batman Pançudinho", e Burt Ward interpretando o Robin mais chato de todos os tempos... E olha que o Robin (personagem) já é um porre por si só. Nunca achei que o Batman fosse um "personagem de comédia", como o retratado nessa bizarrice.



1 - Glee

Isso pra mim é tortura. Imagine um mundo cor de rosa, onde todos são chatos e cafonas. Imaginem que todo o elenco de "Malhação", ao invés de declamar aquelas falas "profundas e cheias de talento" resolvesse cantá-las!!! Simplesmente esteriotiparam os adolescentes americanos neste pastiche, adicionaram versões nauseantes de canções pop e "defecaram" esta babaquice. Eu tenho asco  desse lixo e raras vezes vi tamanha  idiotice. Nunca um "L" de "Loser" foi tão apropriado.


Esta foi a minha Lista de Porcarias, espero que gostem.


Até mais.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Trovando sobre: MELHORES SERIADOS

Então tá... para este post, pensei em listar meus 5 seriados favoritos de todos os tempos. Confesso que nunca fui um grande fã de seriados, mas estes aqui selecionados, marcaram minha vida em algum ponto... Eis meu "Top 5":


5 - Married With Children (no Brasil, "Um Amor de Família").















Al Bundy foi um astro na escola no 2º grau, jogador de futebol americano de futuro próspero (marcou 4 touchdowns em um jogo),  que acabou virando vendedor de sapatos em uma loja de shopping. Engravidou e casou com um de seus "casinhos", a dona de casa mais desleixada e irônica do mundo, Peggy. Seus filhos Kelly (bonita e burra) e Bud (inteligente e nerd) eram umas figuraças. A série era uma sátira inteligentíssima ao estilo de vida suburbano dos americanos. Assisto até hoje e ainda morro de rir.




4 - Todo Mundo Odeia o Chris

















O seriado narra a a infância e a adolescência do comediante Chris Rock. É uma espécie de "Chaves" da rede Record de televisão, pois é exibido à exaustão (a série tem apenas 88 episódios gravados) e faz muito sucesso. Acho a série muito engraçada e me identifico com o Chris, especialmente quanto se trata de sua convivência com sua mãe, Rochelle (o personagem mais engraçado, na minha opinião). Acho a professora Morello um sarro também... A professora  preconceituosa que, digamos, tem uma "quedinha" por negões. Assisto TODOS os dias... Sério, todos os santos dias.



3 - O Incrível Hulk























Pra mim, a melhor retratação do Hulk feita até hoje, fora dos gibis. A história do Hulk não passa de uma tragédia (quase grega), pois o Dr. Bruce Banner (na série, interpretado pelo ótimo ator Bill Bixby) além de ser um cientista brilhante, era um cara de bom coração e preocupado com o seu semelhante, mas que era obrigado a viver fugindo e se escondendo, pois ao menor sinal de perigo, excitação ou raiva, ele se transformava no "Gigante Esmeralda". O ator e fisiculturista Lou Ferrigno era muito bom em sua interpretação do monstro. A série tinha o tom certo de melancolia até no tema musical que encerrava os episódios. Eu assistia na Globo direto e adorava.




2 - Seinfeld















Eu chegava do Liberato as 23:00 e a série passava as 23:30, e eu não perdia nunca! O detalhe é que eu levantava as 05:30 para trabalhar... A melhor série de humor de todos os tempos. Humor inteligente e provocador sem ser esdrúxulo. A série era tão boa que até os personagens coadjuvantes eram muito engraçados (por exemplo, o pai do George Constanza e o Sr. Peterman, chefe da Elaine). Ainda assisto as reprises e racho o bico de rir, especialmente com a Elaine, e com o meu personagem favorito da série o genial George Constanza (o carequinha da foto acima). A melhor série cômica sobre o "nada".







1 - Anos Incríveis






















A melhor de todas. Sem sombra de dúvida. Desde a trilha sonora primorosa (que sempre ajudava no desenrolar dos episódios), a história dos conturbados anos 60 na História Americana, se misturava com a história da vida de Kevin Arnold. Assuntos tão adversos como o assassinato de Kennedy até o primeiro beijo de Kevin era apresentados de forma tocante e de fácil identificação (no caso do beijo, é óbvio). Cada episódio era dirigido, produzido e finalizado com a maior qualidade disponível na época. Quem não lembra de ao menos uma vez, ter rido, chorado ou se emocionado com o Kevin, com o Paul (que não, não é o Marilyn Manson), ou com a Winnie Cooper?
Marcou uma época e muitas vidas.


