No último dia do mês de abril deste ano de 2015, Porto
Alegre foi palco de um evento de proporções monumentais. Uma espécie de “mini
festival”, que trouxe a capital do RS, três atrações clássicas e icônicas do
mundo do Rock.
Acho que qualquer fã de Rock que se preze, sonharia em ver o
Motorhead, o Judas Priest e Ozzy Osbourne na mesma noite! E para muitos rockers, esse sonho se tornou realidade.
Este que vos escreve, incluso.
As três atrações me agradam muito, mas o evento tinha um “gostinho
especial”, pelo menos, para mim, já que depois de sucessivos problemas de
saúde, (que inclusive causaram problemas no show de São Paulo), eu teria a oportunidade de ver o grande Ian “Lemmy” Kilmister, ao
vivo.
Lemmy é uma das figuras mais representativas e importantes
do Rock N’ Roll (ouvir “we are Motorhead, and we play Rock N’ Roll", do próprio
cara, foi algo surreal). Desde o início dos anos 70, quando Lemmy fundou o
Motorhead, o cara se mostra autêntico as suas raízes, e sempre produzindo
trabalhos até hoje relevantes no cenário musical.
O show em si, foi mais cadenciado, com músicas mais lentas,
porém pesadas devido aos problemas já citados e a idade avançada de Lemmy. Os
clássicos apareceram, e “Ace Of Spades”, “Overkill”, “Stay Clean”, entre
outras canções, botaram o Zequinha abaixo, tamanho o poderio de suas
execuções... destaco o fenomenal baterista Mikkey Dee, que além de muito
carismático, fez um solo de bateria monstruoso.
As pessoas sorriam, pois sabiam que presenciavam algo
importante. O show do Motorhead foi exatamente isto: um acontecimento
importante. Me orgulho de poder dizer: “Motorhead? Sim, os vi ao vivo”.
O próximo show era uma incógnita. Conheço pouco da obra do
Priest, mas admiro muitíssimo o trabalho, a coragem e os dotes vocais do grande
Rob Halford. Eu esperava ver um show, no mínimo, legal e competente, mas eu não
estava preparado para o que acabei vendo.
O Priest não apenas fez o melhor show do evento, mas um dos
melhores shows que esta cidade e este estado já viram. Era como ouvir um cd da
banda, tamanha a competência técnica dos músicos (o som estava maravilhoso para
o público, em todas as apresentações), e suas performances. O guitarrista novato
Richie Faulkner deu um show de carisma e empolgação. O cara arrebentou nos
solos e na interação com o público.
Rob Halford não é deste planeta... não pode ser. Um senhor
sexagenário, cantando do jeito que aquele cara cantou, não é talento, nem
técnica, comprovei que se trata de um dom divino, aquela voz que Halford emite de sua garganta. Além de
tudo isso, o cara entrou pilotando uma Harley Davidson no palco! Não tem como
ser mais fodão do que isto... um dos melhores shows que já vi na vida!
Daí veio o Ozzy. Já vi o Ozzy em três ocasiões, duas em
turnês solo, e uma com o Black Sabbath. Os shows de Ozzy são sempre sobre a mesma coisa: diversão. O cara tem uma penca de hits, é divertidíssimo no palco, e
convenhamos... ele é o Ozzy! O comedor de morcegos e pombas, o doidão, o louco,
um dos pais do heavy metal, influência de dez, entre dez músicos que fazem som
pesado.
Ozzy não costuma mexer muito no setlist de seus shows, mas ouvir a clássica “Shot in The Dark”, valeu o preço do ingresso. Se Ozzy tivesse cantando só
essa música, eu já teria ido para casa feliz da vida. Mas ouvir “Mama, I’m Coming Home”, “Mr. Crowley”, “No
More Tears”, “War Pigs” e “Paranoid” ao vivo, é sempre maravilhoso.
A abertura com “Bark At The Moon”,
foi um dos pontos altos do show.
Os pontos negativos, ficaram por conta da péssima organização
do evento, que mesmo sendo o Zequinha localizado no centro da cidade e com
fácil acesso, não conseguiu evitar filas quilométricas e lentas para o acesso
aos portões do estádio. Banheiros em pouca quantidade e colocados em locais de
péssimo acesso também dificultaram a noite de quem pagou salgados R$ 200,00 (no
mínimo) pelo ingresso. Além de que as heinekens custavam exorbitantes R$ 12,00! Mas
ao menos, estavam geladas.
Mas enfim, no final das contas, tudo valeu a pena e meu
parceiro de shows Rodrigo e eu, pudemos ter mais uma daquelas noites “para
contar para os filhos e netos”.
Vida longa ao Rock N’ Roll!
Um abraço.
Este comentário foi removido pelo autor.
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