quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Trovando sobre: COLDPLAY




A banda Foo Fighters lançou uma música chamada "Walk", cujo vídeo clipe, faz uma sátira ao filme "Um Dia de Fúria", com Michael Douglas, onde um homem está preso em um engarrafamento em um dia muito quente, stressadíssimo, e do nada ele abandona o carro e sai andando pelo asfalto. No clipe do Foo Fighters o Dave Grohl interpreta o nervosinho, que após ler adesivos do tipo "Bieber é o Máximo", "Cristianismo é a Verdade", se estoura ao ver um adesivo do COLDPLAY  em um carro ao seu lado.  É um piada, óbvio, demonstrando o sentimento de Grohl pela banda inglesa. Eu, há pouco tempo atrás, critiquei duramente a banda após o show no Rock In Rio, pois assim, como o Dave Grohl, não morro de amores pelo Coldplay. Mas em primeiro lugar, deixo claro, que não tenho nada contra quem ouve, ama, admira, ou é fã do Coldplay. Admito que são bons músicos (no máximo, bons), e que sim, existem coisas piores na música e no próprio Rock.

Mas por quê diabos, eu não gosto do Coldplay, apesar de afirmar que os dois primeiros discos da banda são muito bons???

Porquê o Coldplay é uma banda bunda mole.

Acho o Coldplay insosso, um coisa extremamente sem graça... Sabe aquela coisa de "romantismo demais".... Romantismo, lirismo e poesia, são lindos na música, eu adoro tudo isso, mas chega uma hora em que tu tens que chutar o pau da barraca!!! As pessoas formam bandas, especialmente de Rock, para se expressar, claro, mas também para se divertir, poder beber todas, ter garotas à vontade, serem adoradas (quem não admite isto, é mentiroso, viu seu Eddie Vedder!), e o Coldplay é um coisa sem fogo, sem atitude. Os discos da banda são um caso à parte, depois dos bons álbuns "Parachutes" e  "A Rush Of Blood To The Head", eles só requentam melodias e idéias.... Parece que são sempre as mesmas músicas! Será que não aprenderam nada com os Beatles, que faziam SEMPRE um disco diferente do outro. O Coldplay parece aquele amigo que todo mundo teve na adolescência, que era espinhento, tímido e não conversava com as meninas, pois vivia reprimido.

Outro aspecto que me irrita, é a aura de importância dada tudo que eles fazem e produzem, parece que tudo tem que estar certinho, no mínimos detalhes, bem afinadinho... Eu detesto precisão na música, sempre preteri a técnica pelo sentimento, aquela coisa de fazer pela vontade, não pelo contrato... Elvis dizia que, na música, existia a "imperfeição perfeita", ou seja, se você vai optar entre o correto, o preciso ou o que saiu verdadeiro, no momento da "paixão", vá sempre pela segunda opção, pois o público é esperto, e sabe identificar o que é falso, do que não é. Pelo mesmo motivo, acho o Coldplay muito "cérebro" e pouca atitude, pouca alma... Pouco tesão.

Este texto expressa a minha opinião, e não sou o dono da verdade, sintam-se à vontade para discordar, ou concordar.

Mas tiro o chápeu para esta banda em um quesito, ô banda que tem fãs legais!!!

Abraço aos meus amigos fãs do Coldplay.







Um comentário:

  1. Foi em 2003 que descobri Coldplay.

    Este foi ano que concluí o Ensino Médio e também aquele que antecedeu o serviço militar obrigatório.

    Por influência de meu irmão passei a gostar bastante de Legião Urbana, U2 e The Cranberries; justamente pela melancolia das canções. De certa forma foi essa melancolia, esse sentimentalismo e uma certa desconfiança para com a racionalidade determinaram grande parte de minha personalidade, e aí certamente a música clássica (de onde mais tarde se transformará no ardor pela música eletrônica) e a música clássica evangélica se tornariam o arcabouço músico-cultural a partir de onde todo julgamento artístico seria por mim emitido.

    Numa análise mais íntima, posso afirmar que o medo do envelhecer e não adequação com o mundo adulto, uma simbiose entre a síndrome de Peter Pan e a de Peter Parker, determinam a veracidade da analogia do “amigo espinhento, tímido e que não conversava com as meninas” vindo de encontro com uma personalidade que é tida com um grande cérebro mas pouco tesão (virilidade) – não pouca alma – pois a técnica aparente serve apenas como disfarce para a vergonha que se tem em assumir a paixão, a alma e o sentimento inerentes.

    Coldplay me impressionou mais por sua performance na gravação da música Yellow no Ao Vivo de 2003, da qual não pude escapar do impressionismo, das cores, do lirismo e do apelo que, naquele momento, era irresistível para mim. Por outro lado, Coldplay consegue definir aquilo que para mim é “música para o coração”: uma música orgânica que dá conta da pulsação que existe no mundo e na interação dessa pulsação em seus ciclos, em sua regularidade, previsibilidade e ritmo – características essas que podem ser confundidas com mesmice ou repetição insossa, mas que se revela como harmonia de um universo que é cíclico e previsível; numa última palavra: harmônico.

    Coldplay pode, juntamente com Kings of Lion, ser a síntese dessa geração global que, a partir da Internet, transcende seu local no mundo. Esse excesso de informação, essas múltiplas possibilidades e a rapidez num mundo em desarmonia e em desamor, imprevisível e linear, mecânico e racional, determinam a não-adequação, a ansiedade e a linguagem não-linear que os jovens procuram na esperança de produzir significados absolutos em mundo relativista.

    Difere em muito da geração anterior à minha, em que haviam grupos bem definidos e distintos, valores estabelecidos e regras estáveis, prontas para serem questionadas e ultrapassadas, em que grandes ideais era construídos sobre grandes ideologias e personalidades. Hoje temos uma geração plural que transita em todos os grupos e não pertence a nenhum, mas que ao mesmo tempo é carente de significados.

    Talvez um mundo tão cinza, o colorido desprentensioso do Coldplay e sua música pop com levadas acústicas, aliadas à letras de um romantismo exacerbado seja justamente o que o mundo (ou pelo menos os jovens de hoje) necessitam – e não de um grito de independência e revolta, pois isso seria repetir o que já foi garantido pelas gerações de jovens de outrora.

    Contudo eu não sou totalmente produto deste mundo e de seu relativismo, justamente por que Cristianismo ainda continua sendo absurdamente verdadeiro para mim, razão pela qual muitos podem, à exemplo do citado videoclipe do FooFighters, ficarem duplamente enraivecidos comigo – salvo que Bieber não me diz nada!

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