Era isso por hoje, espero que curtam, opinem, discordem, concordem, elogiem, avacalhem....

Semana que vem, falo das piores séries na minha modesta e singela opinião...

Até.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Trovando sobre: RAMONES

Semana passada assisti ao ótimo documentário "End of The Century", contando a história (pelas palavras dos próprios integrantes), de uma das bandas mais influentes e importantes do Rock N' Roll, os Ramones.

É sempre legal poder assistir documentários sobre bandas onde os próprios integrantes dão suas versões dos fatos acontecidos, mas no caso dos Ramones, é ainda mais divertido (ou perturbador), pois os caras são EXTREMAMENTE sinceros... e bota sinceros nisso! 

Achei muito interessante ver como quatro pessoas completamente distintas e com opiniões tão adversas pudessem dar tão certo em um palco ou em um estúdio de gravação. Ninguém era amigo de ninguém, Johnny Ramone guitarrista e fundador, era um conservador de extrema direita, que roubou a namorada do vocalista Joey Ramone e ficou casado trinta anos com ela. Joey era um esquisitão de quase dois metros de altura, fanático por cultura pop (Rock N' Roll dos anos 50, quadrinhos e filmes de terror B). Dee Dee Ramone, o baixista era um doido varrido, michê e viciadão em heroína, mas que em compensação era um ótimo compositor. O baterista Tommy Ramone era o mais "normal" da gangue. 

Achei muito legal ver caras como Joe Strummer do The Clash dizendo coisas como: "Quando os Ramones vieram tocar na Inglaterra pela 1ª vez, não devia ter mais de 50 pessoas na platéia, mas depois do show dos caras, cada uma daquelas 50 pessoas formaram outras bandas". Isso resume os Ramones pra mim.

A minha opinião sobre os Ramones é bem direta. Eles foram um pilar do Rock N' Roll, uma banda que de fato deixou sua marca no mundo, e que veio em um momento muito propício, porquê o Rock no final dos anos 60 e início da década de 70 caminhava em uma direção muito perigosa, o "profissionalismo" se tornava latente no Rock, e isso sem contar as horríveis bandas progressivas que surgiam, coisas chatérrimas como Emerson, Lake and Palmer, Yes, Jethro Tull, Genesis e aqui no Brasil aquela bizarrice "riponga maconheira" dos Mutantes. Os Ramones vinham na contramão disso.

Tu só sabia tocar três notas? Ok. Músicas de 3 minutos de duração? Ok. Jaquetas de couro e jeans? Ok. Pense bem, os primórdios do Rock N' Roll não foram exatamente assim? Elvis no início não era assim? Os Beatles? Os Stones? O Rock N' Roll é muito mais um estado de espiríto do que qualquer outra coisa. Já disse e repito, a alma e a espontaneidade sempre superam a técnica, no meu ponto de vista, e os Ramones sempre foram 100% autênticos. Tocavam com tesão. 

Acho importante ver também, como a imensa influência dos Ramones foi importante para a formação de outras bandas pois quando foi lançado um disco tributo à eles, artistas tão diferentes como Kiss, U2, Metallica, Green Day, Pearl Jam, Red Hot Chili Peppers, Marilyn Manson, Tom Waits e Pretenders fizeram questão de participar.

Acho que a real importância que temos nesse mundo é a marca que deixamos nele, seja a educação de nossos filhos, seja  o legado deixado em nosso trabalho, sejam as boas ações praticadas em vida ou a influência que exercemos em futuras gerações, no caso artístico e isso os Ramones foram de importância única. A influência desta banda que nos EUA fazia shows para 1.000 pessoas e em outros países como Brasil e Argentina fazia shows para 30.000 pessoas é gigantesca, e na minha modesta opinião, influência quase tão grande quanto à de Beatles e Stones.

Eu adoro o som dos caras desde sempre.




Gabba Gabba Hey!
Hey Ho, Let's Go!

domingo, 15 de abril de 2012

Trovando sobre: POR QUÊ COMPRAR MÚSICA HOJE EM DIA?

Pode parecer estranho mas, a MTV já tocou música em 80% de sua programação, e os VJ's REALMENTE conheciam as bandas. Em 1992, 93, por aí, a internet ainda não havia chegado até nós, então, meus amigos, quem não tinha TV à cabo, e queria saber, ouvir ou ter acesso ao que tocava nas rádios, nas novelas, nas festas, tinha de sair de casa e comprar o LP, a fita K7, ou os novíssimos (e caros) Compact Discs, os populares CD's.

Se tu queria entender o que as bandas, cantores ou cantoras cantavam, tu tinha três opções: cursinho de inglês, comprar as maravilhosas revistas BIZZ, e ir na seção central, que era "BIZZ - Letras Traduzidas", ou tentar traduzir com um dicionário de inglês, lendo o encarte (se no encarte estivesse encartado as letras, porquê as vezes, as gravadoras, por questão de economia, não encartavam as letras).

Eu lembro de ir de ônibus Central (ão), até NH, no Taj Mahal, no paraíso dos CD's e LP's, a loja JAM SONS RAROS. Eu também me aventurava a ir até Porto Alegre, mas lá era um lance diferente, os vendedores de Porto Alegre, são arrogantes e preguiçosos (a maioria), mas na JAM era e ainda é diferente.... Tu entra lá e se tempo não for problema, pode esperar, tu vai ficar na loja pelo menos, uma hora batendo papo e ouvindo algo que os vendedores estiverem ouvindo. Eu entrava lá e pedia, Oasis, por exemplo, os caras falavam de Oasis, e mostravam outras bandas, bandas que influenciaram Oasis, eram contemporâneas ao Oasis, coisas raras do Oasis... Era uma aula.

Depois voltar pra casa (sem um pila no bolso), mas doido pra chegar e abrir a embalagem e ouvir aquilo que as vezes demorou dois meses pra chegar no Brasil, ou se o CD era "bootleg", (na época a gente chamava de "pirata") então o disco não era oficial, era um show, ou algo que eles tocaram informalmente, esses particularmente, eram caríssimos, mas tu praticamente tinha exclusividade naquilo ali, tu não tinha o 4Shared para baixar o show que os caras fizeram ontem, e vinte  minutos após o fim do espetáculo o áudio esta lá disponível para download, pra quem quiser baixar (com um som horrível, se for ao vivo).

E o ritual naquelas priscas eras, meu Deus, o ritual.... Eu sempre ouvia a primeira vez sem fones, para ter uma noção, e depois ouvia com os fones, para então realmente ouvir e perceber os detalhes... Recomendo à todos ouvirem o Sgt. Peppers, dos Beatles e o The Bends, do Radiohead!!! (sim, eu já gostei do Radiohead.... ) usando fones, sem ler, sem fazer nada, apenas "saboreando", o disco  como ARTE, e não como um produto do jeito que é hoje... Ou vão me dizer que as letras do Black Eyed Peas, são Arte.... são um produto, sua finalidade é uma só, tocar na festas e vender shows com playback (bah, acho que desde  1993 ninguém ouve a voz da Madonna ao vivo). Ainda que hoje em dia, eu duvido que algum artista  ganhe disco de ouro, de diamante, de latão por vender CD's originais, exceto os padres, bispos, apóstolos, ou missionários cantores As próprias gravadoras vazam as músicas, para divulgar e é isto. 

Antigamente, em festas o que tocava (tu tinha que levar os CD's, o que era terrível, pois se tu bebesse demais, ou algum malandro estivesse por lá, tu podia perder, arranhar, ou esquecer os disquinhos), eram coisas dançantes, mas era orgânico, quatro ou cincos caras, que tocaram juntos, compuseram aquilo ali, e botaram algum sentimento ali... Como seria hoje em dia, se o Iggy Pop aparecesse e conseguisse uma audição com uma gravadora? Iggy, provavelmente, seria humilhado e motivo de chacota. Artistas como A-ha e Technotronic, eram dançantes e até bregas, mas convenhamos que, dançar A-ha  ao invés de Britney Spears, é beeeem diferente.

Enfim, acho que se tu te propõe a gastar teu dinheiro para comprar um CD (original, diga-se de passagem), tu é uma pessoa que, (não importa o estilo musical) apóia uma cultura, saudosista, até pode ser,  pois a pirataria é ótima, acabou com o coronelismo das gravadoras, gravadoras estas que elegem como "Diretor e Produtor Artístico", "experts"como o Sr. Rick Bonadio, que acha que é um deus, um criador de gênios (gênios como Latino, NX Zero e Restart,  contratados de seu casting, que já contou com ET e Rodolfo, Rouge, B'roz e aquela aberração, chamada Belo). Mas pior do que isso, é ver caras como o Lars Ulrich, que acham certo cobrar exorbitâncias por um CD, o que eu acho um absurdo, pois se uma loja vende um CD que custou 4,00 para prensar, gravar e colocar encarte, e quer vender a R$ 30,00 é óbvio que o cara vai no pirata, ou vai baixar. O grande lance, resumidamente, é que hoje em dia, segundo o Neil Young, é que não se pára, para ouvir música. Ela não é o principal elemento de lazer na tua casa, na festa  que tu vai, ou quando tu está na internet, ela fica em segundo plano. Neil Young diz que, no futuro, as pessoas vão ter CD's, ou LP's em casa, como quem tem uma estátua, ou um adereço na mesa da sala.

Sou saudosista, sou idealista, posso ser tudo isso (e outras delicadezas), mas adoro ir na JAM até hoje, ou achar uma raridade no Mercado Livre ou em algum sebo por R$ 15,00...
sou inocente e puro, fazer o quê?


"Quando estamos sozinhos, completamente sozinhos, a música é nossa única amiga."
Keith Richards.



Abraço.

sábado, 17 de março de 2012

Trovando sobre: O PODEROSO CHEFÃO







Esta semana se completam 40 anos do lançamento do "Maior Filme Americano de Todos os Tempos", segundo a revista Rolling Stone. Para mim, este título é totalmente merecido e justo. Neste exato momento, o canal TCM está passando esta obra-prima do diretor Francis Ford Coppola e do genial escritor Mario Puzo, que escreveu o livro que originou o roteiro do filme. 

Estou assistindo pela 989ª vez e todas as vezes que assisto, percebo detalhes e nuances que antes me passaram despercebidos. Em primeiro lugar, este é um filme com atores simplesmente soberbos. A atuação de Marlon Brando (que ganhou o Oscar, e o recusou) como o patriarca e "fundador" da famíla = império Corleone é uma epifania. Toda a satisfação de possuir o poder de mandar matar ou deixar viver, de ter toneladas de dinheiro, de ser respeitado por TODOS, o astro passa com uma naturalidade excepcional, bem como a angústia de ter de fazer sacríficios e ter de viver sempre "mantendo seus amigos perto e seus inimigos mais perto ainda". Mas ao contrário do que todos pensam, Vito Corleone não é o grande "Padrinho", da família. Vito é um coadjuvante, pois o grande personagem do filme, e um dos maiores personagens da História do cinema chama-se Michael Corleone, interpretado pelo ícone da 7ª arte chamado Al Pacino.



Michael é um herói de guerra, militar condecorado e de futuro promissor na política, mas que, devido a necessidades que surgem (o irmão Sonny é cabeça quente e não separa negócios de assuntos pessoais, e o irmão mais velho Fredo é um fraco), é obrigado assumir a liderança da família, quando Vito adoece e posteriormente, falece. Para mim, o que torna o personagem tão completo, tão humano e tão admiráel, é que Michael é um tipo de herói (sim, herói) perfeito. Eu acredito que um grande herói, um verdadeiro herói, é aquele que sacrifica QUALQUER coisa por um bem maior, que no filme, vem a ser a sobrevivência e expansão da família. Michael precisa ser forte, pois os demais são fracos, e ele não pode se dar à este luxo. Em sua jornada de vitórias profissionais e derrotas pessoais, Michael comete dois erros fatais em sua trajetória. O primeiro é se casar com aquela coisa insossa e chatérrima chamada Kay Parker. No início da trama ela se casa com Michael e desde o pricípio, ele deixa claro o que faz, e de que necessita de seu apoio, principalmente quando as adversidades surgirem, mas quando estas adversidades surgem, ela abandona o marido e ainda por cima aborta o terceiro filho do casal (a cena onde ela conta pro Michael que fez um aborto porquê não queria pôr outro membro "daquela família" no mundo, e Michael reage intempestivamente, vale por pelo menos, umas seis aulas na faculdade de Cinema).

O outro erro fatal é, após ser traído e sobreviver a um ataque arquitetado pelo irmão Fredo, em sua própria casa, Michael decide mandar matar o próprio irmão, causando um grande mal dentro de sua própria família. Fredo deveria ter sido banido, e pronto. A atuação de Pacino nestas cenas e em inúmeras outras, é algo que nunca foi ou mesmo, será visto outra vez na História da atuação. O mais engraçado é que a princípio, a Universal Pictures não queria de jeito nenhum, que o iniciante Al Pacino interpretasse Michael. O estúdio queria Robert Redford, Warren Beatty, Paul Newman e até mesmo, James Caan (que interpreta Sonny, irmão mais velho de Michael).

Mas o que "amarra" o filme, além das ótimas atuações, é roteiro brilhantemente escrito. Nunca um filme trouxe tantas falas que se tornaram clássicas e icônicas, frases que as pessoas repetem até hoje, e nem sabem que estas frases, são retiradas do "Poderoso Chefão".

Citar minhas cenas preferidas é impossível, pois são tantas... Mas agora está passando a maravilhosa cena do batismo do sobrinho  e afilhado de Michael, onde enquanto os inimigos da família são exterminados um a um, Michael recebe a hóstia e "renega o Demônio e renega o Mal".... Soberbo é um adjetivo minúsculo para definir isto! Essa cena mostra a gênese de todos os seres humanos: Ninguém é totalmente bom, ou totalmente mau. Somos santos e demônios, depende do ponto vista.

A parte II da trilogia, é considerada simplesmete a melhor continuação de todos os tempos e foi a primeira sequência a ganhar Oscars (11 ao total!).

A parte III, apesar de ser indiscutivelmente, a mais fraca da saga, na minha humilde opinião é muito boa, o filme todo vale pela poética, e ao mesmo tempo melancólica cena da morte de Michael Corleone.

Coppola tem o mérito de ter tido a coragem de fazer o filme da maneira que quis, da maneira que Mario Puzo e ele sentiam que devia ser feito, ao contrário de "cineastas" atuais, que mais visam a bilheteria ou então tentam ser ser "profundos", fazendo coisas chatas e monótonas, na desesperada tentativa de ganhar o Oscar (prêmio que pra mim, assim como o Grammy, valem tanto quanto uma lata de Skol quente).

Todo homem deve assistir a trilogia, ao menos uma vez na vida. É transformador. Eu sei por experiência própria.


Grande Abraço.




sexta-feira, 2 de março de 2012

Trovando sobre: DOCUMENTÁRIOS SOBRE ROCK

Amigos,

Para este post, pensei em citar alguns de meus documentários preferidos sobre Rock

Falarei de filmes sobre o tema ou personagens deste estilo musical que eu amo profundamente. 

 Então, vamos lá:


Bob Dylan - No Direction Home











Filme idealizado e dirigido por Martin Scorsese, um imenso fã de Dylan, que sempre sonhou em tentar desvendar a alma do bardo, que à princípio sempre se mostrou arredio a entrevistas e "interrogatórios", sempre preferindo deixar que seu público tirasse suas próprias conclusões. O filme é extremamente revelador e mostra situações completamente absurdas.

 Cito dois exemplos: Quando Dylan resolveu "eletrificar" seu som, após ser muito influenciado pelos Beatles, Dylan vai a um festival de música folk, onde tinha apresentação marcada e sem se importar com opiniões, críticas, ou qualquer coisa assim, o cara leva uma banda completa!!! E toca como se o mundo fosse acabar!! Pete Seeger, um dos "pais" do movimento folk enlouqueceu e queria cortar os cabos de eletricidade com um machado, enquanto Dylan ria histericamente... O outro "causo", se refere, quando um repórter (a imprensa naqueles tempos, ainda não estava acostumada com a revolução proveniente da contra - cultura, achava que os artistas tinham resposta para tudo), pergunta pro Bob: "Quantos cantores de protesto como o Sr., labutam nos dias de hoje?", Dylan olha pro repórter e diz: "Quantos?", e o repórter: "É, quantos?", no que Dylan manda com a cara mais deslavada do mundo: "116". É de chorar de rir...

Além de mostrar também, trechos do mitológico show em Manchester, na Inglaterra em 1966, onde um fã exaltado e injuriado por Dylan ter aderido à guitarra elétrica, o chama de "Judas"... Sabem o quê o mestre faz? Diz pro cara algo assim: "Você é um mentiroso... Eu não acredito em você!" com voz de choro.... Não satisfeito, vira-se para a banda e diz: "Toquem MUITO alto!!!" G -E-N-I-A-L.


Elvis Presley - Elvis É Assim

Elvis no auge da forma física. Treinava com um campeão de boxe. Era faixa preta de Karatê.

Estava sem fazer shows ao vivo há cerca de 9 anos. Resumidamente, o cara estava com gana, com "sangue nos olhos". É uma aula, simplesmente. 

Se um ser humano na vida um dia, pretender cantar na frente de outra pessoa, aqui está o passo à passo. O domínio de palco e platéia, o carisma, a qualidade dos músicos e principalmente a voz do maior cantor do século XX em plena perfeição, são fatores que fazem deste documentário indispensável pra qualquer fã do gênero. O documentário mostra os ensaios para o show, além de cenas de bastidores e momentos de descontração. De arrepiar do início ao fim.





The Beatles - Anthology


A bíblia dos Beatles. Confesso que o livro é bem melhor (por ser mais detalhado e trazer fotos incríveis), mas esse documentário se faz necessário por um motivo gigantesco... nos extras, os três Beatles remanescentes tocam juntos na casa de George Harrison!!! Algo que os Beatlemaníacos como eu esperaram por mais de 30 anos!!! Além disso, é emocionante ouvir as histórias dos caras (o encontro com Elvis em 1965, as sacanagens na época de Hamburgo, a maneira tocante como Paul conta como conheceu John, em 1958 em uma quermesse de igreja). 

Apesar de mascarar e muito, as histórias mais "cabeludas", como o envolvimento de John com heroína, a interferência (negativa) de Yoko Ono na sinergia da banda, a tensão visível entre Paul e George durante as filmagens mais atuais, o documentário vale por esses motivos e outros motivos como ouvir Paul falar ao fim das 10 horas de duração de filme: "Éramos apenas um bandinha boa..."  com uma humildade extraterrestre, é único.





The Last Waltz











Olhem para o cartaz... Olhem quem dirige. Olhem quem toca. 

The Band, foi a banda que durante muito anos, acompanhou Bob Dylan, este filme, é um documento sobre o encerramento das atividades da banda, após vinte anos juntos. Martin Scorsese dirigiu o filme de graça, pois nem existiria filme se não fosse o amor do diretor pelo trabalho da banda. O filme é um desfile da nata do Rock N' Roll. Gente do calibre de Ron Wood, Eric Clapton, Van Morrison, Muddy Waters, Ringo Starr, Ronnie Hawkins, The Staple Singers e Neil Young (completamente alucinado sob o efeito de cocaína), são alguns dos nomes que se apresentam e prestam tributo aos caras. 

Bob Dylan, antigo líder encerra a festa de maneira emocionada e tocante. É um marco na história da música e do cinema. Básico.





A História do Rock N'Roll

Raul Seixas amava este documentário criado pelas revistas Time/Life, e em sua última entrevista em vida o citou como essencial para qualquer adolescente que quisesse entender o "bicho". Pré - História, História e atualidade (até 1995) do Rock N' Roll. 

O filme mostra desde os primórdios do que viria a ser o Rock (Bluegrass, Folk, Blues, Country & Western, Rhythm and Blues, Jazz), até as influências modernas (Rap, Música Eletrônica, MTV). Depoimentos de Elvis, Bono, John Lennon, Tina Turner, Paul Stanley (Kiss), Mick Jagger, David Bowie. Iggy Pop, Joe Strummer (The Clash), Robert Plant (Led Zeppelin), Ozzy Osbourne, entre outros, tornam este documentário absolutamente perfeito. Recomendo aos todos os amigos que quiserem se aprofundar no tema. 

São doze horas de filme que passam como se fossem duas.



Abraço a todos. 




domingo, 26 de fevereiro de 2012

Trovando sobre: GEORGE HARRISON



Hoje, se estivesse vivo, o "Beatle quieto", ou como também era conhecido, o "Beatle gentil", faria 69 anos. George Harrison foi o cara que junto com John Lennon e Paul Mccartney, criou o Rock (sem o "Roll", pois o "Rock" abrange as milhares de influências que estes caras introduziram, influências de música indiana, de música clássica, barroca, experimentações eletrônicas, e por aí vai). Os Beatles começaram como um grupo de Rock N' Roll, mas acabaram sendo o primeiro grupo de Rock da história, muito graças a genialidade deste que pra mim, depois de John Lennon, era  "O cara" dos Beatles. George era o Beatle mais jovem, e através de Paul, que era seu colega de escola, foi apresentado a John e foi aceito por este no grupo, por saber tocar a música "Raunchy", do início ao fim, além de sua mãe permitir ensaios na casa da família.

George no inicio, da carreira, quando começava a compor as primeiras canções, foi muito influenciado por John Lennon, que afirmava tê-lo ensinado a compor (John não era um cara muito modesto).

Se isto realmente for verdade, o aluno aprendeu muito bem a lição. Canções como "Norwegian Wood" (a primeira canção de Rock da história a usar o instrumento de cordas indiano, chamado cítara), "Don't Bother Me", "I Need You", "While My Guitar Gently Weeps", "Here Comes The Sun" e "Something" são alguns exemplos dos clássicos atemporais que o artista criou apenas enquanto esteve com os Beatles. George sempre foi, apesar de fama de quieto um cara bastante comunicativo e de humor ácido e sarcástico. Tinha um temperamento difícil e era extremamente mulherengo. Quando os Beatles filmaram "Help", em 1965, George conheceu um grupo de músicos indianos que participavam do filme, começando aí, seu interesse pela cultura em  geral e pela religiosidade daquele povo. Em 1971, George organizou o primeiro mega show beneficiente da história, chamado "Concert For Bangladesh",  para angariar fundos para ajudar a Índia, que havia sofrido um terremoto gigantesco que deixou o país em um completo caos.

A carreira solo do cara também é um desbunde... O que dizer deste disco:

All Thing Must Pass - 1970




Considerado por fãs e crítica especializada, o melhor disco solo de um ex integrante dos Beatles, lançado meses após a separação, disco este, que incluía várias canções rejeitadas por Lennon e Mccartney, além do produtor George Martin. O álbum traz canções como "My Sweet Lord", "All Thing Must Pass", e "Beware Of Darkness", que tem versos assim:

"Cuidado agora... se cuide
cuidado com os trapaceiros de passos sorrateiros,
Dançando pelas calçadas
Enquanto cada sofredor inconsciente
vaga desorientado...
Cuidado com a tristeza,
Ele pode te atingir
Ela pode te ferir
te afligir e além do mais,
não é para isso que você está aqui."

Outros discos como "33 & 1/3", "Cloud Nine", "Living In The Material World" e "Brainwashed", são maravilhosos também. Gosto tanto da carreira solo do George, quanto do seu trabalho com os Beatles.

Este ano será lançado um documentário sobre a vida do músico, dirigido e produzido por Marin Scorsese, chamado "Living In The Material World", olhem só o trailer:


Entre todas as histórias que são contadas, uma me chamou a atenção. O grupo de comediantes Monty Phyton, teve uma idéia muito interessante para um filme, mas não conseguia financiamento para a realização da obra, pois o filme se tratava de um cara que nasce ao lado de Jesus em uma manjedoura, e só se ferra a vida toda, pois é constantemente confundido com o Messias. O grupo passa o filme inteiro tirando sarro com os cristianismo e seus dogmas, e foi e é até hoje, considerado por muitos como blasfêmia. George hipotecou sua mansão para financiar o filme! No fim das contas, o filme "A Vida de Brian", saiu por quê George disse que "queria ver esta história sendo contada", ou seja, ele pagou o ingresso de cinema mais caro da história!!!

Eu recomendo pra qualquer pessoa ouvir qualquer disco de George Harrison, com ou sem os Beatles, pois com certeza, alguma coisa boa sempre se tira da obra deste genial cantor, compositor, produtor e guitarrista.





Hare Krishna.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Trovando sobre: U2 - ACHTUNG BABY


Na música, especialmente no Rock N' Roll, uma banda corajosa, é a coisa mais rara do mundo. Mas, pergunto, o que é coragem? Usar calça roxa? Dar entrevista bêbado, pagando de "muso"? Pra mim uma banda, ou artista corajoso, são aqueles artistas que saem da zona de conforto, que se reinventam, que chegam a um ponto, onde para que o jogo fique interessante, é preciso se arriscar e mudar as coisas, criar novidades, para que a banda mantenha o interesse e o tesão, e para que os fãs tomem aquela sacudida, que questionem a arte que lhes é apresentada, que os fãs amem ou odeiem, mas que falem a respeito, que reflitam. Eu acredito cegamente que este é o propósito de qualquer expressão artística de dignidade, fazer quem aprecia a obra, refletir. Os Beatles gravaram 11 discos, TODOS diferentes uns dos outros. O U2 aprendeu a lição dos mestres, ao lançar este disco absolutamente clássico e diferente de tudo que já haviam lançado antes. Tiveram colhões de arriscar tudo com o jogo ganho.

Façamos uma pequena retrospectiva: Na década de 80, não havia grupo mais famoso, que mais vendia, que tinha mais fãs, que era mais rico que o U2. Os shows eram cultos, onde fãs eram seguidores e adoradores daquela banda com o vocalista messiânico que queria salvar o mundo. A banda já tinha ganhado muito dinheiro, já havia conhecido e tocado com seus heróis, já tinham composto canções maravilhosas, e lançado álbuns antológicos como "War", "The Unforgettable Fire" e  "The Joshua Tree", só para citar alguns. Chegaram em 1988, após anos de turnês initerruptas, exaustos, mas com um senso de dever cumprido. Entretanto, dúvidas e incertezas rondavam a banda...

Para onde se vai, quando se chega ao topo? Você segue requentando canções, posturas, opiniões e ideias? Ou joga tudo pra cima e se arrisca? (Que graça teria a vida sem um pouco de ousadia?). Graças a Deus, o U2 optou pela ousadia.


A primeira medida tomada foi,  ir para a Alemanha em 1991, mais precisamente para os estúdios Hansa, em Berlim, onde nunca haviam gravado, mudar os ares, ou como Bono disse, "se inspirar por aquela sala enorme, onde Bowie, Lou Reed, e outros de nossos heróis estiveram...". Bono disse que, toda e qualquer idéia, por mais maluca que fosse, seria ouvida. A única regra era: Se parecer com U2, não se grava! Dá pra ter noção da coragem e do peito desses caras?

Ok, tudo muito bom, muito legal, mas e aí? As idéias que surgiam eram insuficientes, ninguém conseguia compor, um clima estranho rondava os integrantes, pois o baterista Larry Mullen Jr. estava notoriamente incomodado por certas "experimentações eletrônicas" de Bono e The Edge.

Até que uma noite, Bono e Edge tocando violão no estúdio tem uma ideia e compõem esta que na minha opinião, é uma das obras de arte mais fantásticas do século XX: "One."

                     

Este foi o norte do álbum. A primeira música escrita. Bono nunca esclareceu do que realmente a letra fala, existem duas histórias que frequentemente são apontadas como "verdadeiras". A primeira fala que a música retrata o fim do casamente de 12 anos de The Edge. A outra versão diz que a letra é uma conversa de um filho, morrendo de AIDS, com seu pai repressor, preconceituoso, mas que no leito de morte do filho, pede perdão. Bono sempre diz que acha um horror quando esta música é associada à romantismo, por isso, creio que a segunda versão seja a verdadeira.      
   
O disco já abre te dando uma porrada na orelha... Para quem, assim como eu passou anos ouvindo U2 da fase anos 80, ouvir a música "Zoo Station", de cara é de se estranhar, e muito. A voz distorcida, a letra sarcástica e irônica, parece dizer: "É... Chutamos o pau da barraca mesmo, porra!"

As experimentações com efeitos e timbres novos de guitarra geraram canções como "Even Better Than The Real Thing" e "Mysterious Ways", canções estas que tinham uma ginga, um balanço, que era inimaginável sequer sonhar que o U2 poderia ousar criar.

As melodias de todas as canções são lindas (exceto "Acrobat", que de longe, é a única música dispensável do disco), mas as letras de Bono estavam diferentes, parece que ele tinha aberto mão da inocência, do sonho, e estava mais pé no chão, mais sarcástico, mais ácido... Enfim, o cara mudou, e isto refletiu na arte dele. Ah, isto é um outro "detalhezinho pouco importante"... Para quem é artista, é vital  ser sincero com a sua arte, mas principalmente consigo mesmo, ou como diz a letra de "The Fly": 'Todo artista é um canibal, todo poeta é um ladrão, todos matam sua inspiração e cantam sobre a dor...'.

Letras como a de "Who's Gonna Ride Your Wild Horses", que diz: 'Uma mulher precisa de homem, assim como um peixe precisa de uma bicicleta....' deixam bem claro que a banda tinha revisto e mudado vários de seus conceitos sobre Deus, amor, sexo, vida e morte.

Canções como "Love Is Blindness", "Ultra Violet", "So Cruel", eram estranhas, soturnas, mas apontando que a mudança, ás vezes é boa, tu não deve esquecer do teu passado, e deve-se até mesmo, reverenciá-lo, mas na vida, é vital que sempre se olhe pra frente, que se vislumbre o futuro. Parece que antes, eles eram preto e branco e agora, eram coloridos (sem referência ao Restart, ok?), estavam modernos, no melhor sentido da palavra. Nos shows da turnê do álbum, Bono encarnava o personagem "The Fly", com sua roupa preta, dos pés à cabeça (clara referência à Elvis Presley) e seus óculos de mosca, ou Mr. Machpisto, o Diabo em pessoa!!! Tem noção do que era isto ao vivo?


Sem contar que, a turnê do disco, a "Zoo TV Tour", era um espetáculo à parte, virou referência em como se apresentar ao vivo e como criar palcos magníficos. O palco era um show à  parte (característica mantida até hoje), com iluminação de carros supensos, telões que exibiam frases como: "Tudo que você sabe está errado", "Assista mais TV", "O sucesso roe as unhas do fracasso", dançarinas do ventre entre outras maluquices.


Enfim, o disco é uma marco na carreira do U2, na música em geral (gente como Noel Gallagher considera o disco uma bíblia), e é meu disco preferido do U2 até hoje. É um trabalho divisor de águas, na carreira e na vida dos caras. É uma aula para certos "grupos" como Coldplay, Keane e outras porcarias, que só requentam as mesmas músicas (ruins, por sinal). Eu não me importo de rever conceitos, mas eu tenho de acreditar no que é proposto, eu tenho que comprar a tua idéia, eu preciso ver o sangue nos teus olhos. Eu sou assim. Eu gosto de gente assim. Eu gosto de filmes assim. E eu gosto de música assim.






Um abraço